Testemunho

Irmã Dulce foi coração aberto ao chamado de Deus, diz frade capuchinho

Religioso fala da experiência gratificante de ter respondido cartas com relatos de graças alcançadas por intercessão de irmã Dulce

Jéssica Marçal
Da Redação, com colaboração de Rogéria Nair

Frei Ícaro Rocha recebia e respondia cartas com relatos de graças alcançadas por intercessão de Irmã Dulce / Foto: Rogéria Nair – Canção Nova

Uma experiência gratificante, que motiva a colocar-se ao serviço de Deus e do próximo, a exemplo de irmã Dulce. Esse é o relato do frei Ícaro Rocha, frade capuchinho que por quase dois anos fez o trabalho de reunir e responder as cartas que chegavam relatando graças alcançadas por intercessão de Irmã Dulce. A religiosa baiana será canonizada neste domingo, 13, em cerimônia presidida pelo Papa Francisco no Vaticano. 

O religioso explica que o trabalho dos frades capuchinhos junto às Obras Sociais Irmã Dulce é o de desempenhar toda a assistência espiritual, seja no hospital seja no Santuário a ela dedicado. E a eles também foi confiada a tarefa de responder as cartas de milagres registrados por intercessão da religiosa que será a primeira santa nascida no Brasil.

“Chegavam até nós por e-mail, os depoimentos chegavam nas cartas deixadas no túmulo de irmã Dulce, então eram recolhidas por nós e respondíamos na medida das nossas possibilidades a fim de propagar e incentivar a devoção a Irmã Dulce e também registrar um possível milagre para a canonização”. 

Nesses trabalhos, frei Ícaro conta que eles iam ao hospital, na sala da Capelania, e lá reuniam tanto os pedidos que chegavam por via física – cartas deixadas no túmulo – quanto os relatos que chegavam por e-mail.  “Lá respondíamos durante uma tarde, uma vez na semana, a fim de adiantar esse processo e respondermos as cartas com maior eficiência”. 

Dentre os vários relatos que pôde acompanhar, o religioso ressalta a aflição de uma mãe que desejava ter um filho e não conseguia e, depois de recorrer à intercessão de Irmã Dulce, conseguiu. Ele acrescenta que foram vários milagres, vários sinais pela intercessão de irmã Dulce para além do milagre que à levou à canonização. São muitas histórias de fiéis devotos.

Essas histórias entrelaçadas com as obras sociais e os testemunhos de fé comprovaram, segundo o frei, cada vez mais a santidade de Irmã Dulce. “Para nós foi uma grande alegria poder trabalhar nessa questão de responder as cartas e ver como a intercessão e a memória de Irmã Dulce é tão presente, viva e atuante na nossa Igreja”. 

“Os milagres continuam a chegar, são várias curas, vários sinais miraculosos dados à intercessão de Irmã Dulce. Então a intercessão dela continua, é constante”, afirma frei Ícaro.

Ele diz ser impossível contar quantos foram os relatos recebidos, mas diz que centenas, milhares de cartas chegavam diariamente.  “Também nós que respondemos essas cartas precisamos fortalecer a nossa fé e acreditar também na intercessão de Irmã Dulce. Isso era uma prova viva de que além de toda a história que nós já conhecemos de irmã Dulce, da sua vida heroica, de santidade, podemos atestar que de fato ela está nos céus ao lado de Nosso Senhor intercedendo por nós”. 

Ele mesmo se diz um miraculado, por ter tido a oportunidade de conhecer de perto tantos testemunhos de graças alcançadas. “O sentimento que desperta em nós ao nos depararmos com tantas histórias não é outro se não um abrasar da fé, acreditar cada vez mais no poder de Deus que continua a operar e a suscitar a santidade na vida daqueles que abrem seus corações a Ele. Irmã Dulce sem dúvida, foi um coração aberto, totalmente disponível ao chamado de Deus e isso também mexe com a nossa vocação, porque da mesma forma de Irmã Dulce nós também fomos chamados a nos doar ao Senhor no seio da Igreja, então isso nos ajuda, nos motiva a nos dispormos ao serviço de Deus e também ao serviço dos irmãos como irmã Dulce se dispôs”, finaliza. 

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