54ª Assembleia da CNBB

Missa de encerramento da Assembleia dos Bispos destaca missão da Igreja

Igreja discípula, missionária, misericordiosa e profética foi o enfoque da Missa de encerramento da 54ª Assembleia Geral da CNBB

Míriam Bernardes
Da Redação

Nesta sexta-feira, 15, às 7h30, aconteceu, em Aparecida (SP), a Santa Missa de encerramento da 54ª Assembleia Geral da CNBB, que foi presidida pelo Arcebispo de Brasília (DF) e presidente da entidade, Dom Sérgio Rocha.

Dom Sérgio iniciou a homilia agradecendo a Deus pela conclusão da Assembleia, pelo estudo e aprovação de documentos, especialmente o valioso documento sobre os “Cristãos Leigos e Leigas da Igreja e na Sociedade”, chamados a serem sal da terra e luz do mundo.  Ele agradeceu também pela convivência fraterna e o respeitoso diálogo vivido nestes dias, louvando ao Senhor de modo especial pelo Ano Santo extraordinário da Misericórdia que estamos vivendo, muito unidos ao Papa Francisco.

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“É preciso sair ao encontro daqueles que, no mundo, vivem como Saulo necessitados da luz da fé e do encontro com Cristo”, afirmou Dom Sérgio / Foto: Reprodução TVCN

O arcebispo destacou o objetivo geral da ação evangelizadora da Igreja no Brasil. “Somos chamados  a ser Igreja discípula, missionária, misericordiosa e profética. Queremos ser uma Igreja discípula, que vive do encontro com o Senhor ressuscitado que vem a nós nas diferentes situações, que nos surpreende com a Sua misericórdia, assim como ocorreu com São Paulo”.

Conforme a narrativa dos Atos dos Apóstolos, tornamo-nos discípulos pela graça de Deus, pois a iniciativa é d’Ele. A Sua graça nos precede, acompanha-nos no discipulado e na missão. Nós somos e queremos ser, cada vez mais, uma Igreja de discípulos que vive ao encontro com o Ressuscitado e se alimentam da Sua Palavra e da Eucaristia.

Para trilhar o caminho do discipulado, somos chamados a permanecer em Cristo, comendo da Sua Carne, bebendo do Seu Sangue, alimentando-nos do Pão descido do Céu.

Queremos ser uma Igreja misericordiosa. Os olhos de Saulo se abriram com a ajuda da Igreja representada por Ananias, uma Igreja mãe, misericordiosa e acolhedora, uma Igreja casa, de portas abertas e capaz de acolher tantos caídos por terra como Saulo, incapazes de ver, de caminhar, necessitados de mãos estendidas, de coração aberto para levantar das trevas e caminhar na luz. Uma Igreja que compartilha a luz da Palavra, que oferece a graça de recuperar a vista quando o olhar da fé começa a se enfraquecer, uma Igreja que, a exemplo do bom samaritano, faz-se servidora dos que mais sofrem.

Queremos ser sempre mais uma Igreja missionária, em saída, que compartilha a experiência do encontro com Cristo, a alegria do Evangelho, a alegria do amor na família como nos propõe o Papa Francisco. Por isso, como fez Ananias, possamos nós dizer, hoje, a cada dia: ‘Aqui estou, Senhor!’. Como Paulo, instrumento escolhido para anunciar o Seu nome, possamos sair, ir ao encontro de todos.

O caminho a ser percorrido

O mandado missionário de Jesus, recordado no Salmo 116, continua a ecoar na Igreja hoje: ‘Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho’. Deus continua a repetir a nós a Palavra dirigida a Ananias, chamando-nos pelo nome e dizendo: ‘Levanta-te e vai!’.

É preciso sair ao encontro daqueles que no mundo vivem como Saulo, necessitados da luz da fé e do encontro com Cristo. Necessitamos sair ao encontro das ovelhas mais sofridas, feridas e errantes do rebanho de Cristo.

Por fim, a Igreja discípula, missionária e misericordiosa quer ser, ao mesmo tempo, Igreja profética, atenta aos problemas sociais, oferendo sua contribuição própria, a luz da fé em Cristo, os valores e critérios que brotam do Evangelho para orientar a vida política, econômica e cultural.

Os pronunciamentos da CNBB não se inspiram em ideologias políticas, mas na Palavra de Deus e no magistério da Igreja. Neste momento de crise em que vivemos no país, conclamamos a todos para promoverem a paz, rejeitando qualquer forma de agressividade ou violência em suas manifestações.

O caminho a ser percorrido é o caminho do diálogo que constrói, em vez da polêmica ofensiva, o caminho da escuta, do combate respeitoso e não nos embates que transformam em inimigos os que pensam diferente. Com violência não se constrói uma nova sociedade nem se constrói a justiça social; ao contrário, a violência fere a dignidade das pessoas, destrói o nosso povo e nossa casa comum. Assim, possamos sempre caminhar como Igreja discípula, missionária, misericordiosa e profética.

Temos um longo caminho a percorrer e responder fielmente ao mandado missionário de Jesus Cristo, alimentados pela Sua Palavra, pela Eucaristia. Na força do Espírito Santo, esperamos crescer ainda mais contando com todos, especialmente com os cristãos, leigos e leigas, cuja presença e missão queremos valorizar e promover sempre mais.”

Dom Frei Leonardo Ulrich Steiner, ao final da Santa Missa, fez os agradecimentos incluindo aqueles que rezaram pela realização da Assembleia e os padres redentoristas. Em seguida, após alguns bispos receberem a Imagem Jubilar de Nossa Senhora Aparecida, rezaram a consagração e cantaram “Dai-nos a bênção”.

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