Saúde

Com clima mais frio, médicos alertam sobre sintomas da gripe

Com quadro de pandemia, surgem dúvidas sobre diferença entre as doenças, seus sintomas, transmissão e cuidados a serem tomados

Julia Beck 
Da redação

Sintomas da Covid-19 e da gripe são semelhantes /Foto: Brittany Colette via Unsplash

Nessa época de outono-inverno, marcada por temperaturas mais baixas, tosse, dor de garganta, coriza e obstrução nasal são sintomas que geram alerta na população. Com a pandemia de covid-19, a preocupação aumenta, até mesmo sobre como diferenciar os sintomas de uma gripe comum da infecção causada pelo novo coronavírus. 

Segundo o médico generalista, Phelipe Xavier Duarte Guedes, além dos sintomas descritos, a gripe pode apresentar dores musculares e articulares, dor de cabeça, fadiga, diminuição do apetite e até manifestações sistêmicas, como vômitos e diarreia.

A Influenza ou gripe, explica também a médica residente em pediatria, Camila Sales Lopes, é uma doença que pode ser causada por 4 tipos de vírus: A, B, C e D. Os vírus Influenza A e B são os principais responsáveis pelas infecções em humanos (doenças respiratórias agudas).

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Diagnóstico

O diagnóstico da gripe é eminentemente clínico, ou seja, baseado nos sintomas, revela Guedes. Segundo Camila, ele pode ser dificultado pela semelhança clínica aos demais quadros virais.

Médica Camila Sales Lopes /Foto: Arquivo Pessoal

A médica destaca que a confirmação da doença pode ser realizada através dos testes disponíveis. São eles: cultura do vírus, sorologia, imunofluorescência, testes rápidos antigênicos e moleculares e RT-PCR (não temos o RT-PCR só para diagnosticar a covid-19, também usamos para o diagnóstico de influenza e demais vírus).

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A identificação do vírus é importante na identificação das variantes virais em circulação, comenta Guedes. Os exames auxiliam na elaboração de vacinas anuais.

Transmissão

A transmissão ocorre principalmente de pessoa a pessoa, por meio de gotículas respiratórias produzidas por tosse, espirros ou fala de uma pessoa infectada para uma pessoa suscetível. 

Guedes sublinha, portanto, que assim como acontece com a covid-19, a aglomeração de pessoas e ambientes fechados e/ou pouco ventilados são importantes vias para a propagação do vírus.

Gripe x covid-19

Em geral, são similares os sintomas da gripe e da covid-19. Entretanto, o médico salienta que a falta de ar e alterações de paladar e olfato geralmente falam mais a favor de uma possível infecção pelo vírus da covid-19.

“Sendo assim, só é possível diferenciá-las realizando os testes microbiológicos com detecção do material genético viral (RT-PCR)”, destaca.

Camila ressalta que uma diferença entre esses vírus está na velocidade da transmissão: a gripe tem um período de incubação mais curto (o tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas) e um intervalo serial mais curto (o tempo transcorrido entre casos sucessivos) que o coronavírus.

“O intervalo serial para o coronavírus é estimado em 5-6 dias; para o vírus da gripe, o intervalo serial é de 3 dias”, sublinha.

Avaliação médica

É fundamental procurar pela avaliação médica na presença de qualquer sintoma, tanto da gripe quanto da covid-19, aconselha Guedes.

Desta forma, o profissional da saúde destaca que é possível adotar medidas de vigilância que irão prevenir a disseminação dos dois vírus, além de monitoramento do quadro, alívio dos sintomas e detecção antecipada de sinais de gravidade.

“É extremamente importante reforçar que, infelizmente, não há medicamentos que irão prevenir ou curar essas doenças. Portanto, sempre procure pela avaliação do profissional médico”, reforça o médico.

Cuidados a serem tomados

É dever de todos evitar a propagação do coronavírus, ressalta a médica. Para isso, há diversas medidas, entre elas: uso de máscara, uso de álcool gel, lavar as mãos com sabão, evitar aglomerações, isolamento social.

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Em relação ao influenza, Camila comenta que há diversas medidas semelhantes que também podem e devem ser tomadas. “Evitar o contato próximo com pessoas infectadas, uso de álcool gel e lavar as mãos frequentemente, são algumas delas”, complementa.

Médico Phelipe Xavier Duarte /Foto: Arquivo Pessoal

As medidas para evitar a propagação dos vírus são eficazes, assegura Camila. A médica enfatiza que a transmissão se dá principalmente por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada, ao espirrar, tossir ou falar.

A contaminação também ocorre pelas mãos, que após contato com superfícies recentemente contaminadas por gotículas de um indivíduo infectado podem carregar o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos.

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Vacinação

A melhor forma de se proteger contra o influenza é pela vacinação, afirma Camila. Segundo ela, a vacinação é capaz de evitar a evolução para o quadro grave da doença e aumento no número de hospitalizações. “Pelo vírus sofrer mutações frequentes, a vacina da gripe deve ser tomada anualmente”, explica. No Brasil, a campanha de vacinação contra a gripe começou no dia 12 de abril. 

A imunização contra a covid-19 também é considerada uma das medidas de proteção mais eficazes no momento, segundo Phelipe. “Ela reduz drasticamente a evolução para casos graves, com necessidade de internação”.

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Como consequência, o médico comenta que, em um primeiro momento, desafoga o sistema de Saúde, realocando recursos e possibilita uma melhor assistência ao indivíduo.

“Posteriormente, pode permitir a recirculação, reaquecendo a economia e reaproximando pessoas.  Portanto, é um pacto coletivo pela Saúde Pública e deve ser garantida a toda população. Mas até que todos sejam vacinados com as duas doses, é imperativo que as medidas de prevenção contra a circulação e infecção do vírus sejam mantidas”, concluiu.

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