Regina Coeli

Com coragem, sair do túmulo dos nossos medos, exorta Papa

Na presença de milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, Francisco rezou o Regina Coeli nesta Segunda-feira do Anjo, 18

Da redação

Papa Francisco durante o Regina Coeli/ Foto: REUTERS/Yara Nardi

Nesta Segunda-feira do Anjo, 18, após a Páscoa, o Papa Francisco rezou a oração mariana do Regina Coeli. Na Itália, o dia é considerado feriado e recorda o encontro do anjo com as mulheres que foram ao túmulo de Jesus.

Em sua reflexão, o Pontífice afirma que os dias da Oitava das Páscoa são como um único dia em que a alegria da ressurreição é prolongada. Portanto, o Evangelho da liturgia de hoje continua a falar do Ressuscitado, da sua aparição às mulheres que tinham ido ao túmulo.

Jesus vai ao encontro delas e as saúda, recorda o Santo Padre. Na sequência, Cristo fala duas coisas que devem ser acolhidas por todos como um “dom de Páscoa”.

Não ter medo

Primeiro, ele as tranquiliza com as seguintes palavras: “Não temam!”, indica o Papa. “Não ter medo. O Senhor sabe que os medos são nossos inimigos. (…) Ele também sabe que os nossos medos provêm do grande medo: o medo da morte, medo de desaparecer, perder entes queridos, estar doente e não conseguir fazer mais”.

Francisco frisa que, na Páscoa, Jesus venceu a morte. Ninguém mais pode dizer de forma mais convincente: “Não tenha medo!”, ressalta. O Pontífice sublinha que a frase foi dita ao lado do sepulcro do qual Jesus saiu vitorioso.

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“Ele [Jesus] nos convida a sair dos túmulos dos nossos medos”, disse o Santo Padre. Por isso, na manhã de Páscoa, como na manhã de todos os dias, o Papa convida os fiéis a não terem medo, mas a terem coragem.

Jesus provou a morte por todos, tomou o mal sobre si e ressuscitou para dizer que está aqui conosco, complementa Francisco.

Coragem

Para combater concretamente o medo, o Pontífice destaca a segunda coisa dita por Jesus às mulheres: “Ide e dizei aos meus irmãos que sigam para a Galileia, lá eles me verão”.

“O medo sempre nos fecha em nós mesmos. (…) Jesus, pelo contrário, nos faz sair, nos envia aos outros. Aqui está o remédio”, explica o Santo Padre.

Para os que não se sentem capazes, o Papa recorda que aquelas mulheres poderiam não ser as mais “adequadas” ou “preparadas” para anunciar o Ressuscitado, mas o Senhor não se importa. O que importa para Jesus é que elas saiam e anunciem.

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Sair e anunciar. São os pedidos de Jesus, indica Francisco. O Pontífice prossegue frisando que a alegria da Páscoa não é para ser guardada, mas sim para ser multiplicada a partir da partilha.

Obstáculo: a falsidade

A falsidade, no entanto, é um obstáculo do anúncio, alerta o Santo Padre. “O Evangelho narra um ‘contra-anúncio’. E qual é? O dos soldados que haviam guardado o sepulcro de Jesus. Eles são pagos com uma boa soma de dinheiro”.

Os soldados receberam para dizer que os discípulos roubaram o corpo de Jesus enquanto eles dormiam. Francisco questiona: “Eles dormiam e viram como o corpo foi roubado?”.

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O Pontífice ressalta que há uma contradição na afirmação dos soldados. Uma contradição que todos creem porque havia dinheiro no meio.

O poder do dinheiro é um “senhor” que Jesus pede que nunca seja servido, lembra o Papa. “A falsidade está aqui na lógica da ocultação. Ela se opõe à verdade”, indica.

Buscar a verdade

Um lembrete do Santo Padre para todos é: “A falsidade das palavras e na vida polui o anúncio. Ela corrompe por dentro, leva de volta ao sepulcro. A falsidade nos leva para a morte. (…) O Ressuscitado, pelo contrário, quer nos tirar dos sepulcros das falsidades e duplicidades”.

A falsidade fecha as portas da salvação, alerta o Pontífice. Ele recorda que a mentira na vida das pessoas e da sociedade é motivo de escândalo, mas é preciso nomear também as falsidades que existem dentro de nós. Deixar que Jesus ilumine as opacidades existentes em todos, é o que pede Francisco.

Por fim, o Papa rogou para que Maria ajude todos a vencerem os medos e a encontrar a paixão pela verdade.           

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