Assembleia dos bispos

Homilia de Dom Geraldo Majella na Assembleia da CNBB

Meus irmãos e minhas irmãs aqui presentes e também os que nos acompanham pela rádio e televisão, irmãos não fiquem tristes por aqueles que morreram, como fazem os demais que não têm esperança. Se cremos que Jesus Cristo morreu e ressuscitou, também cremos que aqueles que morreram em Jesus, Deus há de conduzi-los para Sua companhia, nos diz São Paulo aos Tessalonicenses.

Ouça homilia na íntegra
A liturgia nos convida para celebrar a ressurreição durante o tempo pascal e nos faz também celebrar a esperança de nossa ressurreição final quando veremos a Deus igualmente com os olhos de nossa carne. Hoje, meus irmãos, bispos aqui reunidos em nome de algumas igrejas particulares e de todas as suas comunidades eclesiais, nelas sem cessar pensamos e rezamos sabendo que elas rezam também por nós. Nesta celebração fazemos especial lembrança de todos os que morreram vítimas de enchente, deslizamentos de terras nas encostas onde construíram suas casas, trazendo tanto sofrimento aos familiares, amigos e para nós também. Recordamos também os que morreram nos terremotos no Haiti e no Chile, bem como em outros acidentes climáticos.

No Haiti morreram irmãos nossos, brasileiros, na primeira hora dos abalos sísmicos, entre eles estavam nossa irmã Zilda Arns e soldados brasileiros da força de paz da ONU ali presentes. Causou-nos grande consternação, ao mesmo tempo, com consolo pelo sentido da morte de nossa irmã em particular. Falar de doutora Zilda é falar de um mulher forte, determinada, lutadora, alimentada na fé, comprometida com a caridade de amor e confiança no que fazia por vocação e missão assumida, certa de que este era o caminho certo. Sem dúvida, seu exemplo de esposa e mãe de cinco filhos, médica pediatra e sanitarista, sua perseverança em fazer o bem jamais serão apagados da memória dos que a conheceram. Tenho certeza de que a Pastoral da Criança e a Pastoral da Pessoa Idosa vão continuar seu caminho de amor ao próximo, aos pequeninos que precisam de muito amor desde a sua concepção, nascimento e desenvolvimento, bem como aos que sofrem em geral, pois são obra do amor de Deus e o que é de Deus não passa. Doutora Zilda continuará intercedendo, pois está com Deus, na Sua visão, para sempre. Ela acreditou na Palavra do Senhor: “O que tiverdes feito ao menor de meus irmãos, a mim o fizeste”. Meu irmão é o mais sofrido, o que tem fome, aquele que está preso, aquele que é considerado sem valor aos olhos do mundo. Nos quais Zilda acreditou, por isso deu a vida como ela o fez desde a primeira hora da  Pastoral da Criança até o último instante da sua vida falando e amando e por isso morreu. Foi o seu testamento de vida. Nós cremos que o Senhor a acolheu junto de Si: “Serva bondosa e fiel, entra no gozo de Teu Senhor”. Que ela descanse em paz junto de Deus!

Nós rezamos por todos aqueles que sofreram com seus familiares e seus amigos em tantas calamidades que nós presenciamos, de perto ou de longe, mas que tocaram tanto o nosso coração. Que a todos Deus dê a Sua luz, Sua graça, Sua bondade misericordiosa para que não deixem nunca de confiar n’Ele, nosso Senhor, nosso Deus.

Leia mais:
.: Resumo dos trabalhos da primeira semana da Assembleia da CNBB

 

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo