Artigo Empreendedorismo

Gestão da felicidade para empresas mais produtivas

Corporações procuram desenvolver ambiente que proporcione melhor qualidade de vida a colaboradores

André Prado*

Não é incomum em inúmeras organizações a existência de colaboradores desejosos de que as férias cheguem rapidamente, os finais de semanas, feriados ou days off (dias de folga). Vários podem ser os motivos: cansaço físico e mental, insatisfação com o ambiente de trabalho, desentendimentos com superiores hierárquicos ou vontade de estar em lugares mais agradáveis.

Isso pode ser preocupante, pois muitos funcionários terão de trabalhar durante anos de suas vidas em jornadas de oito horas diárias na maior parte dos casos. Considerando que os trabalhadores passam pelo menos um terço de seu dia nas organizações, algumas empresas estão desenvolvendo programas de gestão da felicidade.

É fato notório que algumas corporações do Vale do Silício e de outras localidades do mundo procuram desenvolver um ambiente que propicie uma melhor qualidade de vida aos seus colaboradores.

Sabe-se que algumas empresas possuem salas de massagens, academias de ginástica, quadras de esportes, salões de jogos, escorregadores de ligação entre andares, salas de trabalho temáticas, alimentação gratuita, ambientes alegres e coloridos, salas de relaxamento e assim por diante.

Tais locais vão além de um bom ambiente físico ao criar inclusive programas que visam o bem-estar dos empregados com o intuito de deixar o ambiente de trabalho ideal para o desenvolvimento de produtos ou serviços.

Imagine trabalhar em um local em que o profissional ganhe uma verba para decorar a sua sala de trabalho da forma que queira ou receba um valor toda sexta-feira para gastar ao sair do expediente para o happy hour (comemoração informal)?

Muitas pessoas desejam trabalhar em ambientes como estes. Tanto é que estas empresas costumam ter alto índice de disputas de candidatos desejando desenvolver suas carreiras profissionais. Considerando a elevada disputa por vagas, torna-se maior a probabilidade de seleção dos melhores talentos para integrar o quadro de funcionários.

O Home Office (escritório em casa) tem sido a preferência de desenvolvimento de atividades por profissionais liberais, trabalhadores independentes ou freelancers (profissionais autônomos). Isto se deve ao fato de se sentirem melhor em um local mais agradável para desenvolvimento de suas tarefas.

Algumas empresas liberam parte de seus funcionários para trabalhar integral ou parcialmente na modalidade Home Office. Outras preferem criar nas próprias dependências da organização um ambiente no qual o funcionário sinta-se bem ao trabalhar.

Entretanto, conceder tantos benefícios não é bem visto por determinadas empresas. Isto se deve ao fato de que algumas empresas, por incrível que pareça, ainda preferirem o arcaico ambiente de pressão que parece remeter à Idade da Pedra.

Acontece que certas organizações, de forma análoga, ainda são adeptas da era do chicote, na qual as recompensas são entregues apenas aos que obedecem sem sugerir ou questionar. Geralmente este tipo de corporação não permite a flexibilidade de horários e costuma analisar os resultados de forma generalizada aos finais dos períodos. Isto se deve porque é mais fácil verificar se os fins foram atingidos do que fazer uma gestão minuciosa e diferenciada observando resultados individuais dos colaboradores.

Já as empresas de que adotam a gestão da felicidade entre seus programas de qualidade de vida no trabalho, desenvolvem indicadores para a avaliação de desempenho individualizado além de observar todos os resultados obtidos. Tais organizações ficam satisfeitas ao observar quando seus colaboradores tornam-se mais produtivos, engajados e satisfeitos no trabalho.

Gestores da Felicidade

Empresas ao redor do mundo têm contratado profissionais que cuidam do bem-estar dos colaboradores no ambiente de trabalho, os denominados gestores da felicidade. Como a própria designação indica, esse tipo de gestor é incumbido de cuidar da felicidade no local de trabalho.

Um Gestor da Felicidade pode atuar ligado ao setor de Recursos Humanos da empresa. Também pode utilizar programas de computadores para traçar os perfis dos colaboradores e depois permanecer atento em relação ao convívio de cada integrante com membros da equipe que possam ter perfis diferentes.

Caso haja necessidade, o Gestor da Felicidade pode atuar para melhorar os relacionamentos. Tudo isto tem por finalidade a busca de uma melhor relação entre os profissionais de uma empresa.

Entre outros, este profissional também ajuda organizar momentos de confraternização na empresa para comemorar dias especiais, metas atingidas ou promove eventos sem motivação alguma apenas para alegrar o ambiente de trabalho.

Algumas empresas recebem premiações ou são ranqueadas por entidades especializadas entre as melhores empresas para se trabalhar de acordo com uma série de fatores e indicadores que levam em consideração a opinião dos colaboradores.

A sigla GPTW (Great Place to Work), que pode ser traduzida como “ótimo lugar para trabalhar”, tornou-se um programa de certificação de uma autoridade global no mundo que reconhece as avaliações realizadas pelos próprios funcionários das organizações. É possível haver transformações qualitativas no ambiente laboral e na forma com que as pessoas se relacionam.

É digno de nota que existe como promover a felicidade no trabalho. Todavia, para implantar a gestão da felicidade será necessária determinação por parte dos executivos que comandam a empresa. Um fato inegável é que muitos colaboradores preferem um lugar harmonioso, equilibrado, agradável, divertido e animado para trabalhar.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo