Centenário

Papa aos Miquelitas: 100 anos de dedicação a crianças e jovens indefesos

Em mensagem pelo centenário de aprovação canônica da Congregação de São Miguel Arcanjo, Papa encoraja prosseguimento no serviço às crianças órfãs e abandonadas

Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos consagrados da Congregação de São Miguel Arcanjo (CSMA), conhecidos como Miquelitas, por ocasião do início do Ano Jubilar pelo centenário da aprovação canônica do instituto religioso, fundado na Polônia pelo Beato Bronislau Markiewicz. A congregação é um dos 30 grupos reconhecidos oficialmente da Família Salesiana de Dom Bosco.

No texto, enviado neste final de semana e dirigido ao superior geral, Padre Dariusz Wilk, o Papa recordou que a semente de mostarda que a Divina Providência plantou na vida do Padre Bronislau, o zeloso sacerdote da diocese de Przemyśl a cultivou, antes de tudo, através “da experiência de vida religiosa na congregação salesiana e na amável relação direta com São João Bosco”.

O legado do fundador, o Beato Bronislao Markiewicz

Do Papa, então, vieram os convites e os conselhos para a jornada vindoura ao encorajar os Miquelitos para que não se cansem de “ouvir o ‘grito’ que as crianças e os jovens indefesos carregam impresso nos olhos, tornando-se para eles portadores de esperança e de futuro”. Francisco também motivou para que continuem tocando “a miséria humana”, “a carne sofredora dos outros”, como pede Jesus; os outros que são os menores pobres, órfãos e crianças abandonadas, mas também os jovens “escravos dos condicionamentos modernos e das dependências”. Além disso, o Papa incentivou os consagrados a continuarem com o trabalho pastoral “através da palavra impressa” e dos novos meios de comunicação que alcançam muitas pessoas, podem gerar “frutos do bem na mente e na consciência” delas.

A aprovação, em 1921, pelo cardeal Sapieha

Francisco, na mensagem, ao lembrar que Padre Markiewicz voltou para à sua pátria como o primeiro salesiano polonês, ele “continuou a semear através das obras em favor das crianças pobres e abandonadas, reunindo homens e mulheres, colaboradores do primeiro núcleo do ramo masculino e feminino das futuras Congregações de São Miguel Arcanjo”.

O fundador morreu em 1912, e o instituto religioso, tão desejado por ele, foi aprovado em 29 de setembro de 1921 pelo então arcebispo de Cracóvia, Adam Stefan Sapieha. Nestes 100 anos, enfatizou o Santo Padre, a herança espiritual do fundador foi adequada por seus filhos que, da Polônia, se espalharam por todos os continentes “às novas urgências pastorais, mesmo às custas do dom supremo da vida” – como testemunha o martírio dos beatos Ladislau Błądziński e Adalberto Nierychlewski.

Perto de crianças órfãs e abandonadas, rejeitadas pela sociedade

O Pontífice lembrou, na mensagem, que o carisma dos Miquelitas é caracterizado pela preocupação com as crianças pobres, órfãs e abandonadas, que não são desejadas por ninguém e, muitas vezes, são consideradas um descarte da sociedade. Um compromisso educacional levado adiante, ao longo dos anos, pelas escolas, oratórios, casas de família e de acolhimento, e outras realidades assistenciais e de formação. Francisco escreveu ainda:

“A educação humana e cristã, especialmente para com os pobres e em lugares onde, por vários motivos, ela é carente e não adequadamente garantida pela sociedade, é o maior presente que ainda hoje vocês são chamados a oferecer às crianças e jovens negligenciados.”

Hoje, ao lado dos jovens que se afastam de Deus

Hoje, prosseguiu o Papa, os mais necessitados não são apenas aqueles que vivem na carência material, mas muitas vezes são escravos dos condicionamentos modernos e das dependências. Por essa razão, a congregação é chamada a dedicar todo cuidado e atenção às realidades juvenis e sociais expostas ao perigo do mal e do afastamento de Deus.

Enfim, Francisco exortou a prosseguir em um “outro importante campo de apostolado”, a pastoral “através da palavra impressa”, com a editora “Michalineum” e os dois periódicos “Temperança e Trabalho” e “Quem como Deus” que, “adaptados às necessidades atuais e enriquecidos pela tecnologia moderna, podem alcançar muitas pessoas, gerando frutos de bem na mente e na consciência” delas.

Consagrados a serviço em “modernos hospitais de campo”

O Papa concluiu a mensagem afirmando que os tempos atuais precisam de pessoas consagradas que saibam olhar cada vez mais para as necessidades dos últimos, que não tenham medo de realizar o carisma dos seus institutos nos modernos hospitais de campo. É necessário, então, “ser homens de comunhão, superar as fronteiras, criar pontes e derrubar os muros da indiferença”. E o desejo final do Pontífice: “Que família religiosa possa continuar a difundir o apostolado de São Miguel Arcanjo, poderoso vencedor sobre os poderes do mal, vendo nisso uma grande obra de misericórdia para a alma e para o corpo.”

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