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Catequese: Maria Madalena, apóstola da Esperança - 17/05/17

Catequese do Papa Francisco; Semana Santa- 27/03/2013

CATEQUESE
Praça de São Pedro, no Vaticano
Quarta-feira, 17 de maio de 2017

Boletim da Santa Sé
Tradução livre: Liliane Borges

A Esperança cristã – Maria Madalena, apóstola da Esperança

Caros irmãos e irmãs, bom dia !

Nestas semanas a nossa reflexão se move, por assim dizer, na órbita do mistério pascal. Hoje encontramos alguém que, de acordo com os Evangelhos, foi a primeira pessoa a ver Jesus ressuscitado: Maria Madalena. Havia terminado o descanso de sábado. No dia da paixão não tinha havido tempo para completar os ritos funerários; por isso, naquele amanhecer cheio de tristeza, as mulheres vão ao sepulcro de Jesus com unguentos perfumados. A primeira a chegar é ela: Maria Madalena, uma das discípulos que tinham acompanhado Jesus desde a Galileia, mantendo-se a serviço da Igreja nascente. Em seu caminho para o túmulo se reflete a lealdade de muitas mulheres que dedicam anos indo ao cemitério, em memória de alguém que não está mais entre nós. Os laços mais autênticos não são quebrados até mesmo por morte: há aqueles que continuam a amar, mesmo se o se a pessoa amada se foi para sempre.

O Evangelho (cf. Jo 20,1-2.11-18) descreve Maria Madalena colocando logo em evidência que ela não era uma mulher entusiasmo fácil. De fato, após a primeira visita ao túmulo, ela volta decepcionada para lugar onde os discípulos estavam escondidos; relatos de que a pedra foi movida da entrada do sepulcro, e sua primeira opção é a mais simples que pode ser formulada: alguém deve ter roubado o corpo de Jesus. Assim, o primeiro anúncio que Maria traz não é o da ressurreição, mas de um roubo de autores desconhecidos, enquanto toda Jerusalém estava dormindo.

Em seguida, os Evangelhos falam de uma segunda viagem da Madalena ao túmulo de Jesus. Ela era teimosa! Ela foi, ela voltou … porque não estava convencida! Desta vez, o seu passo é lento, muito pesado. Maria sofre duplamente: em primeiro lugar pela morte de Jesus, e depois pelo desaparecimento inexplicável de seu corpo.

É enquanto ela está inclinada perto da sepultura, com os olhos cheios de lágrimas, que Deus a surpreende da maneira mais inesperada. O evangelista João enfatiza como era persistente sua cegueira: não nota a presença de dois anjos que a interrogam, e nem mesmo desconfiado ao ver o homem atrás dela, quem ela acredita ser um jardineiro. Mas descobre o acontecimento mais marcante da história humana quando finalmente é chamada pelo seu nome: “Maria” (V. 16).

Como é belo pensar que a primeira aparição de Cristo ressuscitado – de acordo com os Evangelhos – tenha ocorrido de forma tão pessoal! Que há alguém que nos conhece, que vê o nosso sofrimento e decepção, e que se comove por nós, e nos chama pelo nome. É uma lei que encontramos esculpida em muitas páginas do Evangelho. Ao redor de Jesus, existem muitas pessoas que buscam a Deus; mas a realidade mais prodigiosa é que, muito antes, há em primeiro lugar Deus que se preocupa com nossas vida, que a quer levantar, e para fazer isso nos chama pelo nome, reconhecendo o rosto pessoal de cada um. Cada homem é uma história de amor que Deus escreve sobre esta terra.

Cada um de nós é uma história de amor de Deus. Cada um de nós é chamado, por Deus, pelo próprio nome: nos conhece pelo nome, nos olha, nos espera, nos perdoa, é paciente conosco. É verdade ou não é verdade? Cada um de nós faz esta experiência.

E Jesus a chama: “Maria!”, a revolução de sua vida, a revolução destinada a transformar a existência de cada homem e mulher, começa com um nome que ecoa no jardim do sepulcro vazio. Os Evangelhos nos descrevem a felicidade de Maria: a ressurreição de Jesus não é umaalegria dada com conta-gotas, mas uma cascata que afeta toda a vida.

A vida cristã não é tecida com a felicidade suave, mas de ondas que transformam tudo. Tentem pensar também vocês neste instante, com a bagagem de decepção e derrota que cada um de nós carrega em seu coração, que há um Deus próximo de nós, que nos chama pelo nome e nos diz: “Levanta-te, pare de chorar, porque Eu vim para libertá-lo “. E isso é belo.

Jesus não é alguém que se adapta ao mundo, tolerando que nele perdure a morte, tristeza, ódio, a destruição moral de pessoas … Nosso Deus não é inerte, mas o nosso Deus – permito-me a palavra – é um sonhador: sonha a transformação do mundo e realizou no mistério da Ressurreição.

Maria gostaria de abraçar o seu Senhor, mas Ele está agora orientado ao Pai celeste, enquanto ela é enviada a levar o anúncio aos irmãos. E assim a mulher, que antes de conhecer Jesus estava em poder do maligno (cf. Lc 8,2), agora se tornou uma apóstola da nova e maior esperança.

A sua intercessão nos ajude também a viver esta experiência: na hora do pranto, na hora do abandono, ouvir Jesus ressuscitado que nos chama pelo nome, e com o coração cheio de alegria ir e anunciar: “Eu vi o Senhor “(v. 18). Eu mudei de vida porque eu vi o Senhor! Agora sou diferente, sou uma outra pessoa. Eu mudei porque eu vi o Senhor. Esta é a nossa força e esta é a nossa esperança. Obrigado.

 

 

 

 

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