Assembleia CNBB

Ser discípulo da Palavra de Deus na Igreja, convida bispo

Dom Jacinto destacou o chamado à animação bíblica e pastoral e recordou as contribuições do Dei Verbum, documento fruto do Concílio Vaticano II

Jéssica Marçal
Da Redação

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Dom Jacinto Bergmann foi o celebrante da Missa que recordou 50 anos do Concílio Vaticano II / Foto: Reprodução TVCN

No penúltimo dia da 52ª Assembleia Geral da CNBB, nesta quinta-feira, 8, os bispos participaram da Missa recordando os 50 anos do Concílio Vaticano II. Quem presidiu a celebração de hoje no Santuário Nacional de Aparecida (SP) foi o arcebispo de Pelotas (RS), Dom Jacinto Bergmann, que destacou o chamado à evangelização e as contribuições do documento conciliar Dei Verbum, sobre a revelação divina.

A homilia do arcebispo partiu da Primeira Leitura do dia, que relata o chamado do apóstolo Filipe à evangelização. Dom Jacinto trouxe essa reflexão para os dias atuais, perguntando, por diversas vezes, quem são os “Filipes” e os “eunucos” da atualidade, ou seja, as pessoas chamadas à evangelização e aquelas que são evangelizadas.

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“Quantos anjos do Senhor estão falando aos Filipes de hoje dizendo: ‘preparem-se e vão para o sul das periferias existenciais’. Quem são hoje os eunucos etíopes que aparecem? Somos os Filipes de hoje que falam a partir das Sagradas Escrituras e anunciam Jesus Cristo aos eunucos de hoje, famintos dessa Palavra de Deus?”.

Dom Jacinto questionou se os fiéis de hoje sabem conduzir as pessoas ao encontro dos sacramentos da Igreja, como Filipe fez com o eunuco. Ele também propôs que se pense se hoje o povo de Deus é arrebatado pelo Espírito Santo e se deixa atrair por novas missões, fazendo com que as pessoas sigam suas vidas cheias de alegria.

“Portanto, obedientes à Palavra de Deus na Primeira Leitura, somos interpelados a percorrermos o caminho de uma verdadeira animação bíblica e pastoral. O caminho de oração e comunhão com a Palavra e o caminho de proclamação da Palavra”, disse o arcebispo, que também é presidente da Comissão para a Animação Bíblico Catequética da CNBB.

Concílio Vaticano II

Outra questão abordada na homilia foi a recordação dos 50 anos do Concílio Vaticano II. Dom Jacinto citou em especial a constituição dogmática Dei Verbum, um dos frutos do grande evento convocado pelo Papa João XXIII, santificado no último dia 27.

O documento trata da revelação divina e foi mencionado tendo em vista as palavras de Jesus no Evangelho do dia: “Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu”(Jo 6, 50-51).

“Pela palavra de Jesus dirigida a nós está claro que somos atraídos por Deus, somos ouvintes de Deus, somos amados por Deus, tudo isso através do Dei Verbum, o Pão descido do céu”, declarou o arcebispo.

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Bispos acompanham homilia de Dom Jacinto no Santuário Nacional / Foto: Reprodução TVCN

Dom Jacinto agradeceu a Deus pela constituição dogmática Dei Verbum, documento a partir do qual surgiu uma pastoral bíblica, que hoje possibilita a compreensão e o anúncio de uma verdadeira animação bíblica e da pastoral, um passo novo e decisivo.

“A Igreja católica tornou-se mais atenta em escutar o Senhor, mais profética em anunciar sua Palavra e mais misericordiosa em servir a todos. (…) O que já foi feito nestes quase 50 anos da Dei Verbum nos cinco continentes e em chão brasileiro com a leitura orante é uma verdadeira atualização do milagre da encarnação do Verbo Divino”.

Ainda no contexto das contribuições do documento conciliar, Dom Jacinto recordou o Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, realizado em 2008, e a consequente Exortação Apostólica Verbum Domini, do Papa Emérito Bento XVI. O arcebispo disse ainda que, graças à Dei Verbum e a todas as constituições e decretos do Concílio Vaticano II, têm-se hoje a Evangelii Gaudium, exortação apostólica do Papa Francisco que fala da alegria do Evangelho.

Manifestando gratidão a Deus por todos esses eventos e documentos que possibilitaram reflexões e estímulos à evangelização, Dom Jacinto concluiu a homilia fazendo um pedido à Nossa Senhora.

“Nossa Senhora Aparecida, nós bispos, hoje, vos contemplamos como chamados a sermos fecundos discípulos missionários da Palavra na Igreja. Ajuda-nos, ó Mãe Aparecida, para que cada um dos nossos dias seja plasmado pelo encontro renovado com o Cristo, verbo do Pai feito carne”.

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