Advento

Papa Francisco: “Não podemos viver de esperas, mas na espera”

Na manhã deste sábado, 1, o Papa recebeu os peregrinos das Dioceses de Ugento e de Molfetta, situadas na Itália central

Da redação, com Vatican News

Papa e os peregrinos das Dioceses de Ugento e Molfetta/ Foto: Vatican Media

“Uma vida ‘privada’ sem riscos e cheia de medos, que salvaguarda a si mesmos não é uma vida cristã. Não somos feitos para sermos tranquilos, mas para sonhos audaciosos”. A frase de autoria do Papa Francisco, foi dita na manhã deste sábado, 1, durante encontro do Santo Padre com os peregrinos das Dioceses de Ugento e de Molfetta, situadas na Itália central. Os peregrinos visitaram o Papa em agradecimento pela visita que o Pontífice fez em abril passado, em homenagem a Dom Tonino Bello.

O Papa iniciou o encontro reiterando a atualidade da mensagem de Dom Tonino ao dizer: “Por favor, não fiquem triste por nenhuma amargura de casa. Não entristeçam suas vidas. Quem acredita em Jesus não pode ficar triste; porque o contrário de um povo cristão é um povo triste”. Francisco pediu aos fiéis que sigam o pensamento de Dom Tonino.

“Não fiquemos tristes: se fizermos isso levaremos o tesouro da alegria de Deus à pobreza do homem de hoje. De fato, quem se entristece fica sozinho e só vê problemas; ao contrário, quem coloca o Senhor antes de seus problemas encontra a alegria. Por isso vamos deixar de nos lamentar e ao invés de nos entristecer, comecemos a fazer o contrário: consolar e ajudar”, incentivou o Santo Padre.

Ao falar sobre o Advento que inicia neste domingo, 2, o Pontífice afirmou que o novo ano litúrgico traz uma novidade de um Deus que é o Deus de todas as consolações: “Se olharmos dentro de nós mesmos vemos que todas as novidades que chegam não bastam para saciar nossas expectativas: ‘queremos coisas novas porque nascemos para coisas grandes’ escrevia dom Tonino, e é verdade, nascemos para estar com o Senhor, quando ele entra em nós chega a verdadeira novidade, Ele renova e surpreende sempre”.

O Papa também advertiu os fiéis quanto a vivência das esperas: “Não devemos viver de esperas, que talvez não se realizem, mas devemos viver na espera, ou seja, desejar o Senhor que sempre traz novidade. É importante saber esperar, e esperar sempre ativos no amor”. Francisco recordou que Dom Tonino dizia que a verdadeira tristeza é quando não se espera mais nada, e afirmou que os cristãos são chamados a proteger e espalhar a alegria da espera.

“Esperamos o Deus que nos ama infinitamente e ao mesmo tempo somos esperados por Ele. Considerando desse modo, parece um namoro. Não estamos sozinhos, Deus nos visita e espera estar conosco sempre”, frisou. O Papa recordou também aos peregrinos algumas palavras de Dom Tonino pronunciadas 30 anos atrás: “A vida é cheia de medos, medo do próprio semelhante, do vizinho de casa… medo do outro… medo da violência… medo de não conseguir, medo de não ser aceitos… medo que seja inútil esforçar-se… medo que o mundo não mude… medo de não achar emprego” para isso, continuou o Pontífice:

“O Advento responde com o ‘Evangelho anti-medo’, porque quem tem medo e está abatido, é reanimado pelo Senhor com a sua palavra. E o faz com dois verbos ‘anti-medo’, os dois verbos do Advento: reanimai-vos e levantai as vossas cabeças”. De acordo com o Santo Padre, se o medo deixa o ser humano desolado, o Senhor pede que ele reanime, se as negatividades o levam a olhar para baixo, Jesus o convida a olhar para o céu, de onde Ele chegará. “Somos filhos do medo, mas filhos de Deus, porque o medo se derrota dominando a si mesmo tendo ao lado Jesus”.

Em seguida, o Santo Padre convidou todos a alargarem seus horizontes, e a pensarem no sentido da vida: “Não se pode ficar sempre no porto seguro, somos chamados a partir. O Senhor chama cada um de nós a entrar em mar aberto. Não nos quer ancorados no porto ou guardiões de faróis, mas navegantes confiantes e corajosos, que seguem rotas inéditas do Senhor, jogando as redes da vida sobre a sua Palavra ”.

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