“Labour Day”

Bispos do EUA fazem apelo pela dignidade humana e da família

Os sinais dramáticos visíveis são muitos em nosso tempo, explicam os bispos em mensagem pelo “Labour Day”

Da redação, com Rádio Vaticano

Dignidade para todo ser humano e sacralidade do trabalho dado por Deus: são os dois eixos basilares da mensagem dos bispos dos EUA para o “Labour Day”, o Dia do Trabalho, celebrado esta segunda-feira, 5.

No documento, assinado pelo arcebispo de Miami e presidente do Comitê episcopal para a justiça e o desenvolvimento humano, Dom Thomas Wenski, os bispos ressaltam “os tempos difíceis” hoje vividos pela humanidade e “a palavra de esperança” oferecida pela Igreja para “substituir o desespero e o isolamento com a verdadeira solidariedade”.

Crises da família e pressões econômicas

Os sinais dramáticos visíveis são muitos em nosso tempo, explicam os bispos: salários congelados, milhões de famílias vivendo na pobreza, crianças obrigadas à indigência, indústrias abandonando as cidades, trabalho em diminuição e retração no setor privado.

Acrescenta-se a tudo isso “a crise da família, oprimida pelo peso das pressões econômicas e dos problemas culturais relacionados”, como, por exemplo, a falta de acesso à instrução superior, o divórcio, a toxicomania. “A Igreja chora com todas essas famílias, com todas essas crianças cujo mundo é atingido”, lê-se na mensagem.

Trabalho digno

Em seguida, olhando para o contexto político, os bispos evocam a importância da unidade, evidenciando com pesar que os esforços para dividir a sociedade parecem aumentar, ao invés de se buscar “o diálogo e soluções construtivas”, em vista do “bem comum”.

“Para uma mudança dinâmica devemos substituir o medo com uma visão mais ampla, fortemente alicerçada pela fé”, ressaltam os bispos.

Daí, a exortação a um “trabalho digno”, que – como dizia São João Paulo II – se torna “chave essencial para compreender nossas relações sociais, instrumento vital para a formação da família e a construção das comunidades, segundo a dignidade que Deus nos deu”.

Por isso, os bispos exortam a “recorrer aos princípios da solidariedade e da subsidiariedade” para reconstruir as comunidades em bases mais sólidas”.

“Todos temos a responsabilidade de cuidar uns dos outros, em particular, dos pobres e vulneráveis”, lê-se ainda na mensagem que convida sobretudo os cristãos a se comprometerem no auxílio a quem se encontra em dificuldade.

Ajuda “que pode ser alimento, dinheiro, amizade, apoio espiritual ou outras formas de amor e de gentileza”. Dirigindo-se aos empregadores, os bispos pedem que “respeitem a dignidade dos funcionários através de um justo salário e condições de trabalho que permitam uma vida familiar segura”.

Compromisso com o bem comum

Em seguida, recordando o que escreveu o Papa Francisco na Carta encíclica “Laudato si” sobre o cuidado da casa comum”, os bispos dos EUA reiteram que “o amor pela sociedade e o compromisso com o bem comum são uma forma eminente de caridade, que diz respeito não somente às relações entre os indivíduos, mas também macro-relações, relações sociais, econômicas, políticas”.

Economia e política a serviço da pessoa humana

Também aos sindicatos e às associações dos trabalhadores é dirigido um apelo a fim de que “continuem sendo uma parte essencial do esforço” feito junto às pessoas de fé e de boa vontade” no sentido de assegurar “empregos e salários que propiciem uma vida digna para cada pessoa e suas famílias”.

A mensagem conclui-se com um renovado “sentido de esperança e de transformação duradoura”, a fim de que “os sistemas econômicos e políticos estejam a serviço da pessoa humana”. “Há muito a ser feito! Vamos em frente”, concluem os bispos estadunidenses.

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