Catequese e iniciação cristã

Bispo alerta como famílias têm terceirizado a formação religiosa

“A gente percebe que, infelizmente, muitas famílias terceirizam a formação religiosa e deixam com que as catequistas e paróquias façam esse trabalho”. A partir desta constatação, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Dom Eugène Rixen, explica uma das maiores preocupações da catequese hoje no Brasil, no sentido de atingir não somente as crianças, mas também suas famílias. Estes e outros temas serão abordados na 3ª Semana Brasileira de Catequese, que tem início na noite desta terça-feira, 6, em Itaici, município de Indaiatuba (SP).

O bispo enfatiza que é muito importante inserir os pais na catequese dos filhos e que a família deve trabalhar em conjunto com os catequistas, tendo como base que a primeira formação catequética é dada na família. “É muito importante envolver os pais na catequese porque não adianta nós ensinarmos coisas e, em casa, a criança vê e ouve outras coisas”, acrescenta.

Sobre a evangelização de católicos adultos que foram somente batizados, Dom Eugène esclarece que o objetivo maior da catequese não é preparar para os sacramentos, mas é, em primeiro lugar, formar discípulos e discípulas de Jesus Cristo. “É lógico que os sacramentos são muito importantes, mas é para formar a pessoa como discípula de Jesus”, ressalta.

Dom Eugène aponta que o caminho de formação dos adultos se faz, em primeiro lugar, ouvindo-os e, depois, com eles descobrindo a Palavra de Deus e celebrando a fé. “Gostamos de falar hoje de uma catequese com estilo catecumenal, que segue esses quatro momentos: o pré-catecumenato, quando ouvimos o adulto e o jovem em suas preocupações; depois, o segundo momento é conhecer mais a Bíblia; já o terceiro se chama 'illuminação', quando a pessoa é chamada a ter uma real mudança de vida; e por fim, seria a catequese mistagógica, sendo um tempo de descoberta dos 'mistérios profundos dos sacramentos'”, explica o bispo.

Nesta 3ª Semana Brasileira de Catequese, devem participar aproximadamente 500 catequistas de todo país, sendo um representante por diocese e dois por arquidiocese, além de peritos e coordenadores de escolas catequéticas. Conforme comenta Dom Eugène, o método utilizado no encontro é o do “ver – iluminar – agir”, pelo qual se prevê analisar a realidade da catequese no Brasil; em seguida, iluminar essa realidade com a Palavra de Deus e, por último, refletir como formar as crianças, jovens e adultos na vida cristã.

Dom Eugène comenta que uma das presenças mais esperadas no evento é a do prefeito da Congregação para o Clero, Dom Cláudio Hummes. O presidente da Comissão Episcopal recorda que, depois do Papa Bento XVI, Dom Cláudio é a autoridade máxima em catequese no mundo inteiro. Além do prefeito da Congregação, estarão presentes o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, e o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha.

Um outro aspecto desta Semana é a proposta de colocar em prática as orientações do Diretório Nacional de Catequese, votado pelos bispos, em 2007, na 43ª Assembléia Geral dos Bispos da CNBB. Dom Eugène também ressalta que o Ano Catequético permitiu colocar a catequese em destaque e despertar a atenção para ela nas dioceses e paróquias. “A catequese é uma das grandes missões da Igreja e a gente procura uma verdadeira formação sistemática a fim de formar discípulos e missionários de Jesus Cristo, pessoas realmente apaixonadas por Ele”.

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