Comoção

Encontro do Papa com o pai do menino sírio que morreu afogado em 2015

Pequeno Aylan Kurdi tornou-se um símbolo do drama vivido por milhares de migrantes e refugiados

Da redação, com Vatican News

Encontro do Papa com Abdullah Kurdi, pai do menino Aylan /Foto: Vatican Media via Reuters

O encontro do Papa com o pai do menino sírio que morreu afogado em 2015 aconteceu neste domingo, 7, em Erbil, no Iraque. A criança, Aylan Kurdi, de três anos, faleceu após naufrágio em uma tentativa de migração.

O corpo do pequeno foi encontrado na praia de Bodrum, na Turquia, em 2 de setembro de 2015. A imagem comoveu o mundo. A mãe de Aylan, Rehan, e o irmão, Galip, de 5 anos, também morreram na tragédia. Outros doze sírios que estavam em outros dois barcos com destino à costa grega também faleceram.

Tempo com Francisco

O único sobrevivente da família, o pai de Aylan, Abdullah Kurdi, foi recebido por Francisco após Missa no Estádio Franso Hariri. O Pontífice passou um bom tempo com ele.

Com a ajuda do intérprete, o Santo Padre pôde escutar a dor do pai pela perda da família, e expressar sua profunda participação e a do Senhor no sofrimento do homem.

Gratidão ao Papa

Abdullah expressou a sua gratidão ao Papa pelas palavras de proximidade com sua tragédia. O homem recordou também os muitos migrantes que buscam compreensão, paz e segurança, deixando seu país e colocando suas vidas em risco.

O homem presenteou Francisco com uma imagem que recorda seu filho.

Apelo do Santo Padre após a tragédia em 2015

Em 2015, após ser informado da morte de Aylan, o Pontífice fez um apelo pela acolhida dos refugiados no Angelus de 6 de setembro de 2015.

“Face à tragédia de dezenas de milhares de refugiados que fogem da morte devido à guerra ou à fome, e estão a caminho rumo a uma esperança de vida, o Evangelho chama-nos, pede-nos que estejamos «próximos», dos mais pequeninos e abandonados. A dar-lhes uma esperança concreta. Não dizer apenas: ‘Coragem, paciência!…’. A esperança cristã é combativa, com a tenacidade de quem caminha rumo a uma meta segura”.

Sírio protesta em favor dos migrantes com placa que recorda morte do menino Aylan em 2015 /Foto: REUTERS/Osman Orsal

A família de Aylan

A família de Aylan já havia mudado de cidade em várias oportunidades, na fuga desesperada do autoproclamado Estado Islâmico, vindo a se estabelecer na Turquia em 2014, onde Abdullah havia conseguido um trabalho.

Em 2015 haviam retornado para o Curdistão iraquiano, mas diante de nova ofensiva do EI, retornaram a Turquia, e daí a decisão de atravessar o Mar Mediterrâneo.

Símbolo do drama de migrantes e refugiados

A morte de Aylan Kurdi tornou-se um símbolo do drama vivido por milhares de migrantes e refugiados que fugiam da guerra, da violência, da fome e da falta de perspectiva.

Em 16 outubro 2017, Dia Mundial da Alimentação, o Papa Francisco presenteou a FAO com uma escultura em mármore do pequeno Aylan, obra do artista trentino, Luigi Prevedeln. Francisco havia recebido a estátua de presente durante uma Audiência Geral.

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