Natal

Famílias comentam como Sagrada Família inspira vivência da unidade

No Natal, padre Edson Donizetti reforça importância da família ser valorizada e reconhecida como verdadeira graça de Deus

Julia Beck
Da redação

Natal recorda o nascimento do menino Jesus e a união da Sagrada Família/ Foto: Philip Walenga – Pixabay

Inspirados nas figuras de Maria, José e Jesus – reunidos no presépio – famílias inteiras escolhem o dia 25 de dezembro como uma data para reencontros e confraternização. Segundo o reitor do Santuário Dom Bosco localizado em Lorena (SP), padre Edson Donizetti Castilho, SDB, iniciativas de união familiar são importantes para que os católicos não se distanciem da beleza e alegria de “ser família”. “Que ninguém encontre subterfúgios, álibis, desculpas para se afastar desta verdadeira graça: tenho uma família, amo a minha família e valorizo imensamente o dom de viver a minha fé como família!”, desejou.

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Padre Edson Donizetti/ Foto: Arquivo Pessoal

O sacerdote destacou que a unidade dos membros de uma família não deve ser concreta apenas no dia em que o Natal é celebrado, mas também durante a preparação para esta solenidade. “Preparar-se e viver como família o Natal de Jesus é de fundamental importância para todas as famílias cristãs. Embora a fé seja a expressão límpida de uma adesão pessoal a Deus, nós a professamos e testemunhamos também comunitariamente”, explicou. Para padre Edson, as celebrações litúrgicas são especiais e ricos momentos de testemunho da fé em comunidade.

“A família é a primeira comunidade que formamos ao lado de nossos pais, avós e irmãos! Entendemos que nos dias de hoje, no ritmo alucinante da vida moderna/urbana, em que os horários e as distâncias se acentuaram, nem sempre é fácil e possível reunir todos para um momento específico de oração, reflexão… para a novena de preparação para o Natal, por exemplo! Sendo possível, é bom que o façamos!”, reforçou.

Natal em família

A dentista Adriana Mara Aquino Rangel, de 48 anos, conta que tanto a preparação quanto o Natal são sempre vividos em família. No dia 25 de dezembro, a reunião familiar é sempre iniciada com a oração do terço. Além da unidade, a dentista reforça que a Sagrada Família inspira paz, fraternidade e humildade. “Nada em uma família é mil maravilhas, mas quando ela é unida em Deus, o amor, o perdão e a paciência nunca faltam. Quando rezamos, rimos juntos, choramos juntos, lutamos juntos e acima de tudo superamos nossas diferenças, que são muitas…”.

Família de Adriana Rangel e João Lucas Rangel/ Foto: Arquivo Pessoal

O filho de Adriana, o estudante de 24 anos, João Lucas Rangel, conta que passar o Natal em família, junto com a mãe, o pai José Fábio Ribeiro Rangel, dentista de 55 anos, e a irmã Ana Lívia Aquino Rangel, estudante de 20 anos, é sempre bom. “Nos reunimos em casa, chamamos meus avós, tios e primos”, recordou.

Para o estudante, a família de Nazaré o faz lembrar que sem a família, o Natal não faz sentido. “Ter uma família unida é fundamental na minha vida (…). São meus pais e minha irmã que me ajudam nos meus piores momentos, nas minhas fraquezas, os que realmente rezam por mim. E também são eles com quem quero comemorar nos momentos de alegria”.

Através da união dos pais e da família que João revela ter construído a sua fé. “Nós sempre rezamos juntos e iniciar minha vida de oração só foi possível porque eles me mostraram o caminho. É na oração que conseguimos combater as diferenças, deixar de lado os defeitos e abraçar aquilo que a família tem de melhor”.

É tradição na família da manicure de 55 anos, Yara Maria Lorena Guedes, o encontro entre familiares no Natal. “Cada um traz um prato ou sobremesa e realizamos uma ceia”, comentou. Maria Rita Lorena Guedes Batista, estudante de 18 anos, filha de Yara, destacou que o respeito e a solidariedade na família a fazem ter a certeza de que pode contar com todos, independente da situação.

Família de Yara Lorena e Maria Rita Lorena/ Foto: Arquivo Pessoal

Este clima de união é fruto da dedicação do pai de Yara. De acordo com Maria Rita, o avô sempre ensinou a família que é preciso ter Deus como centro de tudo. “São pessoas singulares, mas que juntas se tornam melhores”, afirmou a estudante. A manicure completou: “A união faz a força e quando vem da família, vem mais forte!”.

“A Sagrada Família enfrentou muitas dificuldades naquela época, e com nossa família não é diferente, porém nossas dificuldades são menores do que aquelas enfrentadas por Maria, José e Jesus. Nós nos inspiramos neles e nos valores que transmitiram: amor, compreensão, paciência e fé. Nos inspiramos na família de Nazaré nos momentos difíceis para também enfrentarmos nossas dificuldades e nos mantermos unidos”. É o que conta Marina Grandchamp Costa, engenheira ambiental de 23 anos.

Segundo a engenheira ambiental, é costume de sua família celebrar o Natal com os parentes de seu pai e da sua mãe. Marina afirma que, para sua família, esse é um tempo de reflexão, de reconciliação, de estar em família:

“As diferenças sempre existirão mas com fé, amor, diálogo e união elas podem ser superadas e o Natal torna-se ainda mais especial, com bons momentos, muita alegria e sentimentos bons dentro do coração”, sublinhou Marina, ao falar de sua mãe Márcia Cristina Grandchamp, professora de 51 anos, sua irmã Marcela Grandchamp Costa, estudante de 17 anos, e seu pai Luis Marcelo Torino Costa, pecuarista de 54 anos.

Marina Grandchamp, seus pais e irmã com sua família materna/ Foto: Arquivo Pessoal

Marina Grandchamp,seus pais e irmã com a família paterna/ Foto: Arquivo Pessoal

Transmitindo a fé e mantendo a unidade

Padre Edson retomou o valor da transmissão da fé nas famílias. “Não se trata de impor a fé! Mas vivê-la com tal profundidade, clareza e alegria que isso se torna fascinante para as crianças”, frisou. O sacerdote falou sobre a importância dos pais, filhos e avós não esmorecerem na vida de fé, sobretudo quando surgirem as dificuldades.

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“Pode ocorrer que, em algum momento, principalmente durante a adolescência e início da juventude, alguns filhos/netos tendam a se distanciar um pouco da vivência de fé, não queiram ir à missa (…)! Isso, não raras vezes, é doloroso para os pais e familiares! Mas ainda assim, os pais, avós, irmãos, não devem desanimar! Continuem dando seu testemunho de fé com alegria e demonstrando, com suas atitudes, o quanto é consolador acreditar num Deus que nos ama!”.

Para as famílias, padre Edson pediu diálogo sincero, perseverante vigilância e meditações cristãs. “O diálogo sincero também chamado por Jesus de ‘correção fraterna’; demonstra neste sentido, que quem ama sempre dá o primeiro passo, se antecipa, chega primeiro, justamente porque ama! A perseverante vigilância ajuda a não cair e sucumbir diante das seduções do pecado, como pedido por Jesus no sempre lembrado ‘vigiai e orai’; e o oportuno apoio das mediações cristãs (busca constante pelo sacramento da confissão e experiência da direção espiritual) ajuda na compreensão das intrincadas tramas da condição humana”, concluiu.

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