PAZ

Devemos seguir adiante no caminho da paz, reitera Papa

Papa Francisco recebeu em audiência o Instituto de Estudos Internacionais de Salamanca: “o amor, a fraternidade e o verdadeiro humanismo que nasce da fé vencem o ódio, a rejeição e a brutalidade”.

Da redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Claudio Peri/Pool

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira, 26, alguns membros do Instituto Europeu de Estudos Internacionais de Salamanca, na Espanha.

“É um prazer para mim recebê-los novamente nesta casa e partilhar mais uma vez com vocês o fruto de suas pesquisas sobre a realidade política e social atual”, disse o Papa no início de seu discurso.

O Pontífice ressaltou que Roma é herdeira de uma vocação universal. A Sé de Pedro sempre esteve atenta às vicissitudes de todos os povos, aos seus anseios, esforços e às suas dificuldades para obter uma vida melhor, procurando fazer com que alcancem a paz que Jesus prometeu aos seus discípulos.

Esta paz não só vai além do que se pode obter por meios meramente humanos, assinalou Francisco.  “Mas também nos desafia para que não se baseie simplesmente em equilíbrios de poder ou em silenciar as justas demandas dos desfavorecidos. No entanto, a paz entre os homens é um bem essencial pelo qual devemos trabalhar com zelo e suplicar com fervor a Deus.”

Segundo o Papa, é “difícil pacificar”, porque a primeira reação que se tem é a de pegar uma pedra e jogá-la no outro, declarar guerra. “Pacificar é mais fácil se você tomar as providências”.

A guerra deixa o mundo pior

Em seguida, Francisco citou um trecho de sua Encíclica Fratelli tutti: “Toda a guerra deixa o mundo pior do que o encontrou”. Ele ressaltou que a guerra é um fracasso da política e um fracasso da humanidade, uma rendição vergonhosa, uma derrota perante as forças do mal.

“Se pensarmos que no último século houve três guerras mundiais, de 1914 a 1918, de 1939 a 1945, e essa atual que é uma guerra mundial. Como entendemos isso?”, perguntou.

Para Francisco, se pensarmos que o orçamento mais importante é o da fabricação de armas, com um ano sem fabricar armas, o problema da fome no mundo seria resolvido, ou seja, já temos uma orientação belicista de destruição. “Se pensarmos que hoje a tecnologia das armas chega a um ponto que com uma única bomba uma cidade inteira como esta pode ser destruída. O que esperamos? Estamos a caminho… parece que não se entende isso.”

O Papa explicou que é por isso que a luta pelo entendimento humano e pela paz deve ser incansável, e não se pode dar ao luxo de tirar férias disso. “A guerra é terrível. Porém, não devemos desistir, algo novo pode nascer dessas cinzas, nesse fracasso podemos encontrar uma lição de vida”, disse ainda o Papa. 

Logo após, Francisco disse que quando foi ao Sacrário Militar de Redipuglia, um cemitério militar situado no município de Fogliano Redipuglia, nordeste da Itália, e viu as sepulturas, chorou “como um menino”. 

Depois, disse que quando foi ao cemitério americano em Anzio, próximo a Roma, e viu as idades dos soldados, 19, 20, 21, 22 anos, que aquilo mexeu com ele. “Nós não aprendemos”, sublinhou. A seguir, recordou os desembarques na Normandia e as pessoas mortas naquela batalha. “É o drama da guerra, quando vamos entender isso?”, disse.

Recordou ainda que quando foi à Romênia e à Eslováquia, passando pelas cidades, as pessoas acenavam, mas notou que quase não havia homens idosos.  “A guerra. Isso é muito difícil. Acho que temos que reagir, a guerra é terrível. Temos que fazer algo novo com esse fracasso, encontrar uma lição de vida”, sublinhou.

“O que parece uma derrota e um motivo de vergonha pode, como o escândalo da cruz, transformar-se numa vitória”, disse ainda o Pontífice.

Por fim o Papa falou sobre a ajuda dada pelo Instituto de Estudos Internacionais de Salamanca no caminho da paz. “É um desafio que vocês aceitaram e agradeço-lhes por esse desejo de contribuir, a partir de sua ciência, com elementos válidos que ajudem a todos a seguir adiante no caminho da fraternidade, no caminho da paz e da unidade humana”, concluiu.

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