5 de setembro

Dia da Amazônia promove reflexões sobre a preservação da floresta

Cardeal de São Paulo lembra que o sínodo sobre a Amazônia indica novos caminhos de evangelização e cuidados com o meio ambiente e os povos desta região

Kelen Galvan
Da redação

Vista aérea de uma parcela desmatada da Amazônia na região conhecida como Boca do Acre, no Amazonas / Foto: Reuters – Bruno Kelly

Neste sábado, 5, comemora-se o Dia da Amazônia. A data, escolhida como forma de homenagear a criação da província do Amazonas em 1850, tem o objetivo de promover reflexões sobre a importância da preservação da floresta amazônica.

Com cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia é a maior floresta tropical do planeta e abrange nove países (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela), sendo a maior parte de sua área em território brasileiro. Com uma biodiversidade única, a floresta amazônica é o maior bioma brasileiro e é conhecida mundialmente pela enorme variedade de aves, de animais e com mais de 40 mil espécies de plantas.

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Em outubro do ano passado, os bispos de todo o mundo se reuniram no Vaticano para o Sínodo sobre a Amazônia, demonstrando sua preocupação com o cuidado com o meio ambiente, mas também com os povos que vivem nestas áreas, principalmente os indígenas.

Cardeal Odilo Pedro Scherer / foto: Arquidiocese de SP

O Cardeal de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, que participou do Sínodo, lembra que o Papa Francisco tem falado com frequência sobre esse tema, para ajudar a comunidade internacional a tomar consciência em relação à preservação do meio ambiente.

Como resultado do Sínodo, o Papa publicou em fevereiro a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia indicando novos caminhos de evangelização e cuidados com o meio ambiente e os povos desta região.

Desde então, o resultado do Sínodo têm sido aplicado em vários níveis e ambientes, aponta Dom Odilo. “De fato, aquilo que é dito em relação à Amazônia, pode ser aplicado, de maneira geral, também sobre as questões ambientais do mundo inteiro. Mas são os bispos, Igrejas locais da grande Amazônia, que estão mais atentos a traduzir em práticas novas para uma cultura ambiental nova naquela Região”, disse.

Além disso, o cardeal destaca o trabalho que já vem sendo realizado pela Rede Eclesial Panamazônica (REPAM) e lembrou do novo organismo eclesial criado pelo Papa – a Conferência Eclesial para a Amazônia.

Uma nova consciência

Dom Odilo indica que a Exortação Apostólica do Papa oferece muitas boas reflexões e orientações, e que é preciso conhecer e estudar suas propostas e traduzi-las em práticas.

“Trata-se de criar uma nova consciência em relação às relações do homem com a natureza, como já dizia o mesmo Papa Francisco na Encíclica Laudato sì”, enfatiza.

O cardeal destaca ainda a “grave responsabilidade” do Governo de promover essa nova cultura nas suas várias instâncias. E a necessidade de desenvolver na Amazônia novas oportunidades econômicas, para que os seus habitantes não necessitem destruir a natureza para sobreviver.

“É preciso manter firme a vigilância contra todo tipo de abusos contra o meio ambiente”, afirma.

Desmatamentos

O Dia da Amazônia também quer alertar as pessoas sobre os principais problemas ambientais que têm destruído aos poucos esta importante floresta: o desmatamento e as queimadas.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), coletados às 21h30 de quinta-feira, 3, os focos de incêndio monitorados por satélite mostraram um aumento alarmante nos meses de julho e agosto deste ano.

O estado do Amazonas registrou 8030 focos em agosto e 2119 em julho. Em junho, foram registrados 122 focos. No mesmo período de 2019, foram 6.668 focos em agosto, 1371 em julho e 57 em junho.

No Pará, o Inpe registrou 10865 focos de incêndio em agosto, um aumento de 400% em relação a julho, que registrou 2687 focos. No mesmo período do ano passado, foram 10185 em agosto e 1443 em julho.

Neste sábado, às 16h, a Repam, juntamente com outras organizações que atuam na região amazônica, realizará um ato virtual chamado “Defender a Amazônia é defender a vida”.

O evento contará com a presença de Ângela Mendes, ativista e filha de Chico Mendes; o ator Paulo Betti; Dom Roque, presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e arcebispo de Porto Velho, além das lideranças indígenas Alessandra Munduruku, do Pará; Almir Suruí de Rondônia entre outros confirmados.

O ato virtual nacional poderá ser acompanhado pelo Youtube e Facebook @repam-brasil.

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