Missa na Santa Marta

Papa dedica homilia aos mártires e ressalta drama da perseguição

Na Missa de hoje, Papa falou sobre a perseguição aos cristãos, destacando os mártires que morreram pela fé

Da Redação, com Rádio Vaticano 

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Papa destaca que hoje há mais mártires do que nos primeiros séculos da Igreja / Foto: Arquivo

A maior força da Igreja hoje está nas pequenas Igrejas perseguidas. Foi o que disse o Papa Francisco na Missa desta segunda-feira, 30, na Casa Santa Marta. A homilia do Pontífice foi dedicada aos mártires.

“Sem memória não há esperança”, afirmou o Papa comentando a Carta aos Hebreus, na qual se exorta a recordar toda a história do povo do Senhor. Antes de tudo, uma memória de docilidade, a memória da docilidade de tantas pessoas, começando por Abraão que, obediente, saiu de sua terra sem saber onde ia.

Em especial, no 11º capítulo da primeira leitura, se fala de outras duas memórias. A memoria dos grandes gestos do Senhor, realizado por Gedeão, Barac, Sansão, Davi, tantas pessoas – disse o Papa – que fizeram grandes gestos na história de Israel. 

A mídia não fala dos mártires de hoje

Há um terceiro grupo do qual fazer memória, a memória dos mártires: “os que sofreram e deram a vida como Jesus, que foram lapidados, torturados, mortos na espada”. De fato, enfatizou Francisco, a Igreja é “este povo de Deus”, pecador, mas dócil” que faz grandes coisas e testemunha também Jesus Cristo até o martírio. 

“Os mártires são aqueles que levam avante a Igreja, são os que a amparam, que a ampararam no passado e a ampararam hoje. E hoje existem mais mártires do que nos primeiros séculos. A mídia não fala porque não faz notícia, mas muitos cristãos no mundo hoje são bem-aventurados porque perseguidos, insultados, presos. Há muitos nas prisões, somente por carregar uma cruz ou por confessar Jesus Cristo! Esta é a glória da Igreja e o nosso amparo e também a nossa humilhação: nós que temos tudo, tudo parece fácil para nós e se nos falta alguma coisa reclamamos… Mas pensemos nesses irmãos e irmãs que hoje, num número maior do que nos primeiros séculos, sofrem o martírio!”.

Francisco recordou o testemunho de um sacerdote e de uma religiosa na catedral de Tirana, que ele pôde conhecer em sua viagem à Albânia em setembro de 2014: anos e anos de prisão, trabalho forçado e humilhação, para os quais não existiam os direitos humanos.

A força da Igreja são as pequenas Igrejas perseguidas

O Papa recordou que a maior força da Igreja hoje está nas “pequenas Igrejas perseguidas”.
“Também nós, é verdade e também justo, ficamos satisfeitos quando vemos uma ação eclesial grande, que teve muito sucesso, os cristãos que se manifestam. Isso é bonito! Esta é a força? Sim, é força, mas a força maior da Igreja hoje está nas pequenas Igrejas, pequeninas, com pouca gente, Igrejas perseguidas, com os seus bispos no cárcere. Esta é a nossa glória hoje. Esta é a nossa glória e a nossa força hoje.”

Sangue dos mártires é semente de cristãos

“Ousaria dizer: Uma Igreja sem mártires é uma Igreja sem Jesus”, afirmou e na conclusão o Papa convidou a rezar pelos mártires que sofrem muito, por aquelas Igrejas que não são livres de se expressar. “Elas são a nossa esperança”. O Papa recordou que nos primeiros séculos da Igreja um antigo escritor dizia: “O sangue dos cristãos, o sangue dos mártires, é semente dos cristãos”.

“Eles com o seu martírio, o seu testemunho, com o seu sofrimento, doando a vida, oferecendo a vida, semeiam cristãos para o futuro e em outras Igrejas. Ofereçamos esta missa pelos nossos mártires, por aqueles que agora sofrem, pelas Igrejas que sofrem, que não têm liberdade, e agradeçamos ao Senhor por Ele estar presente com a força de seu Espírito nesses nossos irmãos e irmãs que hoje dão testemunho D’Ele.”

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