Crise humanitária

UNICEF: 535 milhões de crianças vivem em áreas de conflitos e desastres

O impacto dos conflitos, desastres naturais e mudanças climáticas está forçando crianças a abandonar suas casas

Da redação, com UNICEF

Cerca de 535 milhões de crianças – quase uma em cada quatro – vivem em países afetados por conflitos ou desastres, frequentemente sem acesso a cuidados médicos, educação de qualidade e proteção, disse o UNICEF, nessa sexta-feira, 10.

Segundo a instituição, a África ao sul do Saara é o lar de aproximadamente três quartos – 393 milhões – do total das crianças de todo o mundo que vivem em países afetados por emergências, seguida pelo Oriente Médio e Norte da África, onde residem 12% dessas crianças.

O impacto dos conflitos, desastres naturais e mudanças climáticas está forçando crianças a abandonar suas casas, prendendo-as nas linhas dos conflitos e colocando-as em risco de doenças, violência e exploração.

Ainda segundo o UNICEF:

  • Cerca de 50 milhões de crianças estão “desenraizadas” – mais da metade delas foi expulsa de seus lares por causa de conflitos.
  • À medida que a violência continua a crescer na Síria, o número de crianças sob cerco dobrou em menos de um ano. Aproximadamente 500 mil crianças vivem agora em 16 áreas sitiadas por todo o país, quase completamente privadas de ajuda humanitária e serviços básicos sustentados.
  • No nordeste da Nigéria, perto de 1,8 milhão de pessoas estão deslocadas, destes, quase 1 milhão são crianças.
  • No Afeganistão, cerca de metade das crianças em idade escolar primária está fora da escola.
  • No Iêmen, aproximadamente 10 milhões de crianças estão afetadas por conflitos.
  • No Sudão do Sul, 59% das crianças em idade escolar primária estão fora da escola e uma em cada três escolas está fechada em áreas afetadas por conflitos.
  • Mais de dois meses depois que o furacão Matthew atingiu o Haiti, mais de 90 mil crianças com menos de 5 anos de idade continuam precisando de assistência.

As emergências enfrentadas hoje pelas crianças mais vulneráveis ameaçam minar os imensos progressos realizados nas últimas décadas: desde 1990, o número de crianças que morrem antes do quinto aniversário caiu pela metade e centenas de milhões de crianças foram retiradas da pobreza. As taxas de abandono escolar entre as crianças em idade escolar primária diminuíram mais de 40% entre 1990 e 2014.

Apesar dos progressos significativos, crianças demais estão sendo deixadas para trás por causa de seu gênero, raça, religião, grupo étnico ou deficiência; porque vivem na pobreza ou em comunidades difíceis de ser alcançadas; ou simplesmente porque são crianças.

“Não importa se as crianças vivem em um país em conflito ou em um país em paz, seu desenvolvimento é fundamental não apenas para seu futuro individual, mas também para o futuro de sua sociedade”, disse o diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake.

Esses novos dados estão sendo divulgados quando o UNICEF celebra, nesse domingo, 11, 70 anos de trabalho de trabalho.

“O UNICEF foi criado para levar ajuda e esperança para as crianças cuja vida e cujo futuro estão ameaçados por conflitos e privações, e essa enorme cifra – representando a vida de meio bilhão de crianças – é um forte lembrete de que nossa missão se torna mais urgente a cada dia”, disse Lake.

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