Oração pelas Vocações

Papa em mensagem: "esculpir" a própria vocação em prol da humanidade

Mensagem de Francisco para o 59º Dia Mundial de Oração pelas Vocações foi divulgada nesta quinta-feira, 5

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco /Foto: Daniel Ibanez – CNA

Foi divulgada, nesta quinta-feira, 5, a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, celebrado pela Igreja neste domingo, 8. O tema escolhido é: “Chamados para construir a família humana”.

No texto, o Pontífice reforça que em tempos de guerra e opressão é preciso refletir sobre o amplo significado da “vocação”, no contexto de uma Igreja sinodal que se coloca à escuta de Deus e do mundo:

“Queremos contribuir para construir a família humana, curar as suas feridas e projetá-la para um futuro melhor”.

O “Escultor divino”

O Santo Padre entende que o caminhar junto é uma vocação própria da comunidade de fé. Ele destaca a necessidade de largar a mentalidade clericalista que divide sacerdotes e leigos, considerando protagonistas os primeiros e executores os segundos. “Toda a Igreja é comunidade evangelizadora”, reforça.

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A palavra vocação, esclarece o Papa, não se refere apenas àqueles que seguem o Senhor pelo caminho de uma consagração específica. Segundo Francisco, todos são chamados a participar da missão de Cristo de reunir a humanidade dispersa e reconciliá-la com Deus.

O Pontífice compara a vocação ao trabalho de um escultor, ou melhor, do “Escultor divino” que, com as suas “mãos”, faz a humanidade sair de si mesma, para que se delineie a obra-prima que é chamada a ser.

Deus vê potencialidades em todos

O Santo Padre cita uma frase atribuída a Michelangelo Buonarroti: “No interior de cada bloco de pedra, há uma estátua, cabendo ao escultor a tarefa de a descobrir”.

“Naquela jovem de Nazaré, viu a Mãe de Deus; no pescador Simão, viu Pedro, a rocha sobre a qual podia construir a sua Igreja. Esta é a dinâmica de cada vocação: somos alcançados pelo olhar de Deus, que nos chama, e não é uma experiência extraordinária reservada a poucos.”

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Em cada um, Deus vê potencialidades, explica Francisco. Às vezes estas são ignoradas por nós mesmo. Deus atua a fim da humanidade poder colocar suas potencialidades a serviço do bem comum, frisa.

“A nossa vida muda quando acolhemos este olhar”, escreve o Pontífice. “Tudo se torna um diálogo vocacional entre nós e o Senhor, que, se vivido em profundidade, nos faz tornar cada vez mais aquilo que somos e abraçar a vocação ao sacerdócio, à vida consagrada ou ao matrimônio.”

O amor não é utopia, mas o projeto do Pai

Para além da vocação, há a “con-vocação”, comenta o Papa. “Esta é a capacidade de caminhar unidos na harmonia das diversidades”.

De acordo com o Santo Padre, cada vocação na Igreja e, em sentido largo, também na sociedade, concorre para um objetivo comum: fazer ressoar entre os homens e as mulheres aquela harmonia dos múltiplos e variados dons que só o Espírito Santo sabe realizar.

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Eis então a exortação de Francisco: “Sacerdotes, consagradas e consagrados, fiéis leigos, caminhemos e trabalhemos juntos, para testemunhar que uma grande família humana unida no amor não é uma utopia, mas o projeto para o qual Deus nos criou!”

“Rezemos, concluiu o Pontífice, para que o Povo de Deus, no meio das dramáticas vicissitudes da história, corresponda cada vez mais a esta vocação.”

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