Série Mulher

Em tempos de crise, mãe conta como prepara chegada do 1º bebê

Com a crise econômica do Brasil, mãe de primeira viagem relata como moderar nos gastos dos preparativos para a chegada do filho

Monique Coutinho
Da redação

O Dia Internacional da Mulher será comemorado nesta quarta-feira, 8. Por ocasião da data, o noticias.cancaonova.com produziu uma série de três matérias sobre o tema.

Nessa primeira matéria, o tema em questão é como a mulher lida com a crise financeira, em especial as “mamães de primeira viagem”, que estão se preparando também financeiramente para receber o primeiro filho. 

Talita e o marido, Roberto, à espera do primeiro filho / Foto: Arquivo Pessoal

Talita e o marido, Roberto, à espera do primeiro filho / Foto: Arquivo Pessoal

Para a fisioterapeuta Talita Michelle Maba, as preocupações com o cenário econômico devem aumentar nos próximos meses. Profissional e esposa, em breve ela será também mãe: está à espera de seu primeiro filho e já pensa em maneiras concretas de garantir uma boa recepção ao bebê, mas de maneira econômica.

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Ela relata que não vê necessidade de decorar o quarto da criança e que está comprando somente o necessário para os dois primeiros meses de vida do filho.

“Não sou contra a decoração do quarto, apenas penso que nos primeiros meses de vida, meu bebezinho quer somente algumas coisas: estar sequinho e limpinho, beber leite, dormir bem com uma temperatura agradável e ser amado. Ele não vai reparar na decoração do quarto. Por isso estou comprando somente o necessário para os dois primeiros meses de vida”, acrescenta.

A mãe de primeira viagem observa que, durante a gestação, as mulheres são movidas pela emoção e isso pode levá-las a pagar por coisas desnecessárias, mas que farão a diferença no orçamento familiar.

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“Eu espero gastar com o que meu bebê precisa e deixar para investir mais em coisas ‘caras’ quando eu já estiver vivendo a maternidade (…) Penso que durante a gestação estamos apenas imaginando a maternidade e nós mulheres somos movidas pela emoção que pode nos levar a pagar por coisas que não vão fazer tanta diferença. Por isso, seria bom tentarmos viver dia após dia sem tanta ansiedade de comprar tudo”.

A economia e o enfrentamento da crise financeira

Embora as previsões apontem para uma melhora, a situação econômica do Brasil ainda inspira cuidados. O país vem enfrentando a maior crise financeira/econômica desde o colapso da bolsa nos anos de 1921.

Doutor em História Econômica, Humberto Felipe da Silva explica que a crise atual foi gerada muito mais por fatores internos, como plano econômico equivocado e corrupção, do que por externos. E essa crise afeta as famílias de várias formas, sendo a principal delas o desemprego. “São quase 13 milhões de brasileiros que perderam o emprego nesses últimos anos. Isso tem um impacto muito grande na economia como um todo”.

Um relatório divulgado em janeiro de 2017 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa mundial de desemprego deverá subir de 5,7% em 2016 para 5,8% em 2017, o equivalente a 201,1 milhões de pessoas desempregadas no mundo todo.

Segundo o economista, a mulher tem um papel importante na economia do país; é ela que toma a maioria das decisões nas compras da família, seja para si própria, para os filhos ou para todo o lar.

“A mulher participa das decisões de compra até mesmo do companheiro. No mundo inteiro, as mulheres são reconhecidas como as melhores gestoras financeiras do lar. Tanto assim que bancos do povo, em países como Índia por exemplo, fazem empréstimos prioritariamente para mulheres, porque perceberam que as mulheres têm mais responsabilidade na gestão do orçamento familiar”, afirma. 

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Para driblar o cenário de crise, Humberto Felipe deixa algumas recomendações para as mulheres, em especial as que são ativamente responsáveis ou co-responsáveis pela administração do lar. A principal dica é controlar as finanças domésticas. 

“Quando o dinheiro fica mais curto é preciso tomar algumas decisões importantes: trocar produtos mais caros por produtos mais baratos, comprar frutas e legumes somente de época; trocar o plano de TV por assinatura por um mais barato, ou mesmo cancelar o plano; controlar o consumo de telefonia (lembrar que o custo de celular é muito alto); realizar mais atividades de lazer em casa, de preferência que sejam mais baratas. Fugir do churrasco de carne, por exemplo, ou fazer churrasco de frango. É muito importante conversar com as crianças sobre a crise e as formas de contorná-la. Isso é educação financeira e vai contribuir muito para a educação delas. 

Melhoras econômicas para 2017

Para 2017, o economista afirma que, se não houver nenhum acidente de percurso muito grave que comprometa a governabilidade, é possível que o último trimestre mostre alguns sinais de alívio.

“É bom lembrar que a crise foi profunda demais. O mais certo é aguardar até o início de 2018 quando é bem provável que a economia reaja. Já se observa um movimento um pouco maior de caminhões nas estradas, isso é um bom sinal para a economia, sinal de que estão transportando mais mercadorias. O transporte de mercadorias é um dos indicadores econômicos. Menos caminhões nas estradas, mais crise; mais caminhões, melhoria na economia”, conclui.

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