Papa diz que trabalho do catequista deve "partir de Cristo"

“O coração do catequista vive sempre esse movimento de ‘sístole – diástole’: união com Jesus, encontro com o outro”, diz Papa

André Alves
Da redação

O Papa Francisco reuniu-se na manhã desta sexta-feira, 27, com os catequistas que participam do Congresso Internacional de Catequese, no Vaticano. A audiência com o Santo Padre ocorreu na Sala Paulo VI, com a presença de mais de 1600 pessoas que se dedicam a ensinar a fé católica às crianças, aos jovens e adultos.

No discurso proferido aos participantes, o Francisco agradeceu aos agentes da pastoral catequética pelo “serviço prestado à Igreja e na Igreja”. O Santo Padre também afirmou que a catequese é um pilar para a educação cristã e considerou a necessidade de bons catequistas para o “belo” trabalho de “educar na fé”.

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.: Íntegra do Discurso do Papa aos catequistas

Para o Papa, o “ser catequista requer amor. Amor sempre mais forte por Cristo, amor pelo seu povo santo. E este amor, necessariamente, parte de Cristo”.

Partindo deste ponto, o Pontífice desenvolveu seu discurso e apresentou o significado da expressão “partir de Cristo” no âmbito do “ser catequista”.

“Primeiro de tudo, partir de Cristo significa ter familiaridade com Ele. Jesus utiliza a imagem da videira e dos ramos e diz: permaneçam no meu amor, permaneçam ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se estamos unidos a Ele, podemos dar frutos, e esta é a familiaridade com Cristo”, explicou.

Depois, segundo o Papa,  “partir de Cristo” significa “imitá-Lo no sair de si e ir ao encontro do outro”. Francisco considerou este segundo elemento uma “bela” experiência, mas também paradoxal. Isso, porque, segundo ele, quem coloca Cristo no centro da própria vida, deve sair do centro.

“Se une a Jesus e Ele se torna o centro da tua vida, mais Ele te faz sair de ti mesmo, te descentraliza e te abre aos outros. Este é o verdadeiro dinamismo do amor, este é o movimento do próprio Deus! Deus é o centro, mas é sempre doação de si, relação, vida que se comunica.”, explicou.

Em terceiro lugar, partir de Cristo significa não ter medo de sair de si mesmo. “Deus não tem medo das periferias”, disse o Papa, logo, o catequista não deve temer sair de si e ir ao encontro; de deixar seus esquemas, para seguir a Deus. Segundo o Papa, para permanecer com o Senhor é necessário saber sair.

“Se um catequista se deixa dominar pelo medo, é um covarde; se um catequista está tranquilo ele acaba sendo uma estátua de museu; se um catequista é rígido se torna encarquilhado e estéril. Pergunto a vocês: alguém quer ser um covarde, estátua de museu ou estéril?”, questionou.

No final do discurso, o Santo Padre voltou a agradecer aos agentes da catequese pelo trabalho, mas sobretudo por serem membros da Igreja. Reforçou a importância da permanência com Cristo, de seu seguimento e do anúncio da Palavra de Deus.

“Permaneçamos com Cristo, procuremos ser sempre uma só coisa com Ele; O sigamos imitando-O em seu movimento de amor, no seu ir ao encontro do homem; e saiamos, abramos as portas, tenhamos a audácia de trilhar novas estradas para o anúncio do Evangelho!”, concluiu.

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