Luto

Missa recorda vítimas de atentado a mesquita no Canadá

Celebração eucarística na igreja de Notre-Dame-de Foy reuniu cristãos e muçulmanos em memória das seis pessoas que perderam a vida no atentado

Da Redação, com Rádio Vaticano em italiano

Lágrimas pela dor que atingiu a comunidade de Quebec, mas também a decisão de não sucumbir ao mal e ao ódio. Foi em clima de profunda comoção a Missa celebrada na noite desta terça-feira, 31, em memória das vítimas do atentado a uma mesquita na cidade do Canadá no último domingo, 29.

A Missa foi na igreja de Notre-Dame-de Foy, próxima ao Centro Cultural Islâmico, e presidida pelo Cardeal Gérald Cyprien Lacroix, arcebispo local. Estiveram presentes autoridades políticas do país, representantes de Igrejas cristãs e membros da comunidade muçulmana.

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“Obrigado a vocês, irmãos e irmãs, pelo vosso testemunho de solidariedade neste momento tão doloroso”, disse o cardeal Lacroix logo no início da celebração. “Esta noite, a convite da Igreja católica de Quebec, rezaremos pelos nossos irmãos e irmãs da comunidade muçulmana e por todas as pessoas que foram atingidas por este drama. Dirijamo-nos juntos a Deus, para que nos ajude a levantar a cabeça e reencontrar a força que serve para seguir adiante com aquele amor necessário para viver nesta terra em paz e harmonia”.

O cardeal destacou que a fé foi colocada à prova com este atentado, que deixou seis mortos, e por isso é preciso que todos se dirijam ao Pai em comum, o Pai de toda misericórdia.

Antes da Missa, tomou a palavra o co-fundador do Centro Cultural Islâmico, Boufeldja Benabdallah, que entre lágrimas nomeou uma a uma as seis vítimas, recordando quem eram e o que faziam. “Obrigado por terem me convidado. Sois todos amigos. Na nossa religião, se diz que quando se quer o bem a alguém, é preciso dizê-lo. Então eu vos digo, vos amo”, disse, palavras que foram seguidas de aplausos dos presentes.

Boufeldja contou que está no Canadá há 48 anos e que os canadenses são um povo muito bom, com quem eles aprenderam muitas coisas, como a resiliência diante das adversidades, o perdão e o respeito para com o outro.

“Não permitiremos que o rancor e o ódio possam entrar no coração das nossas crianças”, disse, dirigindo depois o pensamento às crianças que perderam seus pais nessa tragédia. “Diremos a elas que não foi Quebec a matar seus pais. Foi um ser humano que errou, que não devia ter feito aquilo que fez. Posso assegurar-vos que conhecemos a bondade do coração humano. Não permitiremos que o rancor e o ódio possam entrar no coração das nossas crianças”.

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