Liberdade se desenvolve na responsabilidade, diz Papa

O Papa Bento XVI chegou na manhã desta quinta-feira, 22, ao Aeroporto de Berlim-Tegel, na Alemanha, dando início a sua 21º Viagem Apostólica Internacional.

Em sua primeira viagem de estado ao país, Bento XVI foi recebido pelo presidente Christian Wulff e pela chanceler Angela Merkel e agradeceu pelo convite desta visita, mas salientou que embora esta viagem seja uma visita oficial, que reforçará as boas relações entre a República Federal da Alemanha e a Santa Sé, ela não tem objetivos políticos ou econômicos, mas visa o encontro com o povo para lhes falar de Deus.

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“A respeito da religião, constatamos uma indiferença crescente na sociedade, que, nas suas decisões, tende a considerar a questão da verdade sobretudo como um obstáculo, dando por isso a prioridade às considerações utilitaristas”, destacou o Papa em seu discurso.

O Santo Padre salientou que é necessária uma base vinculativa para a convivência; caso contrário, cada um vive só para o seu individualismo.

Liberdade, responsabilidade e religião

“Ora um destes fundamentos para uma convivência bem sucedida é a religião. Assim como a religião precisa da liberdade, assim também a liberdade precisa da religião”, disse o Papa recordando as palavras do bispo alemão Wilhelm von Ketteler.

A liberdade, destacou o Papa, precisa de uma ligação primordial a uma instância superior. O fato de haver valores que não são de modo algum manipuláveis é a verdadeira garantia da nossa liberdade.

“O homem que se sente vinculado à verdade e ao bem estará imediatamente de acordo com isto: a liberdade só se desenvolve na responsabilidade face a um bem maior. Um tal bem só existe para todos juntos; por conseguinte, devo interessar-me sempre também dos meus vizinhos. A liberdade não pode ser vivida na ausência de relações”, enfatizou.

Na convivência humana, a liberdade não é possível sem a solidariedade, salientou Bento XVI  explicando que um dano feito a outros, não é liberdade, mas uma ação culpável que prejudica aos outros e também a própria pessoa que comete o mal.

“Só usando também as minhas forças para o bem dos outros é que posso verdadeiramente realizar-me como pessoa livre. Isto vale não só no âmbito privado mas também na sociedade. Segundo o princípio de subsidiariedade, a sociedade deve dar espaço suficiente às estruturas inferiores para o seu desenvolvimento e, ao mesmo tempo, deve servir-lhes de suporte, de tal modo que, um dia, possam também manter-se por si sós”, reforçou o Papa.

Depois da recepção no Aeroporto, o Papa, juntamente com seu Secretário de Estado, Cardeal Tarcísio Bertone, teve um encontro privado com a chanceler Angela Merkel. Nesta quinta-feira, o Papa visita a Academia Católica onde almoça com os membros da comitiva papal. Após o almoço, o Santo Padre se dirigirá de carro para a sede da Nunciatura Apostólica em Berlim.

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