Homilia diária

Cuidar das pessoas feridas, conforme o Bom Samaritano, pede Papa

Homilia de hoje na Casa Santa Marta foi inspirada na parábola do Bom Samaritano 

Da Redação, com Rádio Vaticano 

Papa durante Missa na capela da Casa Santa Marta / Foto:  Arquivo – Rádio Vaticano

Cuidar das pessoas feridas, conforme o Bom Samaritano, ajudar quem precisa a se levantar, como fez o próprio Jesus. Esse foi o convite do Papa Francisco na Missa desta segunda-feira, 9, na Casa Santa Marta. 

A reflexão partiu do Evangelho do dia, em que Jesus conta a Parábola do Bom Samaritano que agiu de modo diferente do sacerdote e do levita. Ele para e socorre o homem ferido, espancado pelos assaltantes que o deixaram quase morto.

A Parábola do Bom Samaritano é a resposta que Jesus dá ao doutor da Lei que queria colocá-lo à prova, perguntando-lhe o que devia fazer para receber em herança a vida eterna. Jesus o faz dizer o mandamento do amor a Deus e ao próximo, mas o doutor da Lei, que não sabia como sair da “pequena armadilha que Jesus lhe tinha feito”, perguntou-lhe: ‘Quem é o meu próximo?’ Então, Jesus respondeu com esta parábola.

Os personagens dessa narrativa são: os assaltantes, o homem ferido deixado quase morto, o sacerdote, o levita, o dono da pensão e o samaritano, um pagão que não fazia parte do povo judeu. Os assaltantes foram embora felizes, pois tinham roubado dele “muitas coisas boas” e não se importaram com sua vida. O sacerdote, “que deveria ser o homem de Deus”, e o levita, que estava próximo à Lei, quando viram o homem ferido, quase morto, seguiram adiante pelo outro lado. O Papa descreveu essa atitude.

“Um comportamento habitual entre nós: olhar uma calamidade, olhar uma coisa feia e seguir adiante. Depois, ler sobre ela nos jornais, um pouco pintada de escândalo ou de sensacionalismo. Ao invés, esse pagão, pecador, que estava viajando, ‘viu e não seguiu adiante: sentiu compaixão’. O evangelista Lucas descreve bem: ‘Viu, sentiu compaixão, aproximou-se dele, não se distanciou, e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas’. Não o deixou ali: fiz a minha parte e vou-me embora. Não!”.

Depois, colocou o homem em seu próprio animal, levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, tendo os seus afazeres, pagou o dono da pensão para que cuidasse dele, dizendo-lhe que quando voltasse, pagaria o que tivesse gasto a mais.

Este é o “mistério de Cristo” que se fez servo, abaixou-se,  aniquilou-se e morreu pela humanidade, destacou o Papa. Com este mistério, Jesus responde ao doutor da Lei que queria colocá-lo à prova. Jesus é o Bom Samaritano e convida aquele homem a fazer o mesmo. “Não é uma fábula para crianças”, disse Francisco aos fiéis presentes na Casa Santa Marta, mas “o mistério de Jesus Cristo”.

“Olhando esta parábola, entenderemos profundamente a amplitude do mistério de Jesus Cristo. O doutor da lei foi embora calado, cheio de vergonha, não entendeu. Não entendeu o mistério de Cristo. Talvez tenha compreendido aquele princípio humano que nos aproxima a entender o mistério de Cristo: que todo ser humano olhe outro ser humano de cima para baixo, somente quando deve ajudá-lo a se levantar. Se alguém faz isso está no bom caminho, está na estrada certa, rumo a Jesus”.

O Papa se referiu também ao dono da pensão que não entendeu nada e ficou surpreso, ficou admirado pelo encontro com alguém que fazia coisas que nunca tinha ouvido falar, disse o Pontífice, ou seja, a admiração do dono da pensão é o encontro com Jesus.

Francisco exortou a ler essa passagem do capítulo décimo do Evangelho de Lucas e a se perguntar: “O que eu faço? Sou um assaltante, enganador, corrupto? Sou um assaltante, ali? Sou um sacerdote que olha, vê e olha para o outro lado e segue adiante? Ou um líder católico que faz a mesma coisa? Ou sou um pecador? Uma pessoa que deve ser condenada pelos próprios pecados? Aproximo-me, cuido daquele que precisa? Como me comporto diante de tantas feridas, de tantas pessoas feridas com as quais me encontro todos os dias? Faço como Jesus? Assumo a forma de um servo? Nos fará bem esta reflexão, lendo e relendo essa passagem. Aqui se manifesta o mistério de Jesus Cristo, que sendo nós pecadores veio por nós, para nos curar e dar a vida por nós”. 

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