Dia Nacional

Especialista alerta para importância da mamografia

Dia Nacional da Mamografia é comemorado nesta sexta-feira, 5

Denise Claro
Da redação

Dia Nacional da Mamografia

Dia Nacional da Mamografia é comemorado nesta sexta-feira, 5./ Foto: Agência Brasil

Nesta sexta-feira, 5, é comemorado o Dia Nacional da Mamografia. Ontem, foi comemorado o Dia Mundial do Câncer. As datas lembram a importância da prevenção, detecção precoce e tratamento do câncer.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que, a cada ano, 66 mil novos casos de câncer de mama surjam no país. 

A mastologista Flávia Fernandes ressalta que quanto mais cedo se descobre o câncer de mama, menor é o tumor, e maiores são as chances de cura da doença.

“Para tumores que são descobertos com menos de 2cm e localizados só na mama, a chance de cura é superior a 95%. Mais de 35% dessas pacientes podem não ter necessidade nem de quimioterapia. Então além de se reduzir a agressividade do tratamento, aumentam as chances de cura.”

Fatores

A especialista explica que o câncer de mama acomete mais as mulheres. Menos de 1% dos casos acontece em pacientes do sexo masculino. Outros fatores que estão relacionados ao câncer de mama são a obesidade, excesso de gorduras ruins e carboidrato na alimentação, o sedentarismo, tabagismo e stress.

“O stress é como um fator de rendição de imunidade, é como se o nosso organismo se preparasse menos para combater a doença.”

As terapias de reposição hormonal e o fato da mulher ter o primeiro filho após os 35 anos de idade ou não ter filhos também aumentam o risco de câncer de mama. Em relação ao fator genético, a mastologista explica:

“Somente 10% das mulheres que têm câncer de mama tem uma relação genética, uma alteração no DNA que aumenta o risco de câncer de mama.”

Autocuidado

Mamografia

A mastologista Flávia Fernandes ressalta a importância do autoconhecimento e do autocuidado./ Foto: Arquivo Pessoal

Flávia ressalta a importância do autoconhecimento e do autocuidado para evitar o câncer de mama, o segundo tipo de câncer que mais acomete as mulheres. O rastreamento de ultrassom e mamografia feito com periodicidade tem o objetivo principal de diagnosticar tumores não palpáveis, menores de 1cm. Por isso a importância do exame de rotina.

“Infelizmente uma grande parcela da população só vai descobrir esse tumor acima de 1cm. Por isso é importante esse autoconhecimento. Se você tem o hábito de fazer o seu autoexame, você já começa a ficar mais íntima dessas alterações. Assim fica mais fácil perceber mudanças sutis no crescimento do tumor.”

Para o autoexame, a especialista lembra que o ideal é que a mulher fique de frente para o espelho. A posição facilita a observação da simetria das mamas.

“Apesar de ser comum que as mulheres tenham uma mama maior do que a outra, é importante notar se há uma mudança de volume muito repentina entre as duas mamas. Nosso mamilo pode ser para fora ou retraído. É importante observar como ele é, e se há mudança no formato. Lesões na pele, retração da pele ou abaulamento dessa pele, com nodulação da pele, ou saída de secreção. Se sair algum líquido, observar a coloração e trazer para o consultório para que possa ser analisado.”, explica a mastologista.

Exames

O exame clínico é feito por um profissional, que pode ser um ginecologista ou um mastologista.

A orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia é de que a mamografia seja feira a partir de 40 anos de idade. A ecografia é utilizada de forma complementar, já que algumas lesões não são vistas na mamografia. Quem tem alto risco também se beneficia de associar a ressonância nos exames de rotina e antecipar a mamografia, começando aos 30 anos.

“Muitas mulheres perguntam se podem fazer mamografia antes dos 40, por precaução. Mas a orientação para a mamografia aos 40 é justamente porque antes desta idade, a nossa mama tem um tecido muito granular, e fica difícil avaliar. A partir dos 40, sim, mamografia anual.”, diz Flávia.

Pandemia

A pandemia gerou um impacto também na prevenção e no tratamento oncológico. Segundo o relatório do Radar do Câncer, realizado em parceria com o Instituto Oncoguia e com o DataSus, houve no Brasil uma queda de 62,21% na execução de mamografias de rastreamento no período.

A falta de rastreamento pode acarretar um aumento no número de casos e de óbitos por câncer.

Flávia ressalta que mesmo na pandemia, os cuidados com a prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer devem ser contínuos:

“O que a gente orienta hoje é que as mulheres que estão na faixa etária de risco mantenham o autoexame. Procurem clínicas onde consigam fazer agendamento, busquem horários de menor pico, e clínicas que observem questões de higiene, mas não deixem de fazer a mamografia. Não perder o ‘timing’ na detecção do câncer é de extrema importância, e evita que a doença avance. Mesmo com a pandemia, não deixe de se cuidar.”

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