Outubro

Mês das Missões: leigos se engajam em ações missionárias do cotidiano

Igreja católica dedica o mês de outubro às missões; leigos mostram ações cotidianas que são missionárias

Denise Claro
Da redação

O mês de outubro, na Igreja católica, é dedicado às Missões. A escolha deste mês como mês missionário foi inicialmente para recordar a chegada ao continente americano dos europeus, o que abriu uma nova página na história da evangelização mundial.

Grandes são as obras missionárias que a Igreja realiza, evangelizando povos, continentes e lugares distantes. Também é importante a missão dos religiosos que, de dentro dos mosteiros e conventos, se dedicam a interceder pelos cristãos, como Santa Teresinha, que foi proclamada em 1927 padroeira das missões (junto com São Francisco Xavier), mesmo sem nunca ter saído do claustro.

Neste ano, em que o tema da Campanha Missionária é “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, também é um tempo de voltar o olhar para as pequenas ações missionárias feitas no dia a dia, seja por religiosos ou leigos, que dão testemunho do Evangelho no seu cotidiano.

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Moradora da cidade de Niterói, no Estado do Rio, Maria Lúcia Elvas promove frequentemente momentos de evangelização com moradores de seu bairro. “Nós e outras dez famílias nos reunimos há 17 anos para a Novena de Natal, desde o ano 2000 no mês de novembro, pois dezembro é um mês comprometido com festas e confraternizações. A cada reunião uma família prepara as reflexões e os cantos”.

Famílias se reúnem para a oração da Novena de Natal, há 17 anos / Foto: Arquivo Pessoal.

Maria Lúcia afirma que o grupo começou com participantes do Movimento de Schoenstatt, e até hoje dá resultado. “Tem sido de grande proveito espiritual. Aos poucos, alguns despertam para participar em alguma ação social, como ajudar uma creche, asilo ou hospital, partindo do Gesto Concreto. E também é palco de muitas conversões. Um marido se preparou para fazer a primeira comunhão e a crisma por causa deste convívio há sete anos e continua perseverando. Outros se engajam em pastorais na paróquia, e passam tomar mais consciência da importância dos Sacramentos. É um momento de evangelização que têm dado frutos”. 

A empresária Ana Cláudia Siqueira iniciou no ano passado, com pessoas conhecidas, o Terço dos Não Nascidos todas às terças-feiras, à noite. O terço também é exibido ao vivo em uma rede social e acompanhado por várias pessoas, inclusive de outros países. “Ganhei este terço de amigos que sabiam que eu era envolvida nas campanhas pró-vida. A partir do testemunho da Elba Ramalho na TV Canção Nova, tive essa ideia como proposta pelo Ano Mariano, e começamos a nos reunir para rezar em nossa casa uma vez por semana. Tem gente que nos acompanha do Canadá e até da África pela live, normalmente pessoas que têm um histórico de aborto ou que quase perdeu um filho”.

Além dessa iniciativa, Ana Cláudia e sua família também são engajados nos trabalhos da Pastoral Carcerária, visitando presídios e levantando doações. “Para mim é uma missão. E sempre falamos que o missionário é aquele que vai fazer a visita, mas também quem reza por quem vai, e aquele que financia a missão. Porque às vezes a pessoa não sente esse chamado, ou tem até mesmo medo de ir, não tem condições emocionais para isso, mas intercede pela missão, ou dá alguma ajuda, se envolve de alguma forma e ajuda a missão a acontecer”. 

Ana Cláudia (à esquerda) com o grupo que reza o Terço dos Não Nascidos/ Foto: Arquivo Pessoal.

Dia Mundial das Missões 2017

No próximo domingo, 22, será comemorado o Dia Mundial das Missões, data que já está na 91ª edição e foi criada em 1926, pelo Papa Pio XI.

Em sua mensagem tradicionalmente enviada por ocasião da data, neste ano, o Papa Francisco destacou que a missão da Igreja é destinada a todos os homens de boa vontade e funda-se sobre o poder transformador do Evangelho.

O Pontífice reforça, no documento, que a missão da Igreja é animada por uma espiritualidade de êxodo contínuo, “sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”, uma peregrinação através dos “vários desertos da vida”, das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça.

“O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho. (…) Podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.”

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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