Audiência no Vaticano

Papa fala a farmacêuticos: trabalho a serviço da vida humana

Em discurso no Vaticano, Papa falou sobre a dimensão ética dessa profissão, destacando o serviço à vida humana, com foco no paciente

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira, 14, os participantes de um congresso promovido pela Sociedade Italiana de Farmacêuticos Hospitalares. Em seu discurso, ressaltou a importância do sistema de saúde público nacional, do trabalho desse profissional e a “santidade de vida” que pode surgir desta atividade diária. Também destacou a dimensão ética da profissão, ressaltando o foco sempre na vida do paciente.

Francisco deixou três indicações aos farmacêuticos hospitalares em seu compromisso com a saúde. O primeiro deles está relacionado à figura do hospedeiro na parábola do Bom Samaritano.

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Este personagem, segundo o Papa, revela dois aspectos significativos do trabalho do farmacêutico hospitalar: a rotina cotidiana e o serviço oculto. É um trabalho com pouca visibilidade, mas, se acompanhado de oração e amor, gera a “santidade do cotidiano”. “Porque sem oração e sem amor – vocês sabem bem disso – essa rotina se torna árida”.

O profissionalismo

A segunda indicação é sobre o profissional em si, seu profissionalismo e especialização. O farmacêutico hospitalar é o profissional que, junto ao clínico, pesquisa, experimenta, propõe novas rotas. E sempre em contato imediato com o paciente: a capacidade de compreender a doença e o doente.

O Papa ressaltou ainda que o farmacêutico hospitalar é capaz de levar em conta os efeitos gerais, que são mais do que a simples soma dos medicamentos individuais para as diferentes patologias.

“Às vezes – dependendo das estruturas –, dá-se o encontro com a pessoa doente; às vezes, a farmácia do hospital é um dos departamentos invisíveis que faz tudo funcionar, mas a pessoa é sempre o destinatário dos seus cuidados.”

A dimensão ética pessoal

O terceiro aspecto pontuado pelo Papa diz respeito à dimensão ética da profissão sob dois aspectos: o pessoal e o social. No âmbito pessoal, Francisco falou sobre a necessidade de uma constante vigilância para que o fim seja sempre a vida do paciente em sua integralidade.

“Vocês estão sempre a serviço da vida humana. E isso pode, em alguns casos, implicar em objeção de consciência, o que não é deslealdade, mas, pelo contrário, fidelidade à sua profissão, se validamente motivada. (…) É também uma denúncia das injustiças cometidas contra a vida inocente e indefesa. Trata-se de um assunto muito delicado, que requer ao mesmo tempo grande competência e retidão.”

O Papa voltou a mencionar, nesse ponto, a questão do aborto. Recordou que, recentemente, já falou disso. “Sabem que sobre isso sou muito claro: trata-se de um homicídio e não é lícito tornar-se cúmplice.” Aqui, entra o dever da proximidade, ressaltou o Papa. Proximidade às situações, especialmente às mulheres, para que não cheguem a pensar na solução abortiva, porque na realidade não é solução.

A dimensão ética social

No nível social, o Pontífice destacou que as estratégias de saúde devem ser econômica e eticamente sustentáveis. Novamente, o Papa falou sobre a cultura do descarte, da rejeição, algo que também se aplica na área da saúde e que requer atenção.

“A gestão dos recursos e a atenção para não desperdiçar o que é confiado às mãos de cada farmacêutico assumem um significado não apenas econômico, mas ético, diria humano, muito humano”, disse o Papa. E concluiu deixando sua bênção a esses profissionais que exercem uma atividade “tão humana, digna e muitas vezes silenciosa”.

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