Discurso

Emergência climática: “o tempo está se esgotando!”, adverte Papa

O Pontífice discursou diante dos participantes do encontro promovido no Vaticano sobre “A transição energética e a tutela da casa comum”

Da redação, com Vatican News

Chegada do Papa no encontro “A transição energética e a tutela da casa comum”/ Foto: Vatican Media

“Queridos amigos, o tempo está se esgotando!”, foi o que advertiu o Papa Francisco nesta sexta-feira, 14, ao se referir à emergência climática. O Pontífice discursou aos participantes do encontro “A transição energética e a tutela da casa comum”, promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano. Esta é a segunda edição do evento que tem como objetivo promover um “diálogo” da Igreja com os dirigentes das empresas petrolíferas mundiais.

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O evento se realizou na Casina Pio IV, nos Jardins Vaticanos, e ali o Pontífice manifestou sua preocupação com o “momento crítico” que o planeta está vivendo. “A atual crise ecológica, especialmente a mudança climática, ameaça o futuro da família humana”, disse o Papa, lamentando que por demasiado tempo os frutos das pesquisas científicas foram coletivamente ignorados. Um dos mais recentes, citado por Francisco, foi o relatório sobre o impacto do aquecimento global que ultrapassada a marca de 1,5º C nos próximos anos. Segundo o Santo Padre, quem paga e pagará a conta são os mais desfavorecidos e as futuras gerações.

“Como demonstra a atual situação, os pobres são os mais vulneráveis aos furacões, à seca, às inundações e aos outros eventos climáticos extremos. Por isso, certamente se requer coragem para responder ‘ao clamor sempre mais desesperado da terra e dos seus pobres’”, sublinhou. O Papa ressaltou que as futuras gerações estão prestes a herdar “um mundo arruinado”, fruto da irresponsabilidade. “De fato, como está se tornando sempre mais evidente, os jovens exigem uma transformação”, destacou.

Papa e os participantes do evento/ Foto: Vatican Media

O encontro no Vaticano examinou três pontos interconexos: uma correta transição energética, o preço do carvão e a transparência ao divulgar os riscos climáticos. A transição implica uma gestão do impacto social rumo a uma sociedade com baixo consumo de carvão. “Se for bem administrada, esta transição pode gerar novas oportunidades de emprego, reduzir as desigualdades e aumentar a qualidade de vida para as pessoas afetadas pela mudança climática”, evidenciou o Pontífice.

“As reflexões devem ir além das meras explorações daquilo que pode ser feito e concentrar-se sobre o que precisa ser feito”, exortou Francisco. Para o Santo Padre, a sociedade não pode permitir o luxo de esperar que outros tomem iniciativas ou dar prioridade a vantagens econômicas a curto prazo. “A crise climática requer de nós uma ação determinada aqui e agora e a Igreja está plenamente engajada a fazer a sua parte”, alertou.

Francisco concluiu reiterando que é necessária uma transição energética radical para salvar a casa comum: “Ainda há esperança e tempo para evitar os piores impactos da mudança climática, com a condição de que haja uma ação rápida e resoluta”.

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