Mártires

Em Missa, bispo lembra desafios da evangelização na Amazônia

Dom Sérgio destaca, em sua homilia, a missão dos bispos e missionários que trabalham em prol da evangelização na Amazônia

Alessandra Borges
Da redação 

Dom Sérgio Castriani, arcebispo de Manaus (AM) / Reprodução TV CN

Dom Sérgio Castriani, arcebispo de Manaus (AM) / Reprodução TV CN

Nesta terça-feira, 6, o episcopado brasileiro continua reunido, em Aparecida (SP), para a 52º Assembleia Geral da CNBB. A Santa Missa, presidida por Dom Sérgio Castriani, Arcebispo de Manaus (AM), marca o início dos trabalhos deste sétimo dia da assembleia. Em torno do altar central do Santuário Nacional de Aparecida, encontravam-se os bispos da Amazônia.

Na homilia, Dom Sérgio refletiu sobre a liturgia de hoje, que descreve o apedrejamento do diácono Estêvão, primeiro mártir da Igreja. Assim como Jesus, ele morreu rezando e perdoando seus executores.

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“O autor dos Atos dos Apóstolos faz questão de dizer que, naquele momento, testemunha que Estêvão estava cheio do Espírito Santo. Assim, envolto pelo Espírito, vê a glória de Deus. Os seus olhos estão fixos em Jesus, Filho do Homem, e esta visão lhe dá forças e coragem necessária para o martírio, consequências do anúncio da Ressurreição de Cristo”, disse Dom Sérgio.

O arcebispo enfatizou que hoje muitos cristãos ainda são perseguidos e assassinados por testemunharem sua fé em Cristo. “O martírio é uma realidade sempre atual, e, assim como a missão e a caridade, faz parte da realidade da nossa Igreja”.

O prelado do Amazonas recordou-se dos homens e mulheres de oração e contemplação, que testemunham a sua fé verdadeiramente e, se for necessário, doam sua vida.

“Anunciaram o Evangelho, levaram a Palavra e os sacramentos especialmente para as populações da Amazônia, às quais nos unimos com a presença de seus bispos nesta celebração. Esses missionários cheios do Espírito também levaram educação, saúde, organização política e cidadania a uma região onde o sopro do Espírito pode ser sentido quase que fisicamente na exuberância da criação. Lutaram e lutam por uma ecologia que preserve a natureza, a vida, a cultura dos povos originários e daqueles que, ao longo dos séculos, foram levados para lá para serem explorados, muitas vezes, em regime de escravidão”, afirmou Dom Sérgio.

Segundo o arcebispo, essa região ainda é fortemente resistente à ação do Espírito de Deus, pois muitos são levadas à exclusão e à morte pela presença do tráfico humano, da exploração sexual de crianças e adolescentes, do trabalho escravo e do crime organizado.

“Somos chamados a viver segundo o Espírito e nos deixar conduzir por Ele. Segundo o Papa Francisco, a Amazônia é um banco de provas para a Igreja e para a humanidade; então, creio que podemos nos orgulhar de nossos profetas, mártires, missionários, comunidades e agentes de pastoral que, ao longo dos rios, paranás e igarapés, nos ramais e nas linhas, nas grandes cidades e metrópoles amazônicas, dão testemunho de Jesus”, frisou o prelado.

Ao fim da homilia, Dom Sérgio agradeceu a solidariedade que a Igreja do Brasil tem demonstrado pela região amazônica e pediu a todos que não resistam à ação do Espírito Santo, pois é por meio d’Ele que nos tornamos alegres anunciadores do Evangelho.

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