Palavra de encorajamento

Sejam semeadores de esperança, pede Papa a religiosos do Egito

No encontro de oração com o clero, religiosos e seminaristas do Egito, Papa falou de tentações que os religiosos precisam vencer para semear esperança e construir pontes

Jéssica Marçal
Da Redação

Papa fala ao clero, religiosos e seminaristas do Egito / Foto: Reprodução CTV

O último compromisso do Papa Francisco no Egito foi o encontro de oração com o clero, religiosos e seminaristas neste sábado, 29. O Santo Padre encorajou os religiosos a não temer as dificuldades da realidade em que vivem e destacou sete tentações que eles devem vencer para poderem ser semeadores de esperança.

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A primeira delas é a tentação de deixar-se arrastar e não guiar. “O bom pastor tem o dever de guiar o rebanho, de o conduzir a pastagens verdejantes e até à nascente das águas. Não pode deixar-se arrastar pelo desânimo e o pessimismo”.

A segunda tentação é lamentar-se continuamente. O Papa ressaltou que o consagrado é alguém que, pela unção do Espírito, transforma o obstáculo em oportunidade, e não cada dificuldade em desculpa. “Na realidade, quem se lamenta sempre é uma pessoa que não quer trabalhar”.

Francisco falou ainda da tentação da crítica e da inveja. “O perigo é sério, quando a pessoa consagrada, em vez de ajudar os pequenos a crescer e a alegrar-se com os sucessos dos irmãos e irmãs, se deixa dominar pela inveja tornando-se numa pessoa que fere os outros com a crítica (…) A inveja é um câncer que arruína qualquer corpo em pouco tempo”.

Comparar-se com o outro também é uma tentação que os consagrados são chamados a vencer. O Papa frisou que a riqueza está justamente na diversidade e na unicidade de cada pessoa. “Quem tende sempre a comparar-se com os outros, acaba por se paralisar. Aprendamos de São Pedro e São Paulo a viver a diferença dos caráteres, dos carismas e das opiniões na escuta e docilidade ao Espírito Santo”.

A quinta tentação elencada por Francisco é aquela do “faraonismo”, ou seja, endurecer o coração e fechá-lo ao Senhor e aos irmãos, sentir-se acima dos outros, ter a presunção de ser servido em vez de servir. “O antídoto para este veneno é o seguinte: ‘Se alguém quiser ser o primeiro, há de ser o último de todos e o servo de todos’ (Mc 9, 35)”.

O individualismo foi outra tentação citada pelo Papa, referindo-se aos egoístas, aqueles que pensam em si mesmos, sem sentir qualquer vergonha. “O individualista é motivo de escândalo e conflitualidade”, pontuou.

Por fim, o Papa falou sobre a tentação de caminhar sem bússola nem objetivo. Dessa forma, a pessoa consagrada perde sua identidade, explicou Francisco, vive com o coração dividido entre Deus e a mundanidade. “Na realidade, sem uma identidade clara e sólida, a pessoa consagrada caminha sem direção e, em vez de guiar os outros, dispersa-os”.

Francisco admitiu que não é fácil resistir a estas tentações, mas é possível se o consagrado mantiver o foco em Jesus. “Quanto mais enraizados estivermos em Cristo, tanto mais vivos e fecundos seremos. Só assim pode a pessoa consagrada conservar a capacidade de maravilhar-se, a paixão do primeiro encontro, o fascínio e a gratidão na sua vida com Deus e na sua missão. Da qualidade da nossa vida espiritual depende a da nossa consagração”.

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