Scalabrinianas

Campanha “Em fuga” exorta a um olhar sensível para deslocados internos

Iniciativa da Congregação das Irmãs Scalabrinianas foi lançada diante da proximidade do Dia Mundial do Migrante e Refugiado 

Julia Beck
Da redação

 O Dia Mundial do Migrante e Refugiado se aproxima – 27 de setembro. Diante deste fato, inspirada pela temática proposta pelo Papa Francisco para a data – “Obrigados, como Jesus Cristo, a fugir. Acolher, proteger, promover e integrar os deslocados internos.”, a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo Scalabrinianas da Província Maria, Mãe dos Migrantes, América do Sul e África, lançou nesta semana a Campanha “Em fuga”.

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A Congregação das Irmãs Scalabrinianas – como é popularmente conhecida – celebra este ano a abertura do Ano Jubilar (125 anos de fundação) e tem sua missão atrelada à causa dos deslocados. “Atuamos na acolhida, proteção, promoção e integração de migrantes e refugiados no mundo”, relata Irmã Rosinha Martins, assessora de comunicação da congregação.

Quatro dias após o lançamento da campanha – que terá eu encerramento no dia 30 de setembro, a religiosa, que também é idealizadora do projeto, afirma que a campanha já alcança uma visualização maior do que a esperada, atingindo seu objetivo principal: “sensibilizar o olhar” da sociedade para os deslocados dentro de seus próprios países.

Esta sensibilização tem acontecido através de peças publicitárias da campanha, que estão sendo divulgadas nas redes sociais, site e e-mails. A expressão “sensibilizar o olhar” é, segundo Irmã Rosinha, do ator brasileiro Eduardo Mossri, que atualmente coordena a campanha juntamente com a religiosa e Irmã Vicentina Roque dos Santos, responsável pela Área da Missão Apostólica das Scalabrinianas da Região América do Sul e África.

Ainda sobre o objetivo da Campanha “Em fuga”, Irmã Rosinha afirma: “Sensibilizar o olhar quer dizer abrir-se para converter o olhar. Se eu olhava o deslocado de um jeito, ou nem o olhava, agora sou convidado a converter meu olhar”.

“Sensibilizar o olhar é enxergar além do nosso entorno e tornar nossos corações, pés e mãos símbolos da compaixão que aproxima, acolhe, promove, protege e integra essas pessoas que são, como a família de Nazaré, obrigadas a fugir”. – Irmã Rosinha Martins

Programação da Campanha

Nesta primeira semana, a campanha chama atenção para os números de deslocados internos em outros países, a partir de dados do Relatório de Tendências Globais da ONU, de junho de 2020. O documento destaca que há 79,5 milhões de deslocados no mundo, sendo 45,7 milhões deslocados internos, ou seja, que fugiram para outras áreas dentro de seus próprios países sem perspectiva de retorno.

“Metade destes são crianças. Esses dados alarmantes nos sensibilizaram, fizeram com que nos colocássemos na pele dessas mães, crianças, adultos e idosos forçados a deixarem seu habitat natural”, comentou Irmã Rosinha.

Na próxima semana o foco passa a ser o Brasil. “Dedicaremos mais tempo com os deslocados internos do país: indígenas, população do campo, tráfico de pessoas, deslocados por barragens – como o caso de Mariana, as populações ribeirinhas. Sensibilizaremos nosso olhar para as pessoas que passam por isso dentro do Brasil”, explicou a religiosa.

Arte da Campanha “Em fuga” lançada na última segunda-feira, 14 /Foto: Missionárias Scalabrinianas

Outra iniciativa da Campanha “Em fuga” é a realização de lives que tratarão sobre o tema, discutirão a situação das mulheres, das crianças em situação de migração e refúgio, os descendentes de canudos. Outros assuntos que serão trabalhados são: migração forçada e conflitos no campo.

Apoios e colaboração

Irmã Rosinha conta que muitas instituições têm abraçado a causa, sendo um dos parceiros da campanha o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM). “Outro apoio que temos é da Secção Migrantes e Refugiados”, complementou.

“O Governo Geral das Scalabrinianas, todas as Irmãs Scalabrinianas e o Movimento de Leigos Missionários Scalabrinianos presentes em 28 países vibram com essa campanha por defender os Direitos Humanos e a vida, em si, de cada pessoa deslocada, pois como bem disse o Papa Francisco, ‘não são números, são pessoas’”, reforçou a religiosa.

 A Campanha foi traduzida em quatro línguas. As pastorais, movimentos, instituições da Igreja e de qualquer Igreja podem abraçar esta causa postando em suas redes o material da campanha ou elaborando até o dia 30 de setembro, músicas, poesias e textos referentes ao tema e às situações publicadas a cada dia, por meio de vídeos, para que sejam divulgados no Brasil e enviados à Secção Migrantes e Refugiados do Vaticano.

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