Beatificação

Sobrinho de Madre Assunta Marchetti fala sobre beatificação da tia

Frei Márcio Couto, sobrinho de Madre Assunta Marchetti, fala sobre a beatificação da tia e a emoção da família em tê-la como beata

Da redação, com CBR Nacional

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Frei Márcio Alexandre Couto é sobrinho de Madre Assunta / Foto: CRB Nacional

A imigração em massa de italianos para as Américas, em meados do século XIX, não trouxe somente Assunta Marchetti ao Brasil, mas também algumas de suas irmãs, dando continuidade à história da família Marchetti no país.

Assunta teve 10 irmãos, entre eles, por ordem cronológica: Agostinho (1868), Giuseppe (1869), Assunta (1871), Angela (1874), Teresa (1875), Pio (1877), Vincenzo (1879), Elvira (1880), Filomena (1884), Filomena(1886) e Maria Luisa (1891). Destes, Teresa e Maria Luísa vieram para São Paulo e não mais retornaram à Itália.

Frei Márcio Alexandre Couto, religioso dominicano, nasceu e vive em São Paulo. É sobrinho bisneto da futura beata e bisneto de Teresa. Ele conta um pouco da história da família e o significado da beatificação de Madre Assunta Marchetti para eles.

O Rito da Beatificação da Venerável Serva de Deus Madre Assunta Marchetti, cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, será realizado em 25 de outubro deste ano na cidade de São Paulo.

O que significa para o senhor a beatificação de Madre Assunta?

Para mim significa o reconhecimento de uma vida de dedicação aos pobres e abandonados. Nesse sentido, toda a família participou dessa vocação: sua mãe Carolina, seu irmão padre Marchetti e também minha bisavó, que embora não fosse religiosa professa, viveu como tal, na dedicação dos órfãos do Orfanato Cristóvão Colombo no Ipiranga.

O que mais chamou a atenção na vida de Madre Assunta?

Frei Márcio: Ela se dedicou de corpo e alma ao trabalho com os pobres órfãos. Além disso, também me chama à atenção a sua firmeza e determinação diante das opções da congregação. Ela conhecia bem a congregação e ficou firme quando outro grupo de religiosas se mesclaram por um tempo com as missionárias de São Carlos. Ela suplicou a Dom Scalabrini, junto com outras irmãs, para que se preservasse a intenção original da congregação. Nessa atitude, nada há de ingenuidade, mas sim de firmeza e responsabilidade sobre a sua opção e profissão religiosa.

Como o senhor se sente como sobrinho de uma santa (beata)?

Sinto que há uma grande responsabilidade de também testemunhar a santidade pela qual ela foi elevada aos altares.

O que o senhor espera deste grande evento?

Espero que a partir dessa beatificação as virtudes vividas pela Madre Assunta possam estimular as pessoas a se consagrarem com generosidade ao serviço do próximo, sobretudo, dos pobres e desamparados de hoje.

Como se chama sua mãe? Tem outros irmãos?

Minha mãe se chama Maria Teresa Marsicano Couto, e está com 88 anos, tendo conhecido a Madre Assunta quando ficou interna no Orfanato da Vila Prudente. Tenho só uma irmã: Teresa Sueli Couto Vieira da Silva.

Por que a sua bisavó, irmã de Madre Assunta, veio para o Brasil?

Minha bisavó, Teresina Marchetti Angeli, depois de ficar viúva, veio para o Brasil com seus quatro filhos (um homem e três mulheres). O filho homem voltou depois para a Itália, as três mulheres ficaram no Brasil e se casaram. Minha bisavó viveu no Orfanato Cristóvão Colombo do Ipiranga até falecer em 1946. No Orfanato, cuidava dos órfãos e dos padres.

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Madre Assunta Marchetti será beatificada no dia 25 de outubro em São Paulo / Foto: Arquivo

O que a sua vó contava sobre a Madre Assunta?

Que Madre Assunta era muito dedicada à obra para a qual havia consagrado sua vida. Era uma pessoa calma, tranquila e transmitia isso às pessoas que conhecia.

Há alguma memória da sua família ou na vida de Madre Assunta que o senhor gostaria de ressaltar?

O fato que perpassa as vidas do Padre Marchetti, da Madre Assunta e de Teresina Marchetti Angeli (minha bisavó) é sempre o mesmo: o serviço gratuito ao próximo, sinal evidente da presença do Reino de Deus entre nós.

O senhor saberia dizer quantos parentes vocês têm aqui em São Paulo ou no Brasil? E na Itália?

Os parentes são muitos! Por parte das irmãs de Madre Assunta temos toda a família da tia Marieta, toda a família da tia Filomena, a família da tia Elvira (na Argentina), a família da tia Angela (na Itália). Aqui em São Paulo, são muitos os parentes, mas não saberia o número exato deles. Tia Marieta teve 7 filhos, 16 netos, 16 bisnetos e 11 tataranetos. Tia Filomena teve 4 filhos, 7 netos, 14 bisnetos. Tia Elvira teve 5 filhos, 4 netos. Minha bisavó (Teresina) teve 4 filhos, 10 netos.

Como a família recebeu a notícia da beatificação de Madre Assunta?

Toda a nossa família ficou muito emocionada com a notícia da beatificação da Madre Assunta. Algo que parecia remoto se torna realidade. Todos estão rezando e esperando o dia da beatificação para celebrarmos juntos esse grande dia de ação de graças.

Como sobrinho bisneto de Madre Assunta, que mensagem o senhor deixa?

Deixo como mensagem a esperança de que a gratuidade, pregada e vivida por Jesus Cristo, é possível de ser vivida por nós humanos, e todos podem, com a graça de Deus, também praticar essa virtude fundamental para a nossa época.

 

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