Missa

CNBB faz memória dos bispos falecidos entre 2019 e 2021

No total, episcopado brasileiro perdeu 35 bispos, 6 deles para complicações da Covid-19

Da redação, com CNBB

Bispos durante última assembleia presencial da CNBB em 2019/ Foto: Wesley Almeida – Canção Nova

Os bispos falecidos entre 2019 e 2021 foram recordados na missa de abertura do terceiro dia da 58ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A celebração foi presidida pelo secretário-geral da conferência, Dom Joel Portella.

Segundo o bispo, a oração pelos bispos falecidos entre uma assembleia e outra é uma antiga tradição da CNBB. Uma missa em toda AG é sempre dedicada a eles.

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No total, 35 bispos morreram desde a última AG em 2019. De acordo com Dom Joel, deste total, 6 morreram por complicações da Covid-19.

Unidos na dor

Nesta quarta-feira, 14, o prelado afirmou que a CNBB se une a todos perderam familiares e amigos neste período. “Colocamos no altar nossa tristeza e perplexidade”.

A dificuldade de viver o luto e sepultar os mortos neste tempo de pandemia foi recordada por Dom Joel.

“Alguns desses bispos tiveram que ser sepultados com rapidez, pouca gente e muitos cuidados”, observou.

Olhar da fé

“A partir do olhar da fé fica a certeza: a vida não é uma questão do tempo que se vive, mas do modo como se vive, do jeito como é conduzida”, destacou o secretário-geral da CNBB.

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Olhando a vida dos 35 homens, Dom Joel lembrou de cada um deles. “Homens que trabalhamos, convivemos, integramos comissões juntos. Temos brasileiros, estrangeiros, alguns mais jovens, outros mais idosos, bispos na ativa e eméritos”.

O prelado questionou “O que os une?”. Respondeu: “O sentido e a razão que deram à vida e que hoje a Palavra de Deus expressa de forma clara: a vontade de Deus é a vida, a salvação e a paz”.

Esperança da vida eterna

Dom Joel reafirmou que Deus tanto amou o mundo que deu seu filho único para que ninguém pereça, mas tenha a vida eterna.

“O grande sentido da nossa existência é caminhar nessa vida na esperança da vida eterna”, disse Dom Joel Portella.

A esperança da vida eterna, comentou o celebrante, transforma o jeito e o modo de viver essa vida.

Homens e mulheres são como garrafas

Quando criança, Dom Joel partilhou um ensinamento que nunca mais esqueceu. De acordo com o bispo, foi um ensinamento daqueles que aprendemos pequenos e levamos para o resto da vida.

“Já reparou que somos como uma garrafa? Há garrafas longas, largas, novas, velhas, materiais mais caros, recicláveis, algumas esquecidas e abandonas. Mas todas elas cumprem a mesma missão, carregam a água que vai matar a sede e dar vida”, relatou.

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Mas o prelado alertou: “Existe a garrafa que não presta, a furada, porque ela não é capaz de reter a água e o que ela apresenta. Ela é vazia e uma vida vazia sem entrega e missão quando se depara com a morte, o que ela vê é um monstro”.

Segundo o bispo, todos podem escolher o tipo de “garrafa” que são. O final do evangelho de hoje confirma este fato.

 “Podemos escolher se somos uma garrafa capaz de transportar, diante das sedes, securas e desertos da vida, a água do amor, da misericórdia, da fé, do perdão…”.

Liberdade para anunciar o Evangelho

Deus no seu amor criou homens e mulheres e deu a eles, de presente, a liberdade, frisou Dom Joel.

“Muitas vezes, no egoísmo e no fechamento, no vazio do ódio, e na indiferença dizemos que: se a vida não aconteceu é porque Deus não quis”, alertou.

Os apóstolos, lembrou o bispo, estavam trancados. Assim como Jesus saiu do túmulo rolando a pedra, mesmo com os guardas, os apóstolos se libertaram e voltaram ao local da missão para cumprir aquilo pelo qual foram chamados e davam à vida.

“Foram garrafas simples, humildes, mas o que tinham partilhavam. Davam a água que matava a sede espiritual. O anúncio do Evangelho se dava por intermédio dessas vidas”.

Oração pelos que precederam

“Mortes rápidas, sofridas ou abruptas. Todos, com suas personalidades, histórias de vida e jeito de ser foram boas e santas garrafas a anunciar o Reino de Deus”, refletiu Dom Joel.

O secretário-geral da CNBB pediu que o Senhor os receba, assim como recebe a outros irmãos e irmãs que faleceram neste tempo. “Acolha nossas orações, preces e tudo mais que está nos nossos corações”, complementou.

“Que a luz eterna brilhe na vida desses homens que carregaram a luz de Deus. Nós que aqui estamos somos continuadores de uma história que esses que nos precederam iniciaram e prosseguiram”, concluiu.

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