FRATERNIDADE

Papa aos universitários: a educação integral é o horizonte da paz

O Santo Padre recebeu, em audiência, nesta segunda-feira, 16, os reitores de treze universidades públicas e privadas da região do Lácio

Da redação, com Vatican News

Na manhã desta segunda-feira, 16, o Papa Francisco recebeu os reitores de 13 universidades públicas e privadas presentes na região do Lácio, que compreende Roma. O Papa recordou as grandes tarefas das universidades nestes tempos modernos de “terceira guerra mundial em pedaços”, da questão ambiental global e do crescimento das desigualdades, que nos desafiam de modo inédito e acelerado. O Santo Padre afirmou que estas situações podem levar as gerações mais jovens a “um clima de desânimo e desorientação, perda de confiança, pior ainda de indiferença”. Porém, advertiu Francisco, “os jovens não aceitam isso, e nos chamam para nossas responsabilidades”.

Pacto Global de Educação

Em seguida, o Papa recordou do Pacto Educativo Global, “que é um projeto de trabalho conjunto em escala global, envolvendo muitas partes interessadas, desde as principais religiões às instituições internacionais e instituições educacionais privadas”. E explicou ainda que “assinando neste espírito o Documento sobre a Fraternidade Humana em Abu Dhabi, em 4 de fevereiro de 2019, concordamos que ‘nos preocupamos com uma educação integral que se resume em conhecer a si mesmo, ao irmão, à criação e ao Transcendente’”.

Verdadeiro desenvolvimento integral

“Este é, em termos concretos, o horizonte da paz que hoje reivindicamos com razão e pelo qual rezamos intensamente, e portanto de desenvolvimento verdadeiro e integral, que só pode ser construído através do sentido crítico, da liberdade, do confronto saudável e do diálogo”. Acrescentando em seguida, “aqui estamos na própria base da ideia da universidade e do papel que esta instituição não pode deixar de ter, além de barreiras e fronteiras”.

Concluindo este ponto afirmou ainda: “O próprio termo ‘universidade’ designa uma comunidade, mas também uma ideia de convergência de conhecimento, em busca de dar verdade e significado ao diálogo entre todos os homens e mulheres do mundo”.

Em seguida, Francisco continuou destacando a importância da escuta entre docentes e alunos nas universidades: “Que nunca lhes falte vontade de escutar as estudantes e os estudantes, os colegas e as colegas; para escutar as realidades sociais e institucionais, as próximas e as globais, porque a universidade não tem fronteiras: o saber, a pesquisa, o diálogo e o confronto não podem deixar de superar todas as barreiras e em todos os setores”.

Complementando este ponto, disse ainda: “Que haja também a coragem da imaginação e do investimento, para um desenvolvimento humano da pesquisa, para formar jovens capazes de trazer algo novo ao mundo do trabalho e da sociedade; treiná-los também no respeito: respeito a si mesmo, respeito ao próximo, respeito à criação e respeito ao Criador”.

Serviço às comunidades

Não esquecendo das pessoas com necessidades, o Papa recordou aos presentes: “Peço-lhes que estejam vigilantes para que todos aqueles que o merecem e não têm os meios para exercer plenamente seu direito ao estudo e à formação”. Desejando “que vocês possam estimular as muitas formas de ‘aprendizado e serviço’ às comunidades, para que, confrontando-se com a pobreza e as periferias existenciais e sociais, possam dar mais sentido e valor à sua formação universitária, que nunca deve ser desconectada da vida, das pessoas e da sociedade”.

Cuidado com as ideologias

“E sobre isto eu recomendaria que tivéssemos cuidado com as ideologias. As ideologias destroem porque nos fazem ver de uma só maneira e fecham a visão universal. As ideologias destroem a humanidade de uma pessoa, tiram-lhe o coração, tiram-lhe sua capacidade poética, sua criatividade. Hoje, há tantos assim: cuidado para não cair nessas atitudes ideológicas que destroem, fazem tanto mal. Na Igreja, também as temos, tantas ideologias, às vezes, que não fazem bem”, disse o Papa.

Por fim, o Sucessor de Pedro falou sobre a proximidade do Jubileu de 2025:

“Recordemos que precisamente três anos após a celebração do primeiro jubileu em 1300, foi instituído o Studium Urbis, como que para mostrar na prática e reafirmar a relação nativa entre a Igreja e a Instituição universitária, uma das mais antigas e paradigmáticas expressões da civilização europeia, a partir da qual se desenvolveu em todo o mundo”.

“Somos chamados a desenvolver e prosseguir na construção responsável e sustentável de caminhos desta relação antiga e bem estabelecida, na distinção e na cooperação”.

O lema do próximo Jubileu de 2025, “Peregrinos da Esperança”, pode então expressar este compromisso convergente, a tensão na direção de objetivos comuns de vida, de bem e de fraternidade.

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