Dia Mundial da Pesca

Vaticano pede dignidade e segurança para pescadores

Dia Mundial da Pesca é celebrado hoje; Vaticano destaca situações de exploração e abusos que pescadores sofrem

Da Redação, com Rádio Vaticano

Pescadores precisam ter seus direitos garantidos, atenta Vaticano / Foto: Arquivo-Agência Brasil

Pescadores precisam ter seus direitos garantidos, atenta Vaticano / Foto: Arquivo-Agência Brasil

Nesta segunda-feira, 21, celebra-se o Dia Mundial da Pesca. A mensagem para a data, preparada pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, insiste, em particular, sobre as situações de exploração e abuso das quais os pescadores são vítimas.

“A pesca é um dos trabalhos mais perigosos do mundo: verificam-se acidentes graves e mortais, com a perda de embarcações e equipamentos… Trata-se de algo muito frequente”, diz o presidente do Pontifício Conselho, Cardeal Antônio Maria Vegliò.

Ele destaca ainda a necessidade de olhar para todos os aspectos dos contratos de trabalho nessa área: problemas relacionados ao salário, que não é pago; o navio que fica detido num porto estrangeiro e a tripulação que fica abandonada e obrigada a permanecer na embarcação sem salário, não podendo nem mesmo descer do navio, porque seriam clandestinos.

“Há, ainda, todo o problema da pirataria; do ficar longe da família, que por vezes dura até dois ou três anos. E há também a questão das longas horas de trabalho, porque têm horários de trabalho terríveis: de 16 a 18 horas, em qualquer condição climática; e ainda, o setor no qual atuam, porque muitos trabalham na sala de máquinas, com um ar irrespirável”.

Nessa mensagem para o Dia Mundial da Pesca solicita-se a todos os governos que ratifiquem a Convenção de 2007 sobre o trabalho na pesca. Cardeal Vegliò explica que a Convenção é muito importante para assegurar condições dignas de trabalho e contrastar realidades como a do trabalho de menores, exploração dos migrantes, tráfico e pesca ilegal.

“Na mensagem, dizemos também que a Convenção entra em vigor se dez países a ratificam. E posso agora dar uma boa notícia, porque a Lituânia ratificou o Acordo, portanto, agora entrará em vigor. Os países que ratificaram são Angola, Argentina, Bósnia-Herzegóvina, Congo, Estônia, França, Lituânia, Marrocos, Noruega e África do Sul”.

Nesse ano de 2016, para a celebração da data, foi organizado um evento especial na FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em Roma, sobre a questão da escravidão moderna em alto mar.

“O Apostolado do Mar já colaborou, no passado, com a FAO e outras instituições internacionais para dar voz aos necessitados e às necessidades dos pescadores e de suas famílias. No fundo, o objetivo comum que nos une é o de cooperar para promover direitos humanos e garantir um trabalho digno neste fundamental setor econômico de produção alimentar, que envolve milhões de pessoas”.

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