ORAÇÃO MARIANA

Papa no Angelus: a salvação é um presente, não uma moeda de troca

O Sucessor de Pedro disse aos fiéis que a vida cristã é uma dádiva baseada não em nossas habilidades e planos, mas no olhar amoroso de Deus

Da janela do apartamento pontifício, o Santo Padre celebrou o Angelus deste domingo, 10 / Foto: Reprodução Vatican News

Da redação, com Vatican News

“Um teste sobre a nossa fé”: assim o Papa comentou o Evangelho deste 28° Domingo do Tempo Comum, ao rezar com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro o Angelus dominical.

O Evangelista Marcos narra o encontro de Jesus com um homem rico, do qual não se sabe nem a idade nem o nome. Neste “alguém”, disse o Papa, todos podemos nos reconhecer e nos permite fazer um “teste sobre a fé”.

O homem começa com uma pergunta: “Que devo fazer para ganhar a vida eterna?”. Eis a sua religiosidade, observou Francisco: um dever, um fazer para obter. Mas esta é uma relação comercial com Deus. Ao invés, a fé não é um rito frio e mecânico, é questão de liberdade e de amor.

Então podemos fazer o primeiro teste: para mim, o que é a fé? Se é principalmente um dever ou uma moeda de troca, estamos no caminho errado, porque a salvação é um dom e não um dever, é gratuita e não se pode comprar. O primeiro passo, portanto, é nos libertarmos de uma fé “comercial e mecânica”.

A vida cristã é um “sim” de amor

Na sequência, Jesus ajuda aquele “alguém” oferecendo-lhe a verdadeira face de Deus. O texto diz: “Jesus olhou para ele com amor”. Eis de onde nasce e renasce a fé: não de um dever ou de algo a fazer, mas de um olhar de amor a acolher. Não se baseia nas nossas capacidades e projetos. Se a sua fé está cansada e você quer rejuvenescê-la, o Papa indica:

“Busque o olhar de Deus: coloque-se em adoração, deixe-se perdoar na confissão, fique diante do Crucifixo. Enfim, deixe-se amar por Ele.”

Depois da pergunta e do olhar, há um convite de Jesus: “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres”.

“Talvez é isso que nos falte também a nós. Com frequência, fazemos o mínimo indispensável, enquanto Jesus nos convida ao máximo possível. Não podemos nos contentar dos deveres, preceitos e algumas orações. A fé não pode se limitar aos “nãos”, porque a vida cristã é um “sim”; um “sim” de amor.
Uma fé sem dom e gratuidade é como um jogo bem jogado, mas sem gol. Uma fé sem obras de caridade nos torna tristes.

“Que Nossa Senhora, que disse a Deus um ‘sim’ total, um ‘sim’ sem ‘mas’ — não é fácil, mas a Virgem fez assim — faça-nos saborear a beleza de fazer da vida um dom”.

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