Homilia

O Senhor perdoa os nossos pecados com ternura, afirma Papa

Francisco celebrou nesta terça-feira, 10, a missa na capela da Casa Santa Marta e comentou as leituras que apresentam o Senhor como um pastor

Da redação, com Vatican News

O Senhor guia o seu povo, o consola, mas também o corrige e o pune com a ternura de um pai, de um pastor, que “carrega os cordeirinhos sobre o peito e conduz docilmente as ovelhas mães”. Assim se expressou o Papa Francisco na homilia da missa desta terça-feira, 10, na Casa Santa Marta, respondendo às perguntas suscitadas pela liturgia do dia: “Como consola, como corrige o Senhor?”.

A primeira Leitura é um trecho da consolação de Israel do profeta Isaías e se abre com um “anúncio de esperança”, explicou Francisco. “Consolai o meu povo, consolai-o! Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida”, lê-se no trecho de Isaías.

“O Senhor sempre nos consola desde que nós nos deixemos consolar. Deus corrige com o consolo, mas como?”, questionou o Papa, que leu outro trecho de Isaías, que fala do Senhor bom pastor, que com o seu braço recolhe o rebanho, “carrega os cordeirinhos no peito” e com doçura conduz “as ovelhas mães”. “Mas este é um trecho de ternura! Como o Senhor consola? Com ternura. Como o Senhor corrige? Com ternura. Como o Senhor pune? Com ternura”, completou.

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O Pontífice perguntou a os fiéis: “Você se imagina no peito do Senhor depois de pecar?”. O Santo Padre prosseguiu:  “O Senhor conduz, o Senhor guia o seu povo, o Senhor corrige; e eu diria também: o Senhor pune com ternura. A ternura de Deus, as carícias de Deus. Não é uma atitude didática ou diplomática de Deus: vem de dentro, é a alegria que Ele sente quando um pecador se aproxima. E a alegria o torna tenro”.

Francisco recordou a “parábola do Filho Pródigo” e o pai que “vê o filho de longe”: “porque o esperava, ia até o terraço para ver se o filho voltava. Coração de pai. E quando chega, e começa aquele discurso do arrependimento, ele lhe tapa a boca e faz festa”.

“A proximidade tenra do Senhor”, comentou ainda o Papa. No Evangelho, a volta do pastor que tem cem ovelhas e perde uma é recordada pelo Pontífice. “Não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? E se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. Esta é a alegria do Senhor diante do pecador, diante de nós quando nos deixamos perdoar, nos aproximamos a Ele para que nos perdoe. (…) Uma alegria que se faz ternura, e aquela ternura que nos consola”, frisou.

Não é preciso lamurias, sublinhou o Santo Padre, pois o Senhor perdoa os pecados. “Tantas vezes, , nos lamentamos das dificuldades que temos: o diabo quer que nós caiamos no espírito de tristeza, amargurados pela vida ou pelos próprios pecados”. E recordou: “conheci uma pessoa consagrada a Deus que a chamavam de ‘Lamentação’, porque não conseguia fazer nada além de se lamentar: era ‘o prêmio Nobel das lamentações’”.

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O Papa provocou: “Quantas vezes nós nos lamentamos, nos lamentamos e tantas vezes pensamos que os nossos pecados, os nossos limites não podem ser perdoados. E ali, a voz do Senhor vem e diz: ‘Eu o consolo, estou próximo a você’, e nos pega com ternura. O Deus poderoso que criou os céus e a terra, o Deus-heroi, por assim dizer, nosso irmão, que deixou que o levassem à cruz para morrer por nós, é capaz de nos acariciar e dizer: ‘Não chore’”.

A ternura de Jesus ao acariciar  a viúva de Naim foi relembrada por Francisco. “O Senhor lhe disse: ‘Não chore’. Talvez, diante do caixão do filho, a acariciou antes de dizer ‘não chore’. Porque ‘ali havia o desastre’. Devemos acreditar neste consolo do Senhor porque depois ‘tem a graça’ do perdão”.

Por fim, o Pontífice encorajou os fiéis a pedirem perdão ao Senhor. “Seja corajoso. Abra a porta. E Ele o acariciará”, destacou. De acordo com o Santo Padre, o Senhor se aproxima com a ternura de um pai, de um irmão: assim como um pastor apascenta o seu rebanho e com o braço o reúne, carrega os cordeiros sobre o peito e conduz docilmente as ovelhas mães. “Assim o Senhor nos consola”.

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