Artigo Empreendedorismo

Mercado de trabalho: Identidade digital e aspectos éticos

Desenvolver a melhor reputação possível é primordial para que as empresas consigam atrair e reter os melhores talentos diante de um cenário competitivo

André Prado*

A identidade digital reúne dados de pessoas, organizações e outros por meio de recursos computacionais. Basicamente, pode conter características biográficas ou biométricas, envolvendo uma série de informações.

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O armazenamento de dados restritos deve ser preservado com segurança com a finalidade de se manter a privacidade e evitar invasões de identificação. Porém, esta não é uma tarefa fácil considerando que muitas informações podem ser encontradas na Internet.

Até conteúdos sobre processos na justiça podem ser encontrados em pesquisa em buscadores da internet inserindo o nome completo de uma pessoa. Isso se deve ao fato de que os processos judiciais são públicos, sendo apenas preservados aqueles que tramitam em segredo de justiça.

Cabe ressaltar que algumas empresas podem deixar de contratar alguém de acordo com o histórico de ações judiciais que esta possuir, inclusive há empregadores que não recrutam candidatos que moveram processos trabalhistas contra ex-empregadores, que estejam com restrições em cadastros de proteção ao crédito e que não possuam bons antecedentes.

Todavia, existem outros tipos de dados que podem ser encontrados na rede mundial de computadores. Por exemplo, as redes sociais tão presentes no mundo moderno possuem uma gama de informações em bilhões de perfis.

Muitas referências são disponibilizadas pelos próprios usuários que se socializam por intermédio da rede informatizada, que além da finalidade de comunicação, se constituem um importante meio de realização de marketing pessoal.

Por este motivo, muitas empresas vasculham dados dos candidatos a empregos nas redes sociais, procurando encontrar conteúdos pessoais antes de efetivar a contratação. Em algumas redes, é possível visualizar cursos realizados, locais onde o candidato trabalhou e outros fatos.

Entretanto, enganam-se aqueles que acreditam que são apenas estes aspectos que os recrutadores observam. A análise costuma se estender à forma de comunicação da pessoa, com quem se comunica, como se relaciona e desenvolve a rede de contatos, tipos de assuntos que costuma postar, assuntos de interesse, hábitos e costumes, se as opções de postagens permanecem abertas ou fechadas para terceiros, imagens publicadas e assim por diante.

Ter um perfil apático também pode influenciar pela não contratação dependendo dos pré-requisitos exigidos pelo cargo e o candidato que não possuir perfil nas redes sociais pode ser considerado um excluído digital.

Sabe-se de casos de recrutadores que desistiram da contratação após investigar o comportamento de candidatos nas redes. Por esse e outros motivos, é recomendável manter um comportamento ético no que diz respeito à identidade digital, principalmente aos que estão iniciando ou em pleno desenvolvimento da carreira profissional.

Fatores organizacionais

É digno de nota frisar que a reputação não se restringe apenas às pessoas. A marca do empregador (employer branding) também tem sido uma estratégia tratada com bastante atenção por muitas organizações.

Esse quesito é um relevante indicador de um determinado local de trabalho em relação à consideração dos colaboradores. Muitos candidatos, quando estão em busca de uma oportunidade, realizam pesquisas sobre as empresas que ofertam vagas.

Organizações com reconhecimento e renome acabam por ter disputas mais acirradas pelos candidatos. Por consequência, esse fator pode atrair mais talentos a serem angariados nas etapas dos processos seletivos.

Com base nisso, diversas empresas estão investindo em redes sociais de carreira, melhorias dos sites corporativos e até mesmo em feiras de talentos. A ideia principal é demonstrar o que a organização oferece para o desenvolvimento dos interessados.

Desenvolver a melhor reputação possível é primordial para que as empresas consigam atrair e reter os melhores talentos diante de um cenário competitivo. Dessa forma, várias companhias passam a ser reconhecidas como boas empregadoras e se tornam cada vez mais desejadas pelos profissionais.

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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br

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