Celebração Eucarística

D. Geraldo e índio se solidarizam com Bispo do Xingu

Neste domingo, 5º dia da 46ª Assembléia Geral da CNBB em Indaiatuba (SP), Dom Erwin Kautler, Bispo da Prelazia do Xingu, celebrou a Missa das 11 horas. O prelado foi o responsável pela condução do retiro espiritual dos bispos, neste final de semana.

Já no início da celebração, Dom Erwin abençoou a água, sinal de nosso batismo, e aspergiu sobre todos os presentes.

Em sua homilia, Dom Erwin refletiu sobre o Evangelho, que fala dos discípulos de Emaús, explicando que mesmo diante dos apóstolos tristes, fugindo de tudo o que lembrava o Mestre, a Palavra de Jesus trouxe esperança.

“Ninguém conseguia resistir a voz do Senhor porque Ele ensinava com autoridade, e enquanto Ele falava aos discípulos, pelo caminho, aliviava a dor, a saudade deles. Não queriam deixa-lo seguir viagem. A voz ardia o coração”, explicou.

“A solidão machuca, significa ficar novamente só, por isso eles pedem ‘Fica conosco’. Um pedido insistente de quem já experimenta a alegria no coração”.

“Este pedido ampliou-se ao longo dos séculos e, hoje, brota no coração de inúmeras pessoas: os excluídos, os sofredores, vítimas de discriminações, violência, crianças, mulheres”, disse Dom Erwim trazendo a Palabra ao atual contexto social. E ele acrescentou: “O pedido ‘Fica conosco’ é a última frase da juventude perdida na droga, na sarjeta. A esperança é que só Jesus tem Palavra de vida eterna”.

“No momento em que Jesus parte o pão, os discípulos de Emaús se tornaram missionários, e começaram a anunciar a Boa Nova. ‘Na mesma hora partiram para Jerusalém'”, afirmou o bispo, convidando os cristãos de hoje para a missão de evangelizar. “A missão nasceu sempre de um encontro com Jesus Vivo. Os evangelhos não terminam com Jesus morto na Sexta-Feira Santa, mas no Domingo com Jesus vivo, ressuscitado, vitorioso sobre a morte”, complementou.

“‘Emaús’ não é história passada. Ela vale para hoje e sempre. Celebramos este mistério de Jesus na Eucaristia, mistério da redenção, da reconciliação. A cada missa celebramos Deus conosco, e Deus que nos atrai por meio da entrega eucarística de seu Filho. Renovados pela força do Espírito podemos chamar Jesus de Pai”, explicou.

“A Eucaristia é ponte para o ministério apostólico, é nova aliança que pressupõe unidade, solidariedade até as últimas consequências (…). Nossa fé, antes de ser teologia, é o encontro pascal com o Senhor Jesus, e a certeza de que ele está vivo. Evangelizar e ser missionario é irradiar o que contemplamos, porque a Vida manisfestou-se”.

“Seja quais forem nossas misérias e limitações, o que convence todos os povos e raças é o testemunho de termos encontrado o Senhor. É o fervor do pão repartido. É a caridade de Cristo”.

Ao final da celebracao, Dom Geraldo Lyrio Rocha, expressou seu agradecimento, em nome dos bispos, pela riqueza do retiro dirigido por Dom Erwin, dizendo que com muita competência e, mais do que isso, com seu testemunho de vida, falou profundamente da Palavra de Deus.

Falando sobra as ameaças de morte, que Dom Erwin tem vivido, Dom Geraldo expressou sua indignação, e pediu aos governantes que façam todo o possível para que cesse essa violência. “Aos que o ameaçam exortamos: ‘Nao manchem suas mãos de sangue'”, pediu.

Pediu a toda Igreja da prelazia do xingu, para que sejam fiéis ao seu pastor.  Dirigiu apoio de todos os bispos a missão de Dom Erwin pedindo que ele permaneça firme nesta missão.

E ainda, antes da benção, um índio Guarani, vice-presidente da Associação Indígena República Guarani, junto a outros dois representantes, manifestaram sua solidariedade à luta de Dom Erwin.

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