Surto

Sarampo: médica explica sintomas e prevenção contra a doença

Surto no estado do Amazonas já confirmou 263 casos e outros 1.300 estão sob investigação, segundo o Ministério da Saúde

Thiago Coutinho,
Da redação

Campanha nacional de vacinação contra o sarampo será realizada de 6 a 31 de agosto/ Foto: Julia Beck – CN

Um surto de sarampo nos estados de Roraima e Amazonas chamou a atenção das autoridades de saúde do país. Somente no estado do Amazonas, foram 263 casos e outros 1.368 permanecem em investigação. Há registros da doença também nos estados de Rondônia, Rio de Janeiro, Minas Gerais , São Paulo e Rio Grande do Sul, mas nesses estados a incidência é baixa. Por se tratar de uma doença altamente contagiosa, o Ministério da Saúde alerta para que a população volte a se vacinar ― sobretudo as crianças.

“Trata-se de uma doença causada por um vírus, extremamente contagiosa de transmissão respiratória, como tosse, espirro e saliva”, explica a médica Vivian Vaz França, pediatra e imunologista.

Os primeiros sinais do sarampo aparecem de 10 a 14 dias após o contágio. O infectado apresenta febre alta, vermelhidão nos olhos, dificuldades de olhar para luz, alterações dentro da boca e manchas vermelhas espalhadas pela pele, conhecidas como exantemas.

A melhor maneira de se proteger contra o sarampo é se vacinar. Segundo a médica, todas as pessoas de 1 a 49 anos precisam ser vacinadas. “De 1 a 29 anos são necessárias duas doses da vacina. De 30 a 49, uma dose. E se você não tiver mais a carteira de vacinação, tem que tomar a vacina novamente. E não há problemas se já a tomou antes e tomar de novo”, detalha Vivian. A campanha nacional de imunização contra o sarampo será realizada de 6 a 31 de agosto. 

O tratamento é sintomático (alivia os sintomas) e feito por meio da aplicação de vitaminas. Quando não tratada de maneira correta, a doença pode deixar sequelas. “Principalmente em crianças”, salienta a imunologista. “Podem evoluir para doenças respiratórias, como pneumonias, complicações neurológicas, desnutrição e doenças diarreicas”, acrescenta.

Volta da doença

Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-americana de Saúde certificado de território livre do sarampo, mas há o problema da contaminação que é trazida de outros países. Neste ano, por exemplo, a doença foi registrada em nove países nas Américas, dentre eles, dois fazem fronteira com o Brasil: Peru e Venezuela. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou um Plano de Ação Regional, em apoio aos países das Américas que estão recebendo venezuelanos. 

“O contato com pessoas infectadas, principalmente nas fronteiras do Brasil, acabou fazendo com que a doença voltasse para cá”, diz a médica.

As vacinas são contraindicadas para gestantes, algumas imunodeficiências e alergias comprovadas à vacina. “Aquelas que causam choque anafilático, por exemplo. Mas, para isto, você deve ter um histórico de reações graves de vacinas previamente tomadas”, explica Vivian.

Veja mais detalhes sobre o surto de sarampo na reportagem abaixo:

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