Psicóloga explica por que o período das férias escolares é fundamental para o descanso e para reorganizar os pensamentos. Ela dá dicas para viver bem esse tempo
Luciane Marins e Padre Roger Araújo
Psicóloga Lisandra Borges com os filhos / Foto: Arquivo pessoal
O Canção Nova em Foco, desta sexta-feira, 4, fala sobre o período das férias escolares. A doutoranda em Psicologia Lisandra Borges conversa com o jornalista padre Roger Araújo sobre a necessidade e a importância desse período, especialmente para as crianças e os adolescentes.
Lisandra considera o tempo das férias fundamental e de extrema importância para o descanso físico e psicológico, além de uma ocasião ideal para reorganizar os pensamentos. “Saber que uma etapa termina e você tem um merecido descanso para retomar uma etapa seguinte é essencial.”
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Geralmente, a rotina escolar de crianças e adolescentes é cansativa e exigente; muitas são até mesmo superestimuladas. “Tem uma hora que o corpo e a mente cansam. Aí entra a necessidade do descanso e da brincadeira.”
A psicóloga explica que as férias se tornam uma ocasião para fazer atividades que, no dia a dia, não serão possíveis, como brincadeiras e passeios.
Mas nem todo tipo de atividade é bem-vinda nesta fase. As atividades pedagógicas, por exemplo, só são indicadas se forem feitas de maneira lúdica, ou seja, o conteúdo aprendido na escola pode e deve ser recordado no dia a dia da criança, mas na forma de brincadeira e não de estudo. “Por exemplo, a filha, ao ajudar a mãe a fazer um bolo, aprende matemática, física. Isso sim é um aprendizado, mas a rotina precisa ser de férias, porque, agora, não é hora de estudar.”
Uma dica da psicóloga para os pais é que estes conversem com seus filhos e lhes perguntem o que eles gostam de fazer para não cair no erro de envolver as crianças em atividades que agradem mais os próprios pais do que a criança.
Outra sugestão é aproveitar as possibilidades que alguns pais têm de, por exemplo, deixar as crianças com os avós ou com alguém de confiança, contratar uma babá para este tempo, inscrever os filhos em alguma colônia de férias ou verificar se a escola oferece algum tipo de recreação.
“O que os pais podem fazer também, eu sei que é difícil, pois estão na rotina de trabalho, é reservar os fins de semana para fazer outras atividades com as crianças, também ter esse contato familiar de pais e filhos, mesmo que seja em tempo menor. Chegar um dia, no fim da tarde, fazer um passeio, ir ao cinema, fazer um lanche. O importante é que esse contato seja prazeroso.”
Segundo Lisandra, o período dedicado ao descanso e à brincadeira não é desculpa para a criança ficar tempo demais em frente à TV ou à internet. Ela defende que, mesmo neste período, a necessidade de impor limites para as crianças continua. Para ela, o tempo deve ser limitado, mas não exagerado, porque existem outras atividades que a criança pode e deve fazer.
“Isso [o tempo na TV e internet] deve ser negociado entre pais e filhos, mas também não deixar que a criança fique livre o dia inteiro assistindo à TV, porque ela vai aprender muito mais brincando.”
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