Assembleia dos Bispos

Homilia de Dom Sérgio da Rocha

47ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Ouça homilia na íntegra

Caríssimos irmãos do episcopado, queridos irmãos presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, irmãos leigos e leigas reunidos nesta Assembleia, que tem como tema central a formação presbiteral da Igreja no Brasil, nesta Eucaristia, conforme a motivação inicial, nós queremos dar graças a Deus pelos atuais presbíteros reconhecendo e agradecendo especialmente o trabalho dedicado, abnegado dos formadores dos seminários e de todos aqueles que colaboram na formação sacerdotal. Queremos louvar a Deus por tantos vocacionados ao sacerdócio, pelos nossos seminaristas. Queremos bendizer a Deus por tantas iniciativas já existentes no campo da formação permanente dos presbíteros e apoiar a pastoral presbiteral em nossas dioceses. Queremos agradecer e louvar a Deus pelos que se dedicam ao serviço de animação vocacional em nossas comunidades, incentivando a pastoral vocacional. Manifestar essa ação de graças nessa Eucaristia significa reconhecer que ser padre, que ser formador dos futuros presbíteros é, primeiramente, dom de Deus a ser acolhido com gratidão e responsabilidade. É graça a ser acolhida na fidelidade alegre e generosa à vocação. O reconhecimento das exigências, dos compromissos que acompanham a vida, o ministério dos presbíteros e, mais especialmente, a formação sacerdotal e as dificuldades que aí se encontram, jamais podem levá-los a esquecer o dom, a graça recebida. Ao contrário, constituem um convite permanente a reavivar o dom recebido de Deus no meio da Igreja e a crescer sempre mais na vocação.

Meus queridos irmãos e irmãs, a Palavra de Deus ilumina essa Celebração Eucarística, motiva a nossa oração e a reflexão, orienta a nossa vivência pascal. Nestes dias, nós temos meditado, com a Igreja, o diálogo entre Jesus e Nicodemos, narrado pelo Evangelho de João e o testemunho firme e corajoso de Pedro e dos apóstolos segundo o livro dos Atos dos Apóstolos.

Nesse tempo pascal, nós ouvimos, uma vez mais, a proclamação da vida e da salvação em Jesus Cristo, o Senhor ressuscitado. Deus o exaltou tornando-O Guia Supremo e Salvador, proclama o apóstolo Pedro convidando o povo para fazer a experiência da vida nova e a acolhida da salvação em Cristo. N’Ele nós encontramos a vida. Aquele que n’Ele acredita possui a vida eterna, quem O rejeita não verá a vida conforme o Evangelho que nós ouvimos. Trata-se de um renovado convite à fé, à confiança e à esperança no Senhor ressuscitado. Ao mesmo tempo, à vida nova, ao testemunho como consequência dessa fé. A Igreja, em sua vida, em sua missão evangelizadora, sempre esteve marcada pelo testemunho, especialmente dos inúmeros mártires. Diante dos desafios que nós encontramos, hoje, na missão evangelizadora, diante dos desafios da formação presbiteral e da vida cristã, não podemos recuar nem temer, pois, como os apóstolos e mártires, nós contamos com o Espírito Santo. Somos animados pela presença do Ressuscitado que prometeu estar sempre com os discípulos enviados em missão.

O Senhor é fiel, Ele cumpre a Sua Palavra, Ele está no meio de nós como proclamamos várias vezes na Celebração Eucarística, Ele está ao nosso lado no dia a dia da vocação, da missão que Ele nos confiou através da Igreja. Daí, meus irmãos e minhas irmãs, da importância da experiência do encontro com o Ressuscitado, enfatizado pela Conferência de Aparecida, a que todos nós somos chamados a fazer continuamente, sobretudo nesse tempo pascal.

O próprio Documento de Aparecida nos indica os lugares do encontro com Jesus Cristo: a própria Igreja, a Sagrada Escritura, a Sagrada Liturgia, especialmente a Eucaristia e o sacramento da reconciliação, a oração pessoal e comunitária, a comunidade viva de fé e, de modo especial, o encontramos nos pobres, nos aflitos, nos enfermos.

Nossos seminários, nossos presbitérios, nossas comunidades sejam espaços privilegiados de vivência do discipulado e da missão; espaços privilegiados do encontro com Jesus Cristo, que nos anima na vivência da nossa vocação e missão. Sejam nossos seminários e presbitérios lugares onde se vivem e se cultivam a comunhão com o Senhor e a comunhão fraterna entre nós e a comunhão solidária com os que mais sofrem.

O Samo de hoje (Sl 33) expressa bem a experiência do amor de Deus, da misericórdia do Senhor em meio ao sofrimento. Nós rezamos com o salmista: “Do coração atribulado, está perto o Senhor. Feliz de quem n’Ele encontra o seu refúgio”. Conforme o Evangelho que estamos meditando, o Pai ama o Filho, Jesus Cristo, e tudo entregou em Suas mãos. Por isso, n’Ele nós encontramos a esperança, a paz e a força para a nossa missão. A Ele nós confiamos os que estão com o coração atribulado.

Os irmão e irmãs, os que mais sofrem, dentre os quais os enfermos, os pobres, aos quais queremos amar como o Senhor os ama e servi-los com especial atenção. Nós confiamos ao Senhor os nossos seminaristas, os nossos formadores, os nossos presbíteros, especialmente os que passam por grandes dificuldades. Enfim, nós confiamos ao Senhor esse nosso dia. Entregamos em Suas mãos todas as nossas atividades, em especial o trabalho a ser dedicado ao tema central dessa Assembleia Geral: a formação presbiteral. Nessa tarefa, nós contamos muito com a graça de Deus, com as luzes do Espírito Santo e a oração de tantos irmãos e irmãs unidos a nós nesse momento, em nossas famílias, em nossas comunidades.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

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