Carta

Ao novo patriarca armênio, Papa recorda sofrimentos da Síria e Líbano

Carta do Papa ao novo patriarca armênio, Dom Raphaël Bedros XXI Minassian, concede a Comunhão Eclesiástica

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

O Papa Francisco concedeu a Comunhão Eclesiástica ao novo patriarca da Cilícia dos Armênios, Dom Raphaël Bedros XXI Minassian. A Santa Sé publicou nesta sexta-feira, 24, a carta que o Papa enviou ao novo patriarca, eleito na quarta-feira, 23, no Sínodo dos Bispos da Igreja Patriarcal da Cilícia dos Armênios.

Francisco expressa sua união à alegria dos filhos e filhas desta Igreja e da Igreja universal que acompanharam a eleição com orações. “Cada membro do povo santo de Deus católico armênio esperava o seu Pastor, para ser conhecido por ele, chamado pelo nome e conduzido pela palavra forte e afável do Evangelho”, ressalta.

Em especial, o Pontífice fala dos desafios que constituem o cenário desta eleição. Menciona, por exemplo, o sofrimento da Síria e do Líbano, países onde a Igreja da Cilícia dos Armênios está presente. Também recordou a pandemia, que em muitos países do mundo está longe de ser superada.

“Todos os homens de boa vontade, especialmente os cristãos, são chamados a estar próximos e a se mostrar irmãos, vencendo a indiferença e a solidão. Mesmo sob os dilúvios da história e nos desertos de nossa época, podemos e devemos caminhar em direção ao Crucificado que Ressuscitou”.

Sofrimento do povo armênio

O Santo Padre fala também do povo armênio como “um especialista em sofrimento”. Aqui, Francisco recorda as muitas provações ao longo dos mais de 1.700 anos de história cristã, mas também a capacidade inexaurível desse povo de florescer e dar fruto. E isso “através da santidade e sabedoria de seus santos e mártires, da cultura de seus médicos e pensadores, da arte que sabe gravar o sinal da cruz na rocha como árvore da vida, testemunho da vitória da fé sobre todas as forças adversas do mundo”.

A Igreja da Cilícia dos Armênios está plenamente inserida nas vicissitudes do povo armênio, observa o Papa. Ela preserva a memória e tradições, ao mesmo tempo em que está profundamente ligada ao Sucessor do Apóstolo Pedro.

“Confio-lhes o cuidado das novas gerações, a promoção das vocações, a sábia harmonia que vocês devem ser capazes de encontrar entre as diferentes instâncias de sua comunidade, tais como as Irmãs da Imaculada Conceição, a Congregação Mekhitarista e o Instituto do Clero Patriarcal de Bzommar como muitos de seus filhos e filhas que se formaram e vivem na Igreja latina, mas estão bem cientes de sua pertença armênia”.

Ao fim da carta, o Papa fala do exemplo e intercessão da Virgem Maria e de todos os santos da tradição armênia, como São Gregório de Narek. “Que indiquem, sobretudo, o caminho da autêntica fraternidade e do diálogo ecumênico com os irmãos da Igreja Apostólica Armênia”.

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