JMJ 2019

JMJ: Jovens são o ‘agora’ de Deus, diz Papa em Missa de Encerramento

Anúncio do local da próxima JMJ, Lisboa, foi feito na Missa de Encerramento da JMJ Panamá

Da redação

Missa de encerramento da JMJ no Panamá./ Foto: Reuters- Henry Romero.

Na manhã deste domingo, 27, o Papa Francisco celebrou a Missa de encerramento da JMJ Panamá 2019, no Campo João Paulo II.

No início da celebração, o Papa foi recebido por Dom José Domingo Ulloa Mendieta, que agradeceu pela oportunidade dada ao país de organizar esta 34ª JMJ:

“Obrigado por ter-nos permitido preparar e celebrar esta Jornada com sabor mariano, com um estilo americano e caribenho, com espaços de oração, formação, renovação e conversão pastoral. Como fruto da JMJ, nossa Igreja na América Central está fortalecida em sua estrutura pastoral, em sua comunhão eclesial e mais viva em seu compromisso missionário, para assim anunciar com paixão o Evangelho.”

Em sua homilia, o Papa Francisco falou sobre o Evangelho que apresenta o início da missão pública de Jesus:

“Momento importante na vida do Mestre quando Ele – a criança que Se formara e crescera dentro daquela comunidade – Se levantou e tomou a palavra para anunciar e realizar o sonho de Deus. Uma palavra até então proclamada apenas como promessa do futuro, mas que, na boca de Jesus, só podia ser pronunciada no presente, tornando-se realidade: ‘Cumpriu-se hoje’.”

.: Confira a íntegra da Homilia

O pontífice afirmou que Jesus revela o ‘agora’ de Deus, que vem ao nosso encontro para chamar a todos para tomar parte neste ‘agora’, que já chegou, e que faz necessário anunciar a Boa Nova, libertar os cativos, proclamar um ano favorável da parte do Senhor.

“É o agora de Deus que, com Jesus, se faz presente, se faz rosto, carne, amor de misericórdia que não espera situações ideais ou perfeitas para a sua manifestação, nem aceita desculpas para a sua não-realização. Ele é o tempo de Deus que torna justos e oportunos todos os espaços e situações. Em Jesus, começa e faz-se vida o futuro prometido. Quando? Agora.”

O Papa lembrou que nem todos davam ouvidos a Jesus, e alertou para o fato de que hoje pode acontecer o mesmo

“Nem sempre acreditamos que Deus possa ser tão concreto no dia-a-dia, tão próximo e real, e menos ainda que Se faça assim presente agindo através de alguém conhecido, como um vizinho, um amigo, um parente. Não é raro comportarmo-nos como os vizinhos de Nazaré, preferindo um Deus à distância: magnífico, bom, generoso mas distante e que não incomode. Porque um Deus próximo no dia-a-dia, amigo e irmão pede-nos para aprendermos proximidade, presença diária e, sobretudo, fraternidade. (…) Deus é real, porque o amor é real; Deus é concreto, porque o amor é concreto.”

Francisco reforçou aos jovens que não pensem que sua missão e vocação sejam somente para o futuro:

“Como se ser jovem fosse sinônimo de ‘sala de espera’ para quem aguarda que chegue o seu turno. E, enquanto este não chega, inventam para vós ou vós próprios inventais um futuro higienicamente bem embalado e sem consequências, bem construído e garantido com tudo ‘bem assegurado’. É a ‘ficção’ da alegria.”

O Papa afirmou que, pensando assim, os sonhos perdem altitude e se tornam ilusões rasteiras, pequenas e tristes.

Escuta entre gerações

O Papa lembrou que um dos frutos do Sínodo recente foi a riqueza de do encontro. A riqueza da escuta entre gerações, a riqueza do intercâmbio e o valor de reconhecer que precisamos uns dos outros, promovendo canais e espaços de compromisso com a construção do sonho comum, e afirmou que este espaço é conquistado.

“Porque vós, queridos jovens, não sois o futuro, mas o agora de Deus. Ele convoca-vos e chama-vos, nas vossas comunidades e cidades, para irdes à procura dos avós, dos mais velhos; para vos erguerdes de pé e, juntamente com eles, tomar a palavra e realizar o sonho com que o Senhor vos sonhou. Não amanhã; mas agora! Pois, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração, e, aquilo que vos enamora, conquistará não apenas a vossa imaginação, mas envolverá tudo. Será aquilo que vos faz levantar de manhã e incita nos momentos de cansaço, aquilo que vos abrirá o coração enchendo-o de maravilha, alegria e gratidão. Senti que tendes uma missão e apaixonai-vos por ela, tudo dependerá disto. Poderemos ter tudo; mas, se falta a paixão do amor, faltará tudo! Deixemos que o Senhor nos faça enamorar!”

Por fim, Francisco indicou aos jovens deixarem de lado o medo da exclusão, da especulação e da manipulação, e lembrou aos jovens o exemplo de Maria, que não se limitou a acreditar em Deus e nas suas promessas, mas teve a coragem de dizer ‘Sim” para participar deste agora do Senhor.

“Quereis viver em concreto o vosso amor? O vosso ‘sim’ continue a ser a porta de entrada para que o Espírito Santo conceda um novo Pentecostes ao mundo e à Igreja.”

Anúncio da próxima JMJ: Lisboa

No final da celebração eucarística, o Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Cardeal Joseph Farrell, dirigiu uma breve saudação ao Papa.

Em seguida, o Papa fez uma oração a Nossa Senhora, entregando os jovens do mundo inteiro, e se despediu dos jovens, anunciando o local da próxima JMJ, Lisboa, em Portugal:

“A vocês, queridos jovens, um grande ‘obrigado’! A vossa fé e alegria fizeram vibrar o Panamá, a América e o mundo inteiro. Estamos a caminho: continuai a caminhar, continuai a viver a fé e a partilhá-la. Não vos esqueçais que não sois o amanhã, não sois o ‘entretanto’, mas o agora de Deus. Já foi anunciado o local da próxima Jornada Mundial da Juventude. Peço-vos para não deixar resfriar o que vivestes nestes dias. Regressai às vossas paróquias e comunidades, às vossas famílias e aos vossos amigos, e transmiti esta experiência, para que outros possam vibrar com a força e o sonho que tendes em vós. Com Maria, continuai a dizer ‘sim’ ao sonho que Deus semeou em vós.”

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