MISSIONÁRIOS

Papa às POM: missão, ardor de uma fé que não se contenta

O Sucessor de Pedro escreveu às Pontifícias Obras Missionárias reunidas em assembleia geral em Lyon, onde o Cardeal Tagle beatificará Pauline Jaricot

Da redação, com Vatican News

Foto: Pontifícias Obras Missionárias

O Papa Francisco enviou uma mensagem às Pontifícias Obras Missionárias (POM) reunidas em Lyon, a partir desta segunda-feira, 16, até o próximo dia 23, no Centro Valpré, para sua Assembleia Geral.

Os 120 diretores nacionais das POM e o seu presidente, dom Giampietro Dal Toso, escolheram se encontrar nesta cidade francesa em concomitância com a beatificação de Pauline Jaricot, no próximo domingo, 22, que 200 anos atrás fundou uma das quatro obras missionárias, a Obra de Propagação da Fé. O rito de beatificação será presidido pelo prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Luis Antonio Tagle. Pauline tinha 23 anos quando fundou o organismo para apoiar a atividade missionária da Igreja.

“Alguns anos depois, ela começou o ‘Rosário Vivo’, um organismo dedicado à oração e à partilha de ofertas. De família rica, Pauline morreu na pobreza: com sua beatificação — afirma o Pontífice — a Igreja atesta que ela soube acumular tesouros no Céu, tesouros que nascem da coragem do dom e revelam o segredo da vida: só doando-a, se possui, só perdendo-se, se reencontra”.

Este ano, celebra-se também o centenário de elevação da Obra da Santa Infância e da Obra de São Pedro apóstolo, ao título de “Pontifícia”. Mais tarde, acrescentou a essas obras, a Pontifícia União Missionária, que celebra 150 anos do nascimento de seu fundador, o Beato Paolo Manna.

O Papa ressalta na mensagem que “esses aniversários se inserem na celebração dos 400 anos da Congregação De Propaganda Fide, à qual as Pontifícias Obras Missionárias estão intimamente ligadas e com as quais colaboram no apoio às Igrejas nos territórios confiados ao Dicastério, para a difusão do Evangelho em terras até então desconhecidas”. “O impulso evangelizador nunca falhou na Igreja e seu dinamismo fundamental sempre permanece”, frisa o Pontífice no texto.

“Pauline Jaricot gostava de dizer que a Igreja é de sua natureza missionária e que, portanto, cada pessoa batizada tem uma missão; aliás, é uma missão. Ajudar a viver essa consciência é o primeiro serviço das Pontifícias Obras Missionárias, um serviço que realizam com o Papa e em nome do Papa. Este elo das POM com o ministério petrino, estabelecido cem anos atrás, traduz-se em serviço concreto aos Bispos, às Igrejas particulares, a todo o Povo de Deus. Ao mesmo tempo, é sua tarefa, de acordo com o Concílio, ajudar os Bispos a abrir cada Igreja particular aos horizontes da Igreja universal”, ressalta ainda Francisco.

Os jubileus celebrados e a beatificação de Pauline Jaricot ofereceram ao Papa a ocasião para propor três aspectos que, graças à ação do Espírito Santo, contribuíram muito o anúncio do Evangelho na história das POM.

Em primeiro lugar, a conversão missionária: a bondade da missão depende do caminho de saída de si mesmo, do desejo de não centralizar a vida em si mesmo, mas em Jesus que veio para servir e não para ser servido. Nesse sentido, Pauline Jaricot viu sua existência como uma resposta à misericórdia compassiva e terna de Deus: desde sua juventude ela procurou a identificação com seu Senhor, também através dos sofrimentos que passou, a fim de acender a chama de seu amor em cada pessoa. Aqui, encontra-se a fonte da missão, no ardor de uma fé que não se contenta e que, através da conversão, se torna a cada dia imitação, para canalizar a misericórdia de Deus nas estradas do mundo.

Segundo o Papa, isso é possível, em segundo lugar, apenas pelo oração, que é a primeira forma de missão. Não foi por acaso que Pauline uniu a Obra de Propagação da Fé ao Rosário Vivo, como se reiterasse que a missão começa com oração e não pode ser cumprida sem ela. Sim, porque é o Espírito do Senhor que precede e permite todas as nossas boas obras: a primazia é sempre da sua graça. Caso contrário, a missão se tornaria uma corrida em vão.

Por fim, a concretude da caridade: junto com a rede de oração Pauline deu vida a uma coleta de ofertas em grande escala e de forma criativa, acompanhando-a com informações sobre a vida e as atividades dos missionários. As doações de muitas pessoas simples foram providenciais para a história das missões.

“Queridos irmãos e irmãs que participam da Assembleia Geral das Pontifícias Obras Missionárias, espero que caminhem nas pegadas deixadas por esta grande missionária, e que se deixem inspirar por sua fé concreta, por sua coragem audaz e sua criatividade generosa”.

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