Jovens Testemunhas

Papa envia mensagem para Jornada Mundial da Juventude diocesana

Jornada Mundial da Juventude diocesana será celebrada em 21 de novembro em todo o mundo

Da redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco / Foto: REUTERS /David Cerny

Nesta segunda-feira, 27, foi publicada a mensagem do Papa Francisco aos jovens por ocasião da XXXVI Jornada Mundial da Juventude. A jornada será celebrada em nível diocesano no próximo dia 21 de novembro, solenidade de Cristo Rei. O tema da mensagem é “Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (cf. At 26, 16).

O Papa inicia seu texto convidando aos jovens a se prepararem para a JMJ de Lisboa: “Gostaria de tomar-vos pela mão, mais uma vez, para continuarmos juntos na peregrinação espiritual que nos conduz rumo à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa em 2023”.

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.: Íntegra da mensagem

Francisco recordou o período de pandemia, e os sofrimentos como a perda dos entes queridos e o isolamento social, mas frisou que em tudo, há o lado bom. “Graças a Deus, este não é o único lado da moeda. Se a provação pôs a descoberto as nossas fragilidades, fez emergir também as nossas virtudes, nomeadamente a predisposição à solidariedade”.

E reforçou a força que a juventude tem neste momento: “Quando cai um jovem de certo modo cai a humanidade. Mas também é verdade que, quando um jovem se levanta, é como se o mundo inteiro se levantasse. Queridos jovens, que grande potencialidade tendes nas vossas mãos! Que força trazeis nos vossos corações!”

O Papa lembrou que Deus diz a cada jovem “Levanta-te”. E afirmou que espera que esta mensagem ajude a cada um a se preparar para tempos novos, para uma página nova na história da humanidade.

“Mas não há possibilidades de recomeçar sem vós, queridos jovens. Para levantar-se, o mundo precisa da vossa força, do vosso entusiasmo, da vossa paixão. É neste sentido que gostaria de meditar, juntamente convosco, sobre o trecho dos Atos dos Apóstolos onde Jesus diz a Paulo: ‘Levanta-te! Constituo-te testemunha do que viste’ (cf. At 26, 16)”.

Saulo

Francisco recordou a relação de Deus com Saulo. Ao ser chamado por Jesus pelo próprio nome, “o Senhor faz saber a Saulo que o conhece pessoalmente. É como se lhe dissesse: ‘Sei quem és, sei o que estás a tramar, mas, não obstante isso, é precisamente a ti que estou a falar’. Com efeito, só muda a vida um encontro pessoal, não anônimo, com Cristo”.

E completou: “Será precisamente esta graça, este amor imerecido e incondicional, a luz que transformará radicalmente a vida de Saulo”.

Encontro Pessoal com Deus

Perante esta presença misteriosa que o chama pelo nome, Saulo pergunta: ‘Quem és tu, Senhor?’ (At 26, 15).
O Papa lembra que trata-se de uma questão extremamente importante, e todos mais cedo ou mais tarde na vida devem fazê-la.
“Não basta ter ouvido outros a falarem de Cristo; é necessário falar com Ele pessoalmente. No fundo, rezar é isto”.

E Francisco mais uma vez explica: “Não podemos presumir que todos conheçam Jesus, mesmo na era da internet. A pergunta que muitas pessoas dirigem a Jesus e à Igreja é precisamente esta: ‘Quem és?’. Em toda a narrativa da vocação de São Paulo, esta é a única vez que ele fala. E, à sua pergunta, o Senhor responde prontamente: ‘Eu sou Jesus a quem tu persegues’ (26, 15). ‘Eu sou Jesus a quem tu persegues!’

Através desta resposta, Jesus revela um grande mistério a Saulo: que Ele Se identifica com a Igreja, com os cristãos.

“Quantas vezes ouvimos dizer: ‘Jesus sim, a Igreja não’, como se um pudesse ser alternativa à outra”. E o Papa afirma: “Não se pode conhecer Jesus, se não se conhece a Igreja. Só se pode conhecer Jesus por meio dos irmãos e irmãs da sua comunidade. Ninguém pode dizer-se plenamente cristão, se não viver a dimensão eclesial da fé”.

Responsabilidade e Compromisso

O Papa recordou aos jovens que Deus escolhe alguém que até O persegue, completamente hostil a Ele e aos seus. Mas, para Deus, não há pessoa que seja irrecuperável. Através do encontro pessoal com Ele, é sempre possível recomeçar. Nenhum jovem está fora do alcance da graça e da misericórdia de Deus.

“Quantos jovens sentem a paixão de se opor e ir contra corrente, mas trazem escondida no coração a necessidade de se comprometer, de amar com todas as suas forças, de se identificar com uma missão! No jovem Saulo, Jesus vê exatamente isto”.

A mensagem alerta para o fato de que o cristão não deve ser convencido, mas assumir as próprias fragilidades.
“Esta humildade – consciência da própria limitação – é fundamental. Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo”.

E novamente se recordou de Saulo, afirmando que quando cego, este perdeu seus pontos de referência.
“Ficando sozinho na escuridão, para ele as únicas coisas claras são a luz que viu e a voz que ouviu. Que paradoxo! Precisamente quando uma pessoa reconhece estar cega, começa a ver…”

A conversão de Paulo não é um voltar para trás, disse o Papa, mas abrir-se para uma perspetiva totalmente nova. É possível converter-se e renovar-se na vida ordinária, realizando as coisas que se costuma fazer, mas com o coração transformado e com motivações diferentes. O Papa recorda que no caso de Paulo, Jesus pede expressamente que vá até Damasco, para onde se dirigia.

“Paulo obedece, mas agora a finalidade e a perspetiva da sua viagem mudaram radicalmente. A partir de agora, verá a realidade com olhos novos: antes, eram os olhos do perseguidor justiceiro; a partir de agora, serão os do discípulo testemunha. Em Damasco, Ananias batiza-o e introdu-lo na comunidade cristã. No silêncio e na oração, Paulo aprofundará a sua experiência e a nova identidade que o Senhor Jesus lhe deu”.

“Levanta-te e testemunha!”

“Hoje, o convite de Cristo a Paulo é dirigido a cada um e cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes ficar por terra a ‘lamentar-te com pena de ti mesmo’; há uma missão que te espera! Também tu podes ser testemunha das obras que Jesus começou a realizar em ti. Por isso, em nome de Cristo, eu te digo: Levanta-te e testemunha a tua experiência de cego que encontrou a luz, viu o bem e a beleza de Deus em si mesmo, nos outros e na comunhão da Igreja que vence toda a solidão”, diz o Papa. “O Senhor, a Igreja, o Papa confiam em vós e constituem-vos testemunhas junto de muitos outros jovens que encontrais pelos ‘caminhos de Damasco’ do nosso tempo”.

Ao final da mensagem, o Papa Francisco reforça aos jovens o convite à participação da JMJ diocesana.
“Renovo a todos vós, jovens do mundo inteiro, o convite a tomar parte nesta peregrinação espiritual que nos levará à celebração da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa no ano de 2023. Espero que todos nós possamos viver estas etapas como verdadeiros peregrinos e não como ‘turistas da fé’!”.

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