Discurso

Adorar, acolher e ir é proposta do Papa aos vicentinos

Durante discurso, Francisco encorajou milhares de vicentinos a continuarem no caminho da caridade gerado por São Vicente

Da redação, com Rádio Vaticano

“Vou ao encontro dos outros como que quer o Senhor, levo este fogo da caridade ou fico fechado a aquecer-me em frente da lareira?” questionou Francisco durante discurso / Foto: Rádio Vaticano

O Papa Francisco encorajou milhares de vicentinos que se reuniram na manhã deste sábado, 14, na Praça São Pedro, no Vaticano, a continuarem no caminho da caridade gerado por São Vicente. O pontífice propôs ao grupo a prática de três verbos, importantes para o espírito vicentino e para a vida cristã em geral: adorar, acolher e ir.

O verbo “adorar”, foi o primeiro a ser refletido por Francisco. Segundo o Santo Padre são inúmeros os convites de São Vicente para o cultivo da vida interior e a dedicação à oração, sendo esta última capaz de purificar, abrir o coração e permitir que se chegue ao amor de Deus, para depois o derramar sobre o mundo.

Segundo o Papa, para São Vicente a oração era essencial, a bússola de cada dia, o manual da vida, que não deve ser entendida como um conjunto de fórmulas, mas sim como um abandono a Deus. “Adorar é pôr-se perante Deus, com respeito, com calma e no silêncio, dando-lhe o primeiro lugar, abandonando-se com confiança”, afirmou Francisco.

O Santo Padre explicou que ao adorar a Deus, o homem fica contaminado pelo amor de Cristo e não pode senão fazer o mesmo com os outros: ser misericordioso, compreensivo, disponível, aberto. Esta abertura ao outro, é de acordo com o Papa, o que conduz ao verbo acolher.

Sobre o verbo “acolher”, Francisco convidou todos a olharem por outra perspectiva. “Acolher é redimensionar-se a si próprio, endireitar o próprio modo de pensar, compreender que a vida não é a minha propriedade privada e que o tempo não me pertence. Quem acolhe renuncia ao eu e faz entrar na vida o tu e o nós”, refletiu.

“O cristão acolhedor é um verdadeiro dom para a Igreja, porque a Igreja é Mãe e uma mãe acolhe a vida e a acompanha”, disse o Papa. Para o Pontífice, quem acolhe sem se lamentar é um filho realmente fiel à Igreja capaz de criar concórdia e comunhão e com generosidade semear a paz.

Francisco rogou a São Vicente para que ajude na valorização deste “DNA” do acolhimento, fazendo desaparecer todas os azedumes, o desdém, a ira, os gritos e maledicências, assim como todas as formas de maldade. Segundo o Papa o amor é dinâmico, daí o verbo ir, e relembrou os dizeres de São Vicente sobre a vocação de ir por toda a terra acender os corações do homem com a luz do amor, como Deus fez.

O Papa falou de forma atemporal sobre a vocação do “ir”, que deve ser válida ainda hoje. Ao finalizar sua reflexão, lançou a seguinte pergunta: “vou ao encontro dos outros como que quer o Senhor, levo este fogo da caridade ou fico fechado a aquecer-me em frente da lareira?”

Ao final de seu discurso, o Santo Padre agradeceu aos vicentinos por serem um movimento que percorre os caminhos do mundo e encorajou-os mais uma vez nesta caminhada, na adoração cotidiana do amor de Deus e a difundir esse amor pelo mundo através da caridade, disponibilidade e concórdia. Francisco abençoou a todos que fazem parte do movimento vicentino e aos pobres que encontram, e pediu orações.

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