Audiência no Vaticano

Ao Centro Turístico Juvenil, Papa pede encontro entre pessoas e território

Em audiência no Vaticano, Francisco recebeu dirigentes de associação italiana comprometida com a educação e formação integral da pessoa humana

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco sendo presenteado por um dos membros do Centro Turístico Juvenil/ Foto: Vatican Media

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira, 22, na Sala Paulo VI, no Vaticano, dirigentes e sócios do Centro Turístico Juvenil, uma associação italiana comprometida com a educação e formação integral da pessoa humana, que completa este ano 70 anos de fundação.

“Setenta anos atrás, alguns jovens da Ação Católica tiveram a ideia de fundar o Centro Turístico Juvenil”, recordou o Pontífice em seu discurso. “[Os jovens] se propuseram ser portadores de vínculos sociais inspirados na participação e na visão integral da pessoa humana, cultivando o sonho de animar e transformar o ambiente social, através de várias atividades recreativas e culturais”, completou.

Sobre a “visão integral da pessoa”, Francisco afirmou: “Certamente não queremos dizer uma teoria, mas uma maneira de viver e agir. Essa visão não se encontra primeiramente dentro de um manual, mas nas pessoas que vivem com esse estilo: com os olhos abertos para o mundo, de mãos dadas a outras pessoas e com o coração sensível às fraquezas dos irmãos”.

“Podemos dizer também que a ‘integralidade’ à qual vocês se referem não alude à perfeição, mas à imperfeição; não lembra a integridade do indivíduo, mas que é incompleto e precisa olhar ao seu redor para se entender profundamente; não leva a uma estagnação orgulhosa, mas à humilde busca de novos conhecimentos, de contato com as pessoas, culturas e problemas do nosso tempo”, disse ainda o Papa.

Para o Pontífice, é com essas finalidades que o Centro Turístico Juvenil promove o turismo, um turismo que, segundo ele, não é inspirado nos padrões do consumismo ou que deseja somente acumular experiências, mas que é capaz de favorecer o encontro entre as pessoas e o território, fazendo-as crescer no conhecimento e respeito recíproco.

“Se eu visito uma cidade é importante que eu conheça não somente os monumentos, mas também a história que existe por trás dela, como vivem os seus cidadãos e quais desafios enfrentam. Se subo uma montanha, além de me manter nos limites que a natureza me impõe, devo respeitá-la, admirando a beleza e protegendo o ambiente, criando laços com os elementos naturais formados de conhecimento, reconhecimento e valorização”, sublinhou.

O Santo Padre reforçou que o Centro Turístico Juvenil definiu esse modo de viajar como “Turismo Lento”, contrapondo-o ao turismo de massa, pois promove a qualidade e a experiência, a solidariedade e a sustentabilidade.

“Como mascote desse turismo cuidadoso e construtivo, vocês escolheram uma tartaruga, representada no cartão de sócio deste ano, que com sua calma determinada nos ensina que a lentidão, se não é fruto da preguiça, gera atenção a lugares e pessoas, fidelidade à terra e dedicação a ela. A prática do ‘Turismo Lento’, baseada na animação e educação cultural e ambiental, ajuda vocês a viverem de maneira diferente e mais consciente todo momento da vida cotidiana, incluindo o do trabalho e maior compromisso”, observou Francisco.

O Papa recordou que não obstante o entusiasmo típico da idade juvenil, é preciso reconhecer que muitos jovens ao invés de desejarem construir o futuro, se sentem, infelizmente, desiludidos e desmotivados: “Talvez por causa do pessimismo que os circunda, não ousam voar alto, mas se contentam em sobreviver ou ir vivendo”.

Dentro da espiritualidade do Centro Turístico Juvenil, o Pontífice comentou que os jovens podem ser companheiros de viagem para muitos de seus coetâneos. “Vocês podem ajudá-los a fazer reflorescer o entusiasmo, se já não o percebem mais, porque estão sepultados pelos escombros do desencanto ou pela poeira densa dos maus exemplos. (…) A partilha do tempo livre como tempo de qualidade pode se tornar uma boa chave para abrir a porta do coração de muitos jovens, gerando laços de amizade, capazes de veicular valores autênticos e também a fé”, concluiu.

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