Ecologia

Mariologista destaca exemplo de Maria para o cuidado com a criação

“Como a Mãe cuida, nós também precisamos cuidar do meio ambiente”, afirma o mariologista Afonso Murad 

André Cunha
Da redação

“Maria é para nós uma referência de vida. Se a gente olha no Evangelho a relação dela com Jesus, como educadora, é uma relação baseada no carinho, no respeito, no acompanhamento, então também isso nos ensina sobre a relação com o meio ambiente, com os biomas”.

Desta forma, Irmão Afonso Murad, mariologista e escritor dedicado às causas sociais e ambientais, relacionou a figura de Maria, mãe de Jesus, com o cuidado com a criação, unindo o Ano Mariano à proposta da Campanha da Fraternidade 2017, que trata dos biomas brasileiros.

Para ele, a primeira atitude é conhecer. Conhecer o bioma onde se vive, as árvores, os pássaros, as plantas. “Isto porque o bioma onde vivemos faz parte da gente. Da mesma forma, como a relação entre mãe e filho é uma relação estreita, a gente precisa cada vez mais acentuar, fortalecer essa relação com o lugar onde a gente mora e vive”, explica o religioso.

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Mesmo quem mora em grandes cidades, como as capitais estaduais, pode praticar o exercício de “conhecer”. Em muitos destes grandes centros existem parques, áreas de preservação ambiental que aproximam a população do meio ambiente. “Isso é muito importante!”, afirma Irmão Afonso. “Como Maria alimentou essa relação de conhecer e de amar, com Jesus, a gente também precisa alimentar essa relação com o meio ambiente”.

Conversão ecológica com a ajuda de Maria

Durante a Quaresma, é comum que os fiéis se dediquem à conversão pessoal e façam uma prática penitencial. O especialista lembra que o Papa Francisco propõe algo a mais: a conversão a Jesus que precisa tocar todos os âmbitos das relações humanas, não somente a relação com Deus ou com o próximo, mas também com as outras criaturas. “Isto é conversão ecológica”, afirmou o irmão.

“Essa conversão também começa com pequenas atitudes de preservação, como o cuidado com a água, com uso da energia, a redução do consumismo (uma grande tentação para todos os cristãos), que leva a destruir a longo prazo o mundo que vivemos”, disse o religioso.

“A conversão ecológica começa com gestos pessoais. Mas ela precisa partir do coração, de uma atitude nova onde não vamos considerar a natureza como coisa, mas como parte de nós, do coletivo, da humanidade. O ar que respiro não é meu, é nosso; o solo que pisamos, ainda que seja de propriedade privada, é nosso, é do planeta, é das plantas. A conversão ecológica exige mudança de olhar e atitudes de conservação”, acrescentou.

Para Irmão Afonso, uma atitude muito concreta da Campanha da Fraternidade e de conversão ecológica é que as paróquias, as dioceses, as comunidades, se empenhem para defender as unidades de conservação – os poucos espaços públicos que existem, que são uma amostra concreta do bioma onde moramos.

A partir de Maria, o religioso propõe atitudes que podem contribuir para o cuidado com a ambiente ecológico em que vive cada pessoa: “Quando olhamos para Maria, lembramo-nos de cuidado, carinho, atenção, desse colo materno. Esta mesma atitude nós precisamos ter com relação ao meio ambiente. É claro que a gente precisa das plantas pra se alimentar; se comemos carne, precisamos dos animais, que por sua vez precisam de pasto. Mas tudo isto deve ser feito com respeito, com equilíbrio, não com uma atitude de dominação, de destruição. Ao olhar para Nossa Senhora, vemos estas atitudes básicas de cuidado, de carinho. Como a Mãe cuida, nós também precisamos cuidar do meio ambiente”, afirmou.

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