Missão social da Igreja

Veja como a Igreja orienta os fiéis para as próximas eleições

Cardeais e bispos do Brasil emitiram mensagens com orientações para as eleições 2016. Veja o que disseram a CNBB e as Arquidioceses do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte

André Cunha
Da redação, com CNBB e arquidioceses

Neste domingo, 2, os brasileiros vão escolher prefeitos e vereadores. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) orienta o povo brasileiro, especialmente os fiéis católicos, a não se abdicarem da participação da política.

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Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

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Apesar do cenário de crise, os bispos dirigem ao povo brasileiro uma mensagem de “esperança, ânimo e coragem”, reafirmando que a missão cristã tem base na exigência
do Evangelho de construir o bem comum na perspectiva do Reino de Deus.

“Contribui para isso a participação consciente no processo eleitoral, escolhendo e votando em candidatos honestos e competentes. Associando fé e vida, a cidadania não se esgota no direito – dever de votar, mas se dá também no acompanhamento do mandato dos eleitos”, disse a CNBB em mensagem para as eleições divulgada em abril deste ano. 

Na escolha dos melhores candidatos, diz ainda a mensagem, deve-se ter em conta o  compromisso do escolhido com a vida, com a justiça, com a ética, com a transparência, com o fim da corrupção, além de seu testemunho na comunidade de fé.

A política e a missão cristã

“A política é o ‘sal’ que usamos para fomentar a sociedade cristã, seu modo de ser e seus valores”. Assim afirma o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, em um artigo publicado no site da arquidiocese do Rio.

Segundo ele, a política – não aquela de cunho ideológico-partidário deste ou daquele grupo, mas como forma de exercício pleno da cidadania – é onde o cristão batizado é chamado a ser sal do mundo, “a dar gosto e testemunho de Cristo”. Para Dom Orani, a Igreja e o Evangelho são maiores do que qualquer partido ou outra forma político-partidário-ideológico.

A política, ressalta ainda o arcebispo, é uma questão tão importante que influenciou até aqueles que não pensavam na forma judaico-cristã. O cardeal cita “A República”, onde o  pensador Platão já procurava meios de convivência harmônica entre as pessoas, e de como deveriam agir os governantes em relação aos governados.

“Como cristãos, nas diversas formas que temos de participar da sociedade, somos chamados a servir única e exclusivamente o Evangelho, para que o bem comum seja o que visa a nossa pregação”, afirmou.

Políticos trabalhando para o bem comum

O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, também publicou uma mensagem por ocasião das eleições. Ele destacou o papel de prefeito e vereadores que devem promover o bem comum. O arcebispo orientou os eleitores a procurarem candidatos comprometidos com a justiça social, a dignidade da pessoa, com os direitos humanos, a cultura da paz e a defesa da vida.

Dom Odilo também pediu que os fiéis questionem os candidatos se estão dispostos a legislar aceitando os mecanismos de controle da sociedade como conselhos, movimentos organizados e outros.

O bispo também pediu que os eleitores votem em candidatos que respeitem a política, a religião e a família. “Vote em candidatos que respeitem a liberdade de consciência, as convicções religiosas e morais dos cidadãos, seus símbolos religiosos e a livre manifestação de sua fé, da mesma forma, apoie candidatos que amparem a família e a protejam diante das ameaças à sua identidade e missão natural”.

Resgatar a esperança

O arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira, e seus bispos auxiliares, afirmam que as Eleições Municipais 2016 são oportunidade para todos participarem da política, iluminados pela fé e pela consciência da dignidade da pessoa humana.

“Esse é um momento privilegiado para o resgate da esperança, especialmente, daqueles que sofrem a exclusão e os seus terríveis efeitos. Temos a obrigação de ‘dar as razões da nossa esperança’ (1Pd 3,15), que se sustenta, também, na convicção de que a ética na política e na vida pública é uma exigência irrenunciável. Nosso voto tem força e pode começar a mudar situações de injustiça”, diz o documento.

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